Terça-feira, 27 De Fevereiro,2007

MARIA, PASSA NA FRENTE

Caiu em minhas mãos, há algum tempo atrás, um jornal da ASSOCIAÇÃO MARIA PORTA DO CÉU, onde Denis Bougerie narra a sua última estada na França e como viveu a experiência de Ter que passar pela alfândega com um excesso de peso muito maior do que poderia carregar.
O que ele trazia era material de evangelização humanamente, seria impossível embarcar com tanta bagagem! Foi quando contou sua preocupação ao capelão da Basílica do Sagrado Coração, em Montmartre, e ele lhe disse: “Denis, chegando ao aeroporto, diga : MARIA, PASSA NAFRENTE ! e Ela cuidará de tudo. Cuidará de todo o material que você leva para seu filho Jesus; como Mãe, ela cuidará de todos os detalhes, muito melhor que você. Ela é Mãe, mas também é porteira. Por isso, abrirá os corações das pessoas e as portas pelo caminho, é só pedir para Ela passar na frente . Eu faço isto dezenas de vezes por dia. Antes de tomar uma decisão, ao telefone, no ônibus, quando estou em dificuldade. E a Mãe indo na frente, os filhos estão protegidos, não é ? “
Não é preciso contar o resto, você já deve Ter entendido. O nosso amigo Denis imediatamente pôs em prática o que o padre lhe aconselhou, rezando: MARIA, PASSA NA FRENTE ! Foi fácil ? Não .Mas a confiança no Senhor, através da Mãe, apagou todas as suas preocupações, e a Providência pode acontecer.
O amigo que o acompanhava não acreditava no que via: 104 quilos de excesso de bagagem foram perdoados pelo funcionário da alfândega . Vendo que acontecera, o amigo exclamou: “Que sorte você tem ! “. Denis pensou: ele não entendeu nada. Não foi uma questão de sorte, mas uma questão de família . Eu tenho o privilegio de Ter Maria como Mãe e poder lhe dizer: MARIA, PASSA NA FRENTE PARA RESOLVER O QUE EU SOU INCAPAZ DE RESOLVER SÓZINHO. CUIDA DO QUE NÃO ESTÁ A MEU ALCANCE. TU TENS O PODER PARA ISTO. QUEM PODE DIZER QUE JÁ DECEPCIONADO POR TI, DEPOIS DE TER CHAMADO ?
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 23:21
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Sábado, 24 De Fevereiro,2007

NOVO ALVORECER, NOVA CHANCE

Novo alvorecer, nova chance

Muitas vezes nos assemelhamos na vida a uma pessoa de pouca cultura, de poucas chances, mas que tem uma ânsia imensa de trabalhar e, por isso, o Senhor lhe deu um animal que pode puxar uma carroça. Deu-lhe um cavalo, um cavalo bem rústico, desses que suportam muito peso, a calor, o frio e é paciente. Esse homem, atrelando o cavalo à carroça foi capaz de prover o sustenta dos seus filhos, construir uma casa, abrigar‑se das intempéries e, dignamente, cumprir a sua rota na Terra.
Q que o cavalo transportava na carroça não era da conta dele. Poderia ser estrume, madeira, legumes, frutas; animais, também, como ele, em evolução; poderia ser homens, objetos, utensílios, mudança... A carroça simplesmente estava ali para servir e transportar tudo que nela se colocasse, a missão do cavalo era transportar a carroça, era suprir as necessidades do seu dono.
Nós também recebemos um corpo, esse corpo que nós recebemos tem que transportar pesadas cargas, tem que, ás vezes, transportar os estrumes que trouxemos de outras vidas, nas tendências e viciações, o ouro precioso de nossa reforma interior, o madeirame abençoada para fazermos urna nova morada de luz, de. proteção, outros animais em evolução, para amá-los, cuidar deles, respeitá-los, como também, ajudarmos na mudança interior de outros, transportando-os para um novo roteiro, para novas esperanças, para nova vida.
Depois dessa tarefa cumprida assim, poderemos realmente agradecer cada encarnação que nada mais representa do que uma chance de caminhar, como a chance que o senhor deu para o seu servo na forma do cavalo, para que ele tivesse um trabalha digno, para que ele pudesse prover as suas necessidades, que pudesse, realmente, fazer com que ele estruturasse a sua família e a sua vida, mesmo com poucos recursos. Todos nós trazemos poucos recursos, porque os recursos que trazemos de nossas bagagens são pequenos, poderiam ser enormes, mas ainda arrastamos corpos enfermos, como eu arrastei, com limitações, com necessidades.
Tudo isso, para que? Para aprendermos que, na verdade, a pousa função na Terra ê, tão somente, de servir, transportar, crescer. Dar chance àquele que nos governa os destinos de melhorarmos cada vez mais, de progredirmos, de respeitarmos.
A natureza deve ser respeitada, a natureza humana muito mais. Tudo o que nos cerca Jesus respeita, nós devemos respeitar também, não podemos moldar as criaturas nos nossos moldes. Cada criatura tem os seus débitos, sente e ama de forma diferente, mas todas estão transportando inúmeras chances de crescimento que, podemos dizer, são infinitas. Se vivemos diante do que é finito é, exatamente, para valorizar esse infinito que é Deus, na sua misericórdia, na sua bondade, no seu amor.
Saibamos seguir a voz do nosso dano, transportar aquilo que for colocada para ser transportado, mas que façamos a nossa tarefa com amor e perfeição, porque gratidão terá o senhor por aqueles que não só trabalham, mas trabalham com louvor, em seu nome, ajudando aquele que sofre a sofrer menos, a sorrir mais, a ter mais esperança.
Que a amargura jamais nos tome a alma, porque existe sempre azoa chance nova em cada alvorecer. Se o anoitecer nos envolve nas suas sombras densas, o Sol nos aquece com o seu calor, use um novo dia, cheio de possibilidades, de renovação, de transmutação, de tudo aquilo que passamos de ruim para alguma coisa boa e sólida.
Bezerra de Menezes
Mensagem recebida por Shyrlene Soares Campos dia 04/0412000, no
Núcleo Servos Maria de Nazaré, Uberlândia-MG
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 20:43
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Segunda-feira, 19 De Fevereiro,2007

IMORTALIDADE

Vianna de Carvalho
No justo momento em que a técnica atinge as culminâncias, e o homem sofre aflições sem termo, somos convidados a recordar Jesus - Cristo exclamando: “Eu vendi o mundo!”
A ciência vaticinou, para o século corrente, a morte das doutrinas espiritualistas, tendo em vista a marcha natural do progresso intelectivo.
E em verdade, até à metade do século passado, a filosofia espiritualista não passava de um amontoado de informação místicas e de arranjos dogmáticos incapazes de competir com os sistemas filosóficos vigentes, resistindo aos descobrimentos da ciência investigadora.
Coube a Allan Kardec a inapreciável tarefa de demonstrar, pela pesquisa experimental, a realidade do fenômeno da imortalidade da alma. E, graças a isso, o Codificador da Doutrina Espírita se destaca entre os vates do pensamento universal, pelo gigantesco empreendimento de positivar, consoante os dados oficiais da indagação, a continuação da vida além da morte.
A tarefa era, a princípio, sob todos os aspectos intratável, considerando-se a posição da ciência ante os rudimentos da nascente Psicologia.
De um lado, o cientificismo pontificava arbitrário, e o empirismo, no outro extremo, ditava leis falseadas sobre a verdade.
Kardec, porém, embrenhou-se no matagal das informações.
Não foi somente um coligidor dos informes dos Espíritos. Foi, antes de tudo, um admirável garimpeiro da verdade, separando da ganga o ouro rebrilhante, na mensagem eterna.
De 1854 a 1869, pesquisou, selecionou, reparou, fez acréscimos, sopesou e apresentou uma doutrina que pudesse enfrentar o materialismo, justamente no momento em que Engels e Marx iriam desdobrar os conceitos hegelianos, favorecendo os aspectos dialético e histórico, já que o materialismo mecanicista não podia resolver o problema fundamental da imortalidade por lhe faltarem os elementos basilares para destruir a realidade da alma.
Com Hegel, o pensamento passou a ser uma função do cérebro, cuja atividade era pensar, controlando as manifestações nervosas da vida.
Allan Kardec se distinguiu pela tarefa de demonstrar que o pensamento não é apenas uma função do cérebro, sendo este a conseqüência de um pensamento anterior que nele atua através de um outro cérebro mais sutil, comando geral e força dinâmica mantenedora do equilíbrio: o psicossoma.
E acolitado por figuras da enfibratura de Crookes, Zölner, do caráter de Lombroso e de Lodge que vieram a público, posteriormente, apresentar o resultado das suas pesquisas, Kardec demonstrou, à saciedade, o sentido incontroverso da imortalidade da alma, em experiências que se tornaram notáveis, realizadas mais tarde, com o curso de médiuns do quilate de Florence Cook, Eusápia, Daniel Home...
A tarefa se avultava por estarem em jogo os sistemas do monismo e do dualismo.
Allan Kardec demonstrou também que o homem não é constituído apenas de duas peças: o corpo e alma. Mas é formado por uma tríade de elementos: o espírito, perispírito e matéria, sendo o perispírito encarregado de funções específicas na engrenagem harmoniosa da vida hominal.
E quando o materialismo ateu, no seu aspecto dialético, veio a campo combater a Doutrina Espírita, o Espiritismo, como escola filosófica, na sua feição dialética, apresentava “O Livro dos Espíritos” como protesto nobre ao abuso e à arbitrariedade das informações hegelianas, às doutrinas nele inspiradas, bem como às velhas fisolofias espiritualistas sem fundamentação científica.
E a previsão da ciência, que aguardava para o século presente a morte das doutrinas espiritualistas, faliu, porque o século XX, com os seus valiosos descobrimentos e tirocínios, não pode retificar um único conceito da doutrina postulada pelo gigante lionês que, na atualidade, se faz o maior antídoto aos grandes males que afligem a Humanidade.
Como o materialismo é um veneno letal, o Espiritismo é o seu anticorpo, preparado para diminuir ou dirimir os efeitos terríveis dos ódios organizados secularmente e agora disseminados pelo ateísmo existencialista.
Enquanto o homem avança pelas trilhas do prazer, outros homens aparecem como exegetas do trabalho e apóstolos da caridade, formando a mentalidade para o Terceiro Milênio que colocará bem alto o estandarte da luz cristã refletida na mensagem nobre da Doutrina Espírita.
E embora se previsse o soçobro das religiões no século XX, Allan Kardec, semelhante a Copérnico, que veio por cobro às fantasias a respeito do sistema solar, por também termos às superstições a respeito da imortalidade da alma, arracando-a do sobrenatural e do dogma, retificando a sua feição mística, graças à documentação experimental de que a bibliografia espírita é farta, enriquecendo a ciência espiritualista para competir e esclarecer a ciência atual, ajudando-a na busca da verdade.
Ante as dores que se acumulam inevitáveis para os próximos tempos, sem nos desejarmos transformar em Parcas a tecerem a túnica mortuária da Civilização, o Espiritismo é a grande esperança, porque afirma não ser a morte mais do que uma grande transição para o despertamento na verdadeira vida: a Vida Imortal.
Pontifiquemos, desse modo, com Nosso Senhor Jesus-Cristo, o herói da sepultura vazia, atendendo o programa da solidariedade universal, transferindo o sangue novo da fé para os corações esfacelados pelo medo e acendendo em toda a parte a lâmpada da convicção imortalista. Sigamos a trilha da verdade, cumprindo o nosso dever para, vitoriosos, atingirmos o porto da nossa gloriosa Imortalidade.
(Página recebida pelo médium Divaldo P. Franco, na sessão da noite de 15-1-1962, em Salvador, Bahia).
Reformador - Brasil Espírita - Abril de 1971
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 21:04
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Domingo, 18 De Fevereiro,2007

SUICIDIO

Suicídio

Era manhã de sábado. Tocou o telefone e alguém atendeu.
Uma voz masculina, embargada pela emoção, a duras penas, começou o diálogo.
Desejava saber o que a doutrina espírita tem a dizer sobre o suicídio.
Qual seria, segundo o espiritismo, a sorte daqueles que acabam com a própria vida.
Disse que estava com o firme propósito de pôr fim à vida miserável que estava levando há cerca de dois meses.
Salientou que sua falência fora decretada em cidade distante noutro estado do Brasil. E, para fugir ao escândalo, mudou-se de cidade em busca de uma oportunidade, mas em vão.
Agora, segundo afirmou, desejava fugir definitivamente da vida, para resolver de vez por todas seus tormentos.
Ouviu, da pessoa que o atendeu, em rápidas palavras, a posição espírita sobre o suicídio.
Que este é uma porta falsa, e que aqueles que a buscam na tentativa de acabar com os problemas somente os agravam ainda mais.
Que só se consegue sair do corpo, sem sair da vida, que continua pulsante no além túmulo. E que só quem nos colocou no mundo tem o direito de nos tirar dele. E que esse alguém é Deus, nosso pai criador.
Ouviu, ainda, que a sua falência só poderia ser decretada por ele mesmo, agora sim, através do suicídio. Que homem algum poderia fazê-lo.
Que a falência decretada fora a de sua empresa e que, seguramente, se continuasse a trabalhar com disposição conseguiria reverter a situação.
Que Deus jamais nos abandona, muito menos nas horas difíceis da nossa caminhada. Que todos nós, sem exceção, temos um anjo guardião interessado em nossa vitória. Na vitória do espírito imortal sobre a matéria, sobre os vícios e equívocos.
O homem disse que havia perdido tudo, que estava na miséria, que nada mais lhe restava.
E a voz do outro lado da linha tornou à carga dizendo que a miséria verdadeira é a miséria moral. E que somente poderemos assegurar que nada mais nos resta quando perdermos a dignidade.
O mundo pode nos tirar tudo, tudo o que temos, mas jamais nos tirará o que somos, jamais logrará retirar conquistas verdadeiras como a dignidade.
Somente se nós o permitirmos, aceitando o convite da indignidade.
O homem refletiu um pouco, falou que ainda lhe restavam os amigos e a s
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 20:13
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SUICIDIO

Suicídio

Era manhã de sábado. Tocou o telefone e alguém atendeu.
Uma voz masculina, embargada pela emoção, a duras penas, começou o diálogo.
Desejava saber o que a doutrina espírita tem a dizer sobre o suicídio.
Qual seria, segundo o espiritismo, a sorte daqueles que acabam com a própria vida.
Disse que estava com o firme propósito de pôr fim à vida miserável que estava levando há cerca de dois meses.
Salientou que sua falência fora decretada em cidade distante noutro estado do Brasil. E, para fugir ao escândalo, mudou-se de cidade em busca de uma oportunidade, mas em vão.
Agora, segundo afirmou, desejava fugir definitivamente da vida, para resolver de vez por todas seus tormentos.
Ouviu, da pessoa que o atendeu, em rápidas palavras, a posição espírita sobre o suicídio.
Que este é uma porta falsa, e que aqueles que a buscam na tentativa de acabar com os problemas somente os agravam ainda mais.
Que só se consegue sair do corpo, sem sair da vida, que continua pulsante no além túmulo. E que só quem nos colocou no mundo tem o direito de nos tirar dele. E que esse alguém é Deus, nosso pai criador.
Ouviu, ainda, que a sua falência só poderia ser decretada por ele mesmo, agora sim, através do suicídio. Que homem algum poderia fazê-lo.
Que a falência decretada fora a de sua empresa e que, seguramente, se continuasse a trabalhar com disposição conseguiria reverter a situação.
Que Deus jamais nos abandona, muito menos nas horas difíceis da nossa caminhada. Que todos nós, sem exceção, temos um anjo guardião interessado em nossa vitória. Na vitória do espírito imortal sobre a matéria, sobre os vícios e equívocos.
O homem disse que havia perdido tudo, que estava na miséria, que nada mais lhe restava.
E a voz do outro lado da linha tornou à carga dizendo que a miséria verdadeira é a miséria moral. E que somente poderemos assegurar que nada mais nos resta quando perdermos a dignidade.
O mundo pode nos tirar tudo, tudo o que temos, mas jamais nos tirará o que somos, jamais logrará retirar conquistas verdadeiras como a dignidade.
Somente se nós o permitirmos, aceitando o convite da indignidade.
O homem refletiu um pouco, falou que ainda lhe restavam os amigos e a sua casa, que estava em nome dos pais, já falecidos. Resolveu, por fim, voltar à sua cidade e recomeçar novamente.
Casos como esse que acabamos de narrar, são uma constante na face da Terra.
Se você está enfrentando problemas semelhantes, não deixe de levar em consideração as orientações dos espíritos superiores.
Fuja do convite ao suicídio como solução dos problemas.
O suicídio é um terrível engano, por ser uma porta falsa.
Assim que a pessoa consome o ato do suicídio, percebe o precipício que se abre à sua frente.
Você sabia?
Você sabia que, de modo geral, são os suicidas que mais sofrem após a morte?
É que quando chegam no mundo espiritual se dão conta de que não lograram o intento, que era por fim à vida.
Seguem vivendo e percebem que aos problemas, dos quais desejavam fugir, outros se somam, pela falta de fé em Deus e pela rebeldia.
Na morte natural os laços que unem o espírito ao corpo são desatados lentamente, enquanto que pelo suicídio são violentamente rompidos, sem, contudo, permitir que o espírito se liberte.
Por esse motivo, não nos deixemos tentar pelo convite ao suicídio. Nunca valerá a pena. Antes, roguemos a Deus forças para suportar o fardo que carregamos.

Momento Espírita
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 20:11
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OS ANIMAIS

Espírito: Van Der Goehen / Psicografia: Eurípedes Kühl
Livro: O Quartel E O Templo

“Quando falamos dos mamíferos, que é a ordem mais elevada do reino animal, não podemos negar ao nosso coração o direito de amá-los”.
São nossos irmãos, inferiores, é verdade, mas colocados no mundo com duplo objetivo: ajudar o progresso do homem e evoluir.
Se não existissem elefantes, camelos e principalmente cavalos, provavelmente a humanidade ainda estaria no paleolítico, que se perpetuaria.
A força animal, muito maior que a humana, largamente utilizada na agricultura e nas construções de toda espécie, em todos os lugares e desde todos os tempos, removendo obstáculos, conduzindo pedras enormes, árvores, arados e fardos, possibilitou ao homem sair da caverna e hoje utilizar seu computador; ou, ver sua televisão, receber amigos e saborear deliciosas e finas iguarias,
tudo isso a muitos e muitos metros do chão, em luxuosos apartamentos de cobertura...
Da canoa aos transatlânticos, do carro de boi ao avião supersônico,
das peles curtidas aos confortáveis tecidos, tudo, tudo se deve ao esforço humilde, subserviente, desinteressado e inigualável dos animais!
...
Meus irmãos:
O homem convivendo com os animais tem uma colossal influência sobre seu comportamento.
Ao prodigalizar-lhes respeito, amparo e amor desanuviam nos seus cérebros selvagens as tendências inatas de sobrevivência, regidas pela "lei das selvas", segundo a qual vence sempre o mais forte.
Geração após geração, os animais que convivem com o homem vêm se transformando, em lenta, porém, inexorável evolução, já não sendo raro vermos feras receber afagos humanos e retribuí-los.
Todos os animais, por natureza, são selvagens.
Talvez, o maior auxiliar do homem, dentre todos, tenha sido o primeiro a ser domesticado: o cavalo.
Com ele, desbravaram-se regiões desconhecidas, vencendo distâncias.
Após o cavalo, na escala de ajuda aos homens, temos o generoso casal boi/vaca, com funções distintas, que na vida e na morte só faz atender ao homem.
Se o cavalo vai perdendo espaço, os bovinos aumentam sua utilidade, sendo hoje indispensáveis à sobrevivência alimentar humana.
Até quando? Só Deus sabe...
A seguir, temos os elefantes: tão grandes quanto sensíveis, prestaram-se em demorados séculos a transportar pesadas cargas (toras e pedras).
Ainda hoje, há regiões no planeta que sem eles sucumbiriam.
Os caprinos: mansos e acomodados, forneceram abrigo contra o frio, além de alimento com seu leite e sua carne.
Trazidos para o lar e tratados como elementos da família, estão os cães e os gatos.
A moderna Psicologia recomenda tê-los em casa, pois, são fonte inesgotável de carinho e aplanadores de tensões da vida moderna.
Falemos, antes, dos pássaros engaiolados: é crueldade privar seres que poderiam transitar pela vastidão dos céus, reduzindo sua locomoção a poucos centímetros de espaço cercado de arames...
Irmãos libertai os pássaros!
Quanto aos cães, passaram a trocar amizade com seus donos quando
também encontraram reciprocidade: recebendo proteção, alimento e carinho nos lares, retribuem com amizade desinteressada e constituem-se em sentinelas permanentemente atentas; garantem a segurança da família e do patrimônio.
Não são poucos os registros de atos de incomparável heroísmo e desprendimento de cães a homens.
Quanto aos gatos:
Ah, os gatos!
Observados pelos egípcios, milênios atrás, foram trazidos para dentro dos ambientes domésticos por serem inimigos naturais dos ratos. Mas, seria só isso que os mantêm até hoje nos lares?
Certamente que não.
Sua natural independência irrita algumas pessoas, porém, assim, foram criados por Deus que os dotou de predicados invejáveis: agilidade, provável percepção astral e delicadíssimos contornos que os tornam tão graciosos.
Dentro de casa são sentinelas muito mais competentes que os cães, pois que pressentem movimentos externos, absolutamente inaudíveis ou perceptíveis àqueles.
Descendendo da linhagem dos felinos, trazem, na verdade, traços de agressividade e selvageria. Mas, quem lhes trata e dedica carinho, recebe deles demonstrações inequívocas de gratidão e amizade.
Companheiros em Jesus:
Outros animais, entre monos, felinos e ursos, aceitam o convívio com
o homem na pessoa de domadores e tratadores sem agredi-los no triste cativeiro dos circos ou nos não menos tristes zoológicos.
Nos animais predomina o instinto e existem lampejos de inteligência, por esses lampejos é que absorvem a influência dos seus donos ou dos seus tratadores, passando a carrear na própria estrutura psíquica além de condicionamentos, possibilidades de atos mais ou menos inteligentes.
Vemos assim que o homem tem plenas condições de atenuar o instinto selvagem do animal, apaziguando-o com proteção, respeito e carinho. Assim procedendo, colabora com a evolução das espécies, o que faz parte primordial da Vida e dos planos de Deus.
No mundo espiritual, após a morte física, as almas dos animais se juntam, por simbiose - por similaridade física e psíquica.
Espíritos da Natureza, especialmente designados pelos Planos Superiores, cuidam dessas almas providenciando seu retorno à vida terrena, ou então, separando os que mais se destacam por nobreza de ações. Esses últimos quais criancinhas matriculadas em escolas maternais, recebem de destacados especialistas celestes os primeiros raios de raciocínio. Daí, não será demais afirmarmos que à frente, nas esquinas do tempo, esses rudimentares alunos ao reencarnar estarão com as primitivas formas orgânicas humanas...
Porque, embora seja superior à nossa capacidade em palmilhar os desígnios divinos, não nos padece dúvida, conquanto intuitivamente, que os homens de hoje, foram exatamente os animais de ontem...
Indo além em nossas humildes elocubrações, pedindo perdão ao Criador pela nossa talvez descabida, porém, sincera ousadia em tentar decifrar tão elevados mistérios, podemos imaginar que considerando a multiplicidade de mundos no Universo, nessa primeira etapa hominal serão alocados em um deles, consentâneo com seu nível evolutivo..
E mais perdão ainda precisamos, pois não podemos ocultar que pensamos ter o nosso planeta superado essa fase - a idade da pedra -, tendo já evoluído, ele próprio, como, aliás, tudo o mais no Universo, que é obra de Deus!
“Que a humildade de Jesus seja para nós supremo ideal a ser conquistado e que as luzes do Mestre desde já iluminem um pouco mais nossos Espíritos.”
*******


* "Senhor Deus, permita-me usar sempre a razão e o bom senso, ainda que o apelo dos vícios seja forte, insistente e constante na minha intimidade.”.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 20:09
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Sábado, 17 De Fevereiro,2007

MINHA AMIGA MARIA

Eu tenho uma amiga muito querida.
Chama-se Maria.
Maria é a minha melhor amiga.
Não estamos de acordo, muitas vezes, mas, no fim, é sempre ela que está com a razão.
Não sei por que eu admito a superioridade de Maria sobre mim.
Ela é ponderada, dócil e valente ao mesmo tempo. Justa e amiga da verdade.
Eu às vezes me esqueço que ela existe, mas Maria não se esquece nunca de mim.
Passam-se os dias e nem penso em Maria.
Às vezes acontecem comigo coisas desagradáveis, coisas que me fazem subir o sangue à cabeça, parecendo-me atirar no inferno da revolta, da indignação ou da mágoa, fico remoendo e arquitetando o modo de esclarecer as coisas, quase sempre de modo arbitrário, dado o meu estado de espírito.
E não durmo não me alimento direito. E fico aérea e sofrendo incrivelmente.
Nem mesmo assim me lembro de Maria, tal o desequilíbrio de minh’alma.
Mas, coisa estranha; sem que eu pressinta, Maria está sempre a meu lado, assistindo a tudo, silenciosamente.
Quando a vejo, um tanto perturbada, pergunto: - “Você está aqui há muito tempo?... Por que não diz alguma coisa?”.
Então, calmamente ela responde:
-- “Aguardava esse momento. Não devia tomar a iniciativa. Você sabe que eu não devo intervir sem ser chamada.”.
Eu, ainda nervosa, lhe respondo:
-- “Você viu Maria”? Viu o que me aconteceu?
--“Sim. Vi. E, mais que isso, assisti mais profundamente que você”.
-”-” Então sabe que eu tenho razão de estar sofrendo, não é? “
--“Não. E não posso crer que você permita tal calamidade. Você diz que o que mais deseja no mundo é a sua evolução espiritual. Não é isso?” - Ela pondera.
--“Sim. Ë isso mesmo.”.
--“Nesse caso devo lhe dizer que não parece estar você trabalhando para esse fim.”.
--“Como assim?” - lhe pergunto.
_ “Diga-me: você é esse veículo físico ou um espírito em ascensão? Um espírito invulnerável e imortal?...”.
--”Bem”. Eu sou um espírito que habita um corpo, para através desse corpo, alcançar as regiões da luz?
--“E seu espírito, invulnerável, poderia ser atingido por flechas envenenadas?”.
--“Creio que não” - lhe respondo.
--“Crê, ou tem certeza?” - voltou ela.
--“Sim, tenho certeza.”.
--“O que aconteceu com você foi apenas um arranhão, um ferimento no veículo, não no dono. Certo?” - e continua sua sábia explicação: - “Se você vivesse mais no andar de cima, não seria apanhada de surpresa e se defenderia de outra forma mais civilizada, mais humana, pelo menos.” - E prossegue: - “Eu acompanhei tudo e agora vou lhe dizer tudo, com detalhes que você deixou de lado, por cegueira.”.
Então, Maria me deixa perplexa. Conta e mostra pormenores da minha causa, deixando-me ver sombras que eu omitira. O porquê, afinal, da minha revolta, estava, justamente, nessas sombras que eu ocultara de mim mesma.
--“O mal”- diz ela – “está no seu plano emocional. Você guarda ainda marcas de duros golpes das vidas passadas, e a epiderme dessas cicatrizes está ainda muito delicada. Qualquer toque, qualquer pancada, dói até a alma. Você precisa limpar o passado, com a esponja do presente.”.
Então, Maria me disse que de agora em diante, quando eu for ferida, embora a dor me arranque lágrimas, eu não deixe transparecer.
A maioria da humanidade, disse-me ela, também, como você, é intocável.
--”Alguns adotaram o conformismo que debilita e mata”. Outros, sorrateiramente, aparentam calma e aguardam o momento da vingança. Mas você não é uma conformada nem uma vingativa, mas uma lutadora incansável, porém dentro de seus domínios. Lute com você mesma e esses sofrimentos, essas amarguras e decepções, se transformarão em páginas brilhantes no livro da sua vida.
Ë eu perguntei a Maria::
--”Então eu nunca tenho razão”? Não faço nada certo?
Maria sorriu complacente e respondeu:
--”Entre as coisas certas que você faz, uma e a principal é me admitir em seus domínios e me consultar e procurar aos poucos seguir os meus conselho”.
“Todos, como você, também têm uma amiga inseparável como eu, mas se escondem no subsolo de suas construções e nem a conhecem”.
“Você precisa mudar-se de vez para o andar de cima. Lá, estaremos definitiva e intimamente juntas e a alegria não terá influência sobre você. Você encontrará, então, a chave que abre todas as portas.”
*****
É por isso que eu gosto tanto de Maria.
Ela me faz me sentir, e me ajuda a me realizar.
Ela diz que eu, quando fizer algo bom, que não espere elogios de fora, e quando fizer algo de mau, que não me preocupe com as condenações. Só ela me compreende, por isso agradeço a Deus por me deixar ver e sentir Maria sempre comigo.
Que seria de mim, se ao invés de Ter essa amiga sempre atenta aos meus menores gestos, a tivesse adormecida, não tomando parte ativa da minha vida? ...
Como teria eu de penar pelas futuras vidas, carregando esse fardo pesado de emoções mórbidas e pensamentos sombrios? ...
Que venha o que vier, hei de ser mais resistente, mais compreensiva e mais evoluída.
Que essas cicatrizes de epiderme sensível se transformem em defesas vivas, em couraças, para que outras feridas jamais se abram.
*****
Minha consciência superior – minha amiga – tu és simplesmente, MARIA! ...
Minha amiga Maria de Nazaré! ...


Espírito Cenyra Pinto
Livro “Levanta-te e anda...”
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 13:48
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Quarta-feira, 14 De Fevereiro,2007

CONSCIÊNCIA REENCARNATÓRIA

RICHARD SIMONETTI

Avançam as pesquisas sobre a reencarnação.
Há incontáveis livros publicados, particularmente na Europa e nos Estados Unidos. Envolvem aspectos variados, com destaque para as reminiscências espontâneas.
É significativo o número de pessoas que se recordam de existências passadas.
Algo ponderável, principalmente por envolver, geralmente, crianças, sem nenhum interesse ou capacidade para forjar histórias fantásticas.
Por outro lado, a Terapia das Vivências Passadas (TVP) coloca médicos e psicólogos em contato com vidas anteriores dos pacientes, acumulando evidências e farto material para pesquisa.
Dizia-nos um psicólogo:
– Já não tenho dúvidas sobre a Reencarnação. Eu a vejo, clara, inconfundível, nas reminiscências induzidas, em que meus pacientes descobrem, surpresos, acontecimentos de ontem que repercutem hoje em seu psiquismo. E superam muitos problemas a partir dessas experiências, particularmente aqueles decorrentes de acontecimentos traumáticos, de vidas anteriores. Passam a lidar melhor com fobias e desajustes diretamente relacionados com eles.
Para nós, espíritas, é motivo de satisfação.
Gratificante ver nossa crença disseminada, nossos princípios evidenciados, influenciando os profissionais de saúde, a caminho de uma medicina psicossomática, interessada em desvendar os mistérios do Espírito imortal para resolver os problemas do homem perecível.
...
Consideremos, entretanto:
Não basta constatar uma realidade.
Imperioso que repercuta em nossa vida.
Não basta admitir idéias.
É preciso cultivar ideais.
A reencarnação não é apenas um princípio lógico e racional, que explica as diferenças humanas.
Fundamental ver nela um precioso estímulo, ajudando-nos a superar nossas próprias limitações.
Para tanto, é preciso formar uma consciência reencarnatória, a convicção de que estamos em trânsito pela Terra, numa viagem que se iniciou há milênios antes do berço, e se estenderá rumo ao infinito, além-túmulo.
Não podemos nos limitar aos interesses materiais, à satisfação de nossos desejos em relação ao imediatismo terrestre, visando sucesso, conforto, riqueza, prazer…
Acima de tudo deve estar a edificação de nossas almas, o empenho por superar mazelas e imperfeições, valorizando o ensejo de aprendizado da jornada humana.
Oportuno indagar, diariamente, a nós mesmos:
O que cultivo – iniciativas, desejos, interesses, atividades – diz respeito a minha condição de Espírito imortal?
Estou crescendo em conhecimento, responsabilidade e discernimento?
Ou tenho privilegiado o homem perecível, a perseguir ilusões?
Fundamental essa análise introspectiva.
Há algo de suma importância em jogo:
O nosso futuro!
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 23:14
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Quinta-feira, 08 De Fevereiro,2007

ARRUMAR A MALA

Estradas, atalhos, caminhos, que sempre convidam para caminhar...
É bom arrumar sempre a mala e deixá-la na sala, perto do sofá.
A dor de quem parte é a dor de ver o seu amor esperando no cais; a dor de quem fica é a dor de ver o seu amor acenando pra trás...
Nos versos do compositor encontramos algumas verdades que nos convidam a pensar sobre esse assunto tão importante para todos nós, que é a morte.
Sim, inevitavelmente chegará a hora da partida.
E como ninguém sabe o momento que terá que partir, é importante deixar a mala sempre bem arrumada, para não ter do que se lamentar depois.
Mas, afinal, o que significa arrumar a mala?
Certamente não levaremos roupas, jóias, livros, dinheiro e outras
coisas materiais. Mas, então, o que arrumar?
Talvez fosse interessante começar pelos relacionamentos, compromissos e deveres.
Nesse sentido, arrumar a mala é arrumar a vida espiritual.
Como estão os compromissos assumidos? Você está dando conta de todos, ou tem muita coisa pendente?
E os relacionamentos, como vão?
Alguém guarda mágoa de você? Não importa se com ou sem razão, vale a pena desfazer esse nó.
Você sente ódio de alguém? Aproveite o momento e resolva isso. Não deixe essa pendência lhe tirar a paz, logo mais.
Se você tiver que partir de repente, isso estará solucionado, e sua mala estará mais leve.
Como está com relação aos estudos?
Tem aproveitado os dias para iluminar a razão?
Enquanto tem tempo, use-o para adicionar a riqueza do conhecimento à sua bagagem. O conhecimento jamais se perde e você poderá fazer uso dele a qualquer momento.
E o relacionamento com os filhos, pais, irmãos, amigos, vai bem?
Não ficará nenhum abraço a ser dado, nenhum pedido de desculpas pendente, nenhuma atenção desdenhada?
As pendências não permitem que a mala se feche adequadamente, e isso pode causar fortes sofrimentos para ambos os lados...
E a saúde, como está?
Você tem cuidado do seu veículo físico como deve?
Não permita que o descuido lhe arrebate do corpo antes do tempo. Isso lhe traria sérios dissabores.
Assim, arrumar a mala quer dizer retirar da bagagem espiritual as mágoas, os rancores, a inveja, os ciúmes, os ódios, e outros detritos que pesam sobre a economia moral.
É buscar resolver todas as questões que nos tiram a paz. É desenvolver laços de verdadeira fraternidade com aqueles que nos rodeiam.
Os sentimentos infelizes que agasalhamos na alma, contra alguém, nos vinculam a esse alguém, nesta vida ou no além, perturbando-nos e infelicitando-nos.
Já os conhecimentos, as virtudes e os laços de afeto são excelentes contribuições para a conquista da felicidade.
Consideremos que o simples fato de viajar para o mundo espiritual não nos liberta das nossas mazelas e não nos retira as virtudes já conquistadas.
Somos, aqui ou no além-túmulo, herdeiros de nós mesmos.
Por isso é de suma importância termos a devida atenção para com a nossa bagagem espiritual.

Pense nisso!

Viver com sabedoria é não deixar o que pode ser resolvido hoje, para resolver num amanhã incerto...
Pense nisso, e procure deixar a sua mala sempre em ordem, para o caso de precisar partir sem ao menos poder dizer "até logo"...

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base na canção intitulada Estrela do Coração, de Ricardo Ribeiro.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 22:17
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UM ABRAÇO, EM NOME DA VIRGEM, FAZ MARAVILHAS

" Bezerra de Menezes acabava de presidir a uma das Sessões públicas da Casa de Ismael, na Av. Passos.
Era uma noite de terça –feira do mês de junho de 1896. Sua palavra esclarecida e carinhosa, à moda de uma chuva fina e criadeira, no dizer de M. Quintão, penetrava às almas de quantos, encarnados e desencarnados, lhe ouviam a evangélica dissertação sobre uma Lição do Livro da Vida!
Os olhos estavam marejados de lágrimas, tanto de ouvintes como os do próprio Orador.
Acabada a Sessão, descera Bezerra com passos tardo, ainda emocionado, as escadas da Federação Espírita Brasileira. E ia, humildemente, indagando dos mais íntimos, se ferira alguém com sua palavra, que lhe perdoassem o descuido e ia descendo e afagando a todos que o esperavam, ávidos de seus conselhos, dos seus sorrisos, do seu olhar manso e bom.
No sucedâneo da escada, localizou um irmão, de seus 45 anos, cabelos em desalinho, com a roupa suja e amarrotada.
Os dois se olharam. Bezerra compreendeu logo que ali estava um Caso, todo particular, para ele resolver.
Oh! Bendito os que têm olhos no coração! E Bezerra os tinha e os tem! E levou o desconhecido para um canto e lhe ouviu, com atenção, o desabafo e o pedido:
- Dr. Bezerra, estou sem emprego, com a mulher e os dois filhos doentes e famintos... E eu mesmo, como vê, estou sem alimento e febril!
- Bezerra, apiedado, verificou se ainda tinha algum dinheiro. Nada encontrou nos bolsos. Apenas a passagem do bonde...
- Tornou-se mais apiedado e apreensivo.
- E levantou os olhos já molhados de pranto para o alto e, numa Prece muda, pediu Inspiração a Maria Santíssima, seu Anjo Tutelar e solucionador de seus problemas. Depois, virando-se para o Irmão:
- Meu filho, você tem fé em Nossa Senhora? A Mãe do Divino Mestre, a nossa Mãe Querida?
- Tenho e muita, Dr. Bezerra!
- Pois, então, em seu Santíssimo Nome, receba este abraço.
- E abraçou o desesperado Irmão, envolvente e demoradamente. E, despedindo-se:
- Vá, meu filho, na Paz de Jesus e sob a proteção do Anjo da Humanidade.E, em seu lar, faça o mesmo com todos os seus familiares, abraçando-os, afagando-os. E confie Nela, no Amor da Rainha do Céu, que seu Caso há de ser resolvido.E Bezerra partira.
A caminho do lar meditava: teria cumprido seu dever, será que possibilitara ajuda ao irmão em prova, faminto e doente?
E arrependia-se por não lhe haver dado senão um abraço. Não possuía nenhum dinheiro. O próprio anel de grau já não estava nos seus dedos. Tudo havia dado. Não tendo dinheiro, dera algo de si mesmo, vibrações, bom ânimo, moeda da alma ao irmão sofredor e não tinha certeza de que isso lhe bastara...
E, neste estado de espírito, preocupado pela sorte de um seu semelhante, chegou ao lar.

***

Uma semana passara-se.
Bezerra não se recordava mais do sucedido. Muitos eram os problemas alheios. Após a sessão de outra terça-feira, descia as escadas da Federação.
Alguém, no mesmo lugar da escada, trazendo na fisionomia toda a emoção do agradecimento, toca-lhe o braço e lhe diz:
- Venho agradecer-lhe, Dr. Bezerra, o abraço milagroso que me deu na semana passada, neste local e nesta mesma hora.Daqui saí logo sentindo-me melhor. Em casa, cumpri seu pedido e abracei minha mulher e meus filhos. Na linguagem do coração, oramos todos à Mãe do Céu. Na água que bebemos, e demos aos familiares, parece, continha alimento; pois dormimos todos bem. No dia seguinte, estávamos sem febre e como que alimentados...
E veio-me uma inspiração, guiando-me a uma porta, que se abriu e alguém por ela saiu, ouviu o meu problema, condoeu-se de mim e me deu um emprego, no qual estou até hoje. E venho lhe agradecer a grande dádiva que o senhor me deu, arrancada de si mesmo, maior e melhor do que dinheiro!
- O ambiente era tocante!
Lágrimas caíam tanto dos olhos de Bezerra como do irmão beneficiado e desconhecido.
E uma prece muda, de dois corações unidos, numa mesma força gratulatória, subiu aos Céus, louvando Aquela que é, em verdade, a Porta de nossas Esperanças, a Mãe Sublime de todas as Mães, a Advogada querida de todas as Nossas Causas!
Louvado seja o nome de Maria Santíssima!
E abençoado seja o nome de quem, em seu Nome, num Abraço, fez maravilhas, a verdadeira Caridade Desconhecida! ”.
Ramiro Gama, livro Lindos Casos de Bezerra de Menezes,
13ª ed. São Paulo, Lake, 1998.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:02
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