Terça-feira, 24 De Abril,2007

PARA MEDITAR

“Se em vez do que vindes tentando improficuamente, procurásseis meios de vos tornardes agentes da lídima Fraternidade, exercida com tanta eficiência pelo Divino Modelo do Amor, já vos encontraríeis vitoriosos, espalmando alegrias que longe estariam de vos manter a alma assim torva e encapelada”.
A Caridade, meus amigos - permita-me que vo-lo recorde -, é a generosa redentora daqueles que se desviaram da rota delineada pela Providência!
Por isso mesmo o sábio Rabi da Galiléia ofereceu-a como ensinamento supremo à Humanidade, que Ele sabia divorciada da Luz, por mais fácil e mais rápido caminho para a regeneração!
É tempo já de pensardes com desprendimento na Divina Mensagem trazida por Jesus e de saturardes os arcanos do ser com algumas gotas das suas essências imortais e incomparáveis!
Avultam nas camadas sociais terrenas, como nas invisíveis, problemas dolorosos a serem solucionados, desvarios a serem moderados, infinitas modalidades de desgraças, desventuras acérrimas a afligirem a Humanidade, requisitando concurso fraterno de cada coração generoso a fim de serem ressarcidas, consoladas!
Nos hospitais, nas prisões, nas residências humildes como na opulência dos palácios, por toda à parte encontram-se mentes enoitadas pela incompreensão e pelo desespero, corações precipitados pelo ritmo violento de provações e de problemas insolúveis neste século! Em qualquer recanto onde se haja ocultado a descrença, onde a paixão se instale e a desventura e o infortúnio se mesclem de revolta ou desânimo; onde a honra, a moral, o respeito próprio e alheio não forem consultados para a prática das ações, e onde, enfim, a vida se converteu em fonte de animalidade e egoísmo, lavra a possibilidade de uma queda nos abismos de trevas onde vos agitastes entre raivosas convulsões!
Diligenciai por encontrar tais recantos: estão por aí, a cada passo!...
Aconselhai o pecador a deter-se, em nome da vossa experiência!... e apontai-lhe, como bálsamo para as amarguras, aquele mesmo que desdenhastes quando homem e hoje reconheceis como o único refrigério, a única força capaz de soerguer a criatura da desgraça para enobrecê-la a mirífica luz da conformidade nos prélios dignificantes de onde sairá vitoriosa, quaisquer que sejam as decepções que a açoitem: o Amor de Deus! A submissão ao Irrevogável! Tornai-vos consoladores, exercitando agenciar a Beneficência, segredando sugestões animadoras e reconfortativas ao coração das mães aflitas, dos jovens desesperados pelas desilusões prematuras, das desgraçadas mulheres atiradas ao lodo, cujos infortúnios raramente encontram a compassividade alheia, as quais sofrem insuladas entre os espinhos das próprias inconseqüências, desencorajadas de reclamarem, para si também, a ternura paternal de Deus, a que, como as demais criaturas têm sacrossantos direitos! São, todos estes, seres que estão a requisitar alento protetor dos corações sensíveis, bem-intencionados, quando mais não seja com a dádiva luminosa de uma prece!
Pois dai-lho, uma vez que também o recebestes de almas serviçais e ternas, quando vos encontráveis a bracejar entre bramidos de dor, nas trevas que vos surpreenderam após a tragédia em que vos deixastes enredar!
Preferi, portanto, as manobras santificantes da Caridade discreta e obscura, preferi!... E bem cedo reconhecereis, através das trilhas que haveis de palmilhar, as florescências de muito doces alegrias...”“.

Nota: trecho de conselhos de um Espírito Superior, dirigindo-se a um grupo de suicidas, incluindo aí Camillo Castello Branco, quando se encontravam em recuperação no Plano Espiritual.
Espírito Camillo Castelo Branco
Yvonne A. Pereira
Obra: Memórias de um Suicida - FEB
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 21:47
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Segunda-feira, 16 De Abril,2007

O LIVRO DOS ESPÍRITOS: 150 ANOS

18 de abril de 1857

Cesar Soares dos Reis
Certa feita perguntaram a Jesus qual o maior dos mandamentos. Encontramos a resposta em Mateus (22:37), em Marcos (12:3) e em Lucas (10:26). O amor sintetiza a base real do Cristianismo.
A aquisição dessa capacidade de amar, do amor que estabelece um elo entre Deus e as criaturas, do amor que tornará possível a coexistência de seres humanos tão distintos uns dos outros, deve ser uma conquista individual. Onde houver amor haverá trabalho incessante, solidariedade regeneradora, tolerância fraternal. São as bases do dinamismo cristão, a essência do processo evolutivo. Todos temos que atuar duramente no esforço constante da vida, fazendo surgir desse esforço o bem comum, transformando sentimento em comportamento amoroso.
Por certo Jesus sabia que eram ensinamentos muito avançados para aquele tempo. Prometeu então enviar o Consolador (João, 14:16) com a dupla finalidade de rememorar seus ensinamentos e ampliá-los com novos aspectos. Jesus semeou para o tempo da eternidade.
O Espiritismo é o herdeiro da dinâmica cristã porque não se cansa de apregoar a importância da responsabilidade pessoal e de proclamar que cabe ao homem a solução do seu magno problema de felicidade. O Espiritismo desperta no homem a noção da grande seriedade no estudo e na exemplificação, no conhecimento e na prática dos valores cristãos para que possa, com seu trabalho próprio, transformar a Terra de provas e expiações num paraíso de redenção.
Para os espíritas chegou à hora de colocar a mão no arado.
A Terceira Revelação tem uma grande novidade: agrega o aspecto científico aos aspectos morais e religiosos. Na verdade apresenta ao homem, pela primeira vez, um conjunto em que ciência, filosofia e religião são ramos de uma mesma árvore que tem suas raízes assentadas no coração de Deus, nosso Pai.
O Espiritismo tem várias novidades extraordinárias. A idéia de Deus causa primária de todas as coisas. Um Deus-presença integral em cada ponto e em cada não-ponto do Universo. Sábio, justo, perfeito, um Deus sem humores variáveis, sem barba, sem cetro, porque não é uma pessoa física.
Um Deus, ao mesmo tempo lei inexorável e misericórdia permanente e construtiva. A evolução também é apresentada pela primeira vez ao ser humano como uma conseqüência da própria criação. Não haveria criação sem evolução e não haveria evolução sem criação contínua e permanente, partindo do hausto da divindade, nele se alimentando e crescendo continuadamente até onde nossa inteligência não percebe nosso entendimento não alcança. A evolução não é apenas a prevalência do mais forte.
Ela é da natureza de tudo que é criado. Essa percepção é uma novidade do Consolador.
Nesse contexto, a reencarnação se coloca naturalmente dentro do processo evolutivo.
Do elemento mais primitivo ao arcanjo, há todo um contínuo. Do reino mineral, através dos vírus cristalinos, a vida desabrocha e evolui. Desde os elementos de uma só célula às multicomplexas estruturas vegetais, a evolução permite o surgimento da respiração, da alimentação, da excreção, da reprodução. Do reino vegetal passamos ao reino animal onde percebemos o grande predomínio das funções instintivas, o nascimento da inteligência, dos processos de agrupamentos, com o surgimento de lideranças e de diversos aspectos psicológicos e sociológicos. Chegamos ao ser humano onde além de todas as funções encontradas nos reinos mineral, vegetal e animal, surge à sensibilidade, que lhe permite a poesia, a música, a criatividade, de maneira geral, e a fé, a esperança e a caridade.
Ao lado da sensibilidade, o livre-arbítrio cresce proporcionalmente à sua evolução.
Pela primeira vez na História da humanidade, a reencarnação é apresentada como instrumento de evolução e na aplicação direta da lei de causa e efeito. E mais, o limite superior da reencarnação está ligado ao limite da própria evolução humana, chegando a um novo reino, apresentado anteriormente por Jesus: o reino dos Céus.
Também não foi o Espiritismo que inventou a mediunidade. Pela primeira vez, porém, ela aparece como atributo humano, indissociável da sua condição de ser divino em processo de aproximação em relação a Deus. A mediunidade está ligada à nossa condição de seres divinos. Hoje, assume, muitas vezes, aspectos primitivos. No futuro, será pura intuição e poderemos também dizer: já não sou mais eu quem vive, é o Pai que vive em mim (Paulo: Gálatas, 2:20).
A mediunidade colocada sob o aspecto da comunicação transcendente é uma novidade espírita.
Fecha-se, assim, o circuito do conhecimento humano. Por isso o Espiritismo possui – e isso é outra novidade – tríplice aspecto que, na verdade, é uno: ciência, filosofia e religião. Não é uma revelação bíblica, mosaica ou judaica, não é uma revelação evangélica associada a uma leitura piedosa, mística, de culto ou ritual. É uma síntese que abarca todas as questões humanas, morais, intelectuais, científicas, técnicas, organizacionais, sociais, de conduta, de ética. Pela primeira vez temos respostas claras sobre nossa origem, nossa destinação e a explicação dos dilemas, problemas, alegrias, angústias, paz, felicidade.
Outra questão interessante e nova do Espiritismo é que, pela primeira vez, aparece uma revelação que não se diz definitiva, pronta e acabada. É o Codificador Allan Kardec que adverte: “Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrarem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificará nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará” (“A Gênese”, capítulo 1, item 55).
É ainda Allan Kardec que ensina: “Por meio do Espiritismo, a humanidade tem que entrar numa nova fase, a do progresso moral que lhe é conseqüência inevitável” (“O Livro dos Espíritos”, Conclusão, capítulo 5).
“O Livro dos Espíritos” foi lançado numa época muito especial. Surgiu na França, cérebro do mundo, na oportunidade.
Apareceu num tempo onde o materialismo dilacerava as religiões dominantes, com perguntas inquietantes e sem respostas. Darwin lançou, em 1858, seu trabalho sobre a evolução com base na seleção natural. Final do século XIX, início do século XX, nascem uma nova Física, uma nova Química, uma Biologia nova, além do nascimento da Psicologia, da Sociologia, da Psicanálise. Tempo em que a produção, a economia, a indústria se reformularam inteiramente. Logo viriam os automóveis, os aviões e, também, as guerras mundiais. O século XX gerou um incrível progresso científico e tecnológico.
Resolvemos de maneira brilhante os problemas da inteligência. Já os problemas da convivência, aí estão ameaçando o século XXI.
Neste cenário tão diferente, a humanidade clama por novos conceitos de fé, conceitos que sustentem o progresso científico.
Agora é a hora da fé por sintonia vibratória, da fé pela razão. Não mais o tempo do crê ou morre. Entender para crer, crer para sintonizar, sintonizar para vibrar no mesmo diapasão de estímulos superiores que geram o bem, a luz e a paz.
Há um plano do Alto para a Humanidade. Aproxima-se a era da regeneração. “O Livro dos Espíritos” é a primeira clarinada da nova era. Lançado em 1857, re-arruma as idéias sobre Deus, as causas primárias, o Universo, a Criação, o princípio vital, bases da sua filosofia, em 75 questões. Seguem-se 538 questões com as revelações do mundo espiritual. Encontramos o Espírito, sua origem e natureza, suas atividades, os mundos habitados, a reencarnação, o perispírito. Na terceira parte, com 306 questões, há o monumento de sabedoria constituído pelas leis morais, que não diferem, em sua essência, das demais leis universais e que caracterizam a mensagem para uma nova conduta moral do homem e da sociedade humana. Seguem-se mais 99 questões sobre as esperanças e consolações, que nos levam ao entendimento da conquista da felicidade. O livro tem ainda uma introdução que sintetiza a obra e prolegômenos, onde Allan Kardec anuncia os espíritos como força da natureza, declara que o livro foi escrito por ordem e sob o ditado de Espíritos Superiores, para o estabelecimento de uma filosofia racional, isenta de preconceitos do espírito de sistema. Finalmente, na Conclusão, aparece claramente a idéia de que o progresso da Humanidade tem seu princípio baseado na lei de justiça, amor e caridade. Diz ainda que essa lei seja fundada na certeza do futuro.
Quando comemoramos os 150 anos de “O Livro dos Espíritos”, lembramos que ele é a clarinada da nova era. Que possamos despertar, nessa alvorada anunciada, para construir o tempo novo, um futuro melhor.
Que nossa homenagem ao lançamento desse livro de luz seja a iluminação de nós mesmos pelo esforço de renovação íntima e pelo trabalho diuturno no Bem, para que o Amor seja a razão profunda da nossa vida.
Foi para isso que “O Livro dos Espíritos” veio.
Retirado do SEI nº. 2037
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 23:38
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Terça-feira, 03 De Abril,2007

NOTICIAS DE MARIA, A MÃE DE JESUS

Todas as religiões cristães reverenciam, com extremado carinho e profunda gratidão, a figura ímpar de Maria de Nazaré, a sublime mãe de Jesus.
No Espiritismo - doutrina que se assenta em bases científicas, filosóficas e religiosas, sendo que, nesta última, como Cristianismo redivivo, caracteriza o Consolador prometido por Jesus - também aprendemos a reconhecer em Maria uma Entidade evoluidíssima, que já havia conquistado, há 2000 anos, elevadas virtudes, tornando-a apta a desempenhar na crosta terrestre tão elevada missão, recebendo em seus braços o Emissário de Deus que se fez menino para se transformar "no modelo da perfeição moral que a Humanidade pode pretender sobre a Terra." (1)

Além do que se conhece nas antigas tradições religiosas, especialmente no Novo Testamento, encontramos na literatura espírita outros importantes dados biográficos de Maria, que vieram até nós por via mediúnica, naturalmente extraídos de arquivos fidedignos do Mundo Espiritual, revelando-nos que Ela continua até hoje zelando com muito carinho pela Humanidade terrestre, encarnada e desencarnada.

PREPARATIVOS E INÍCIO DA MISSÃO

Conta-nos Emmanuel que, precedendo a vinda de Jesus, entidades angélicas se movimentaram, tomando vastas e importantes providências no Plano Espiritual.
"Escolhem-se os instrutores, os precursores imediatos, os auxiliares divinos. Uma atividade única registra-se, então, nas esferas mais próximas do planta, (...)."
Com a chegada do Mestre "a manjedoura assinalava o ponto inicial da lição salvadora do Cristo, como a dizer que a humildade representa a chave de todas as virtudes. (...) Debalde os escritores materialistas de todos os tempos, vulgarizaram o grande acontecimento, ironizando os altos fenômenos mediúnicos que o precederam. As figuras de Simeão, Ana, Isabel, João Batista, José, bem como a personalidade sublimada de Maria, têm sido muitas vezes objeto de observações injustas e maliciosas; mas a realidade é que somente com o concurso daqueles mensageiros da Boa Nova, portadores da contribuição de fervor, crença e vida, poderia Jesus lançar na Terra os fundamentos da verdade inabalável." (2)

PRIMEIROS TEMPOS, DRAMA DO CALVÁRIO E MUDANÇA PARA ÉFESO

O Espírito de Humberto de Campos narra, num de seus livros, a importante visita que Isabel e seu filho João batista fizeram ao lar de Jesus, em Nazaré, propiciando oportuno encontro entre as duas crianças que revolucionariam o Mundo...
O diálogo entre as duas primas é muito significativo, revelando-se perfeitamente preparadas para a sublime tarefa, como veremos neste pequeno trecho:
" - O que me espanta - dizia Isabel com caricioso sorriso - é o temperamento de João, dado às mais fundas meditações, apesar da sua pouca idade.
(...) - Essas crianças, a meu ver - respondeu-lhe Maria, intensificando o brilho de seus olhos - , trazem para a Humanidade a luz divina de um caminho novo. Meu filho também é assim, envolvendo-me o coração numa atmosfera de incessantes cuidados. Por vezes, vou encontrá-lo a sós, junto das águas, e, de outras, em conversação profunda com os viajantes que demandam a Samaria ou as aldeias mais distantes, nas adjacências do lado. Quase sempre, surpreendo-lhe a palavra caridosa que dirige às lavadeiras, aos transeuntes, aos mendigos sofredores... Fala de sua comunhão com Deus com uma eloquência que nunca encontrei nas observações dos nossos doutores e, constantemente, ando a cismar, em relação ao seu destino."
Nesse mesmo livro, Humberto de Campos dedica o derradeiro capítulo a Maria, descrevendo as suas impressões íntimas diante do Filho crucificado... a sua curta estadia em Batanéia.... a mudança, com João Evangelhista, para Éfeso, onde "estabeleceriam um pouco e refúgio aos desamparados, ensinariam as verdades do Evangelho a todos os espíritos de boa vontade e, como mãe e filho, iniciariam uma nova era de amor, na comunidade universal."

De fato, "a casa de João, ao cabo de algumas semanaas, se transformou num ponto de assembléias adoráveis (...) Maria externava as suas lembranças. Falava dele com maternal enternecimento, enquanto o apóstolo comentava as verdades evangélicas, apreciando os ensinos recebidos. E não foi tio singelo e generoso. (...) Sua choupana era, então, conhecida pelo nome de 'Casa da Santíssima'. (...) Eram velhos trôpegos e desenganados do mundo, que lhe vinham ouvir as palavras confortadoras e afetuosas, enfermos que invocavam a sua proteção, mães infortunadas que pediam a benção de seu carinho." (3)

LUCAS RECEBE INFORMAÇÕES DE MARIA
PARA FUNDAMENTAR O SEU EVANGELHO

Segundo narrativa de Emmanuel, o Apóstolo Paulo, ao visitar Éfeso, atendendo insistentes chamados de João, para promover a fundação definitiva da igreja cristã naquela cidade, "com delicadeza extrema, visitou a Mãe de Jesus na sua casinha singela, que dava para o mar. Impressionou-se fortemente com a humildade daquela criatura simples e amorosa, que mais se assemelhava a um anjo vestido de mulher. Paulo de Tarso interessou-se pelas suas narrativas cariciosas, a respeito da noite do nascimento do Mestre, gravou no íntimo suas divinas impressões e prometeu voltar na primeira oportunidade, a fim de recolher os dados indispensáveis ao Evangelho que pretendia escrever para os cristãos do futuro. Maria colocou-se à sua disposição, com grande alegria."

Numa próxima viagem, a caminho da Palestina pela última vez, Paulo de Tarso também passou, rapidamente, por Éfeso e "a própria Maria, avançada em anos, acorrera de longe em companhia de João e outros discípulos, para levar uma palvra de amor ao paladino intimorato do Evangelho de seu Filho."

E mais tarde, quando o Apóstolo dos gentios esteve preso, por dois anos, em Cesaréia, aproveitou esse período para manter relações constantes com as suas igrejas. "A esse tempo, o ex-doutor de Jerusalém chamou a atenção de Lucas para o velho projeto de escrever uma biografia de Jesus, valendo-se das informações de Maria; lamentou não poder ir a Éfeso, incumbindo-o desse trabalho, que reputava de capital importância para os adeptos do cristianismo. O médico amigo satisfez-lhe integralmente o desejo, legando à posteridade o precioso relato da vida do Mestre, rico de luzes e esperanças divinas." (5)

A DESENCARNAÇÃO E SEU
PRIMEIRO TRABALHO NO MUNDO MAIOR

A dedsencarnação de Maria, assistida por Jesus, é descrita pormenorizadamente por humberto de Campos, no final do último capítulo do livro referido anteriormente. Segundo ele, ao libertar-se do vaso físico, Ela desejou, primeiramente, rever a Galiléia e logo em seguida visitou os cárceres sombrios de Roma, repletos de discípulos do Mestre que aguardavam a morte certa, quando lhes infundiu a força da alegria cristã, transmitindo a seguinte sugestão a uma jovem encarcerada:

" - Canta, minha filha! Tenhamos bom ânimo!.... Convertemos as nossas dores da Terra em alegrias para o Céu!..."

(...) Logo, a caravana majestosa conduziu ao Reino do Mestre a bendita entre as mulheres e, desde esse dia, nos tormentos mais duros, os discípulos de Jesus têm cantado na Terra, exprimindo o seu bom ânimo e a sua alegria, guardando a suave herança de nossa mãe Santíssima." (4)

OUTROS TRABALHOS NO MAIS ALÉM

Em belíssima e comovente poesia, intitulada "Retrato de Mãe", Maria Dolores descreve a assistência maternal e efetiva prestada pelo Espírito de Maria a Judas, que se encontrava em região umbralina, cego e solitário, muito tempo depois da crucificação do Mestre.

No final do diálogo com o discípulo suicida, em grande sofrimento preso a terrível remorso, a Benfeitora convence-o argumentando com profundo amor:

"Amo-te, filho meu, amo-te e quero
Ver-te, de novo, a vida
Maravilhosamente revestida
De paz e luz, de fé e elevação...
Virás comigo à Terra,
Perderás, pouco a pouco, o ânimo violento,
Terás o coração
Nas águas de bendito esquecimento,
Numa nova exist~encia de esperança,
Levar-te-ei comigo
A remansoso abrigo,
Dar-te-ei outra mãe! Pensa e descansa!...

E Judas, neste instante,
Como quem olvidasse a própria dor gigante
ou como quem se desagarra
De pesadelo at´roz,
Perguntou: - quem sois vós
Que me falais assim, sabendo-me traidor?
Sois divina divina, irradiando amor
Ou anjo celestial de quem pressinto a luz?!

No entanto, ela a fitá-lo, frente a frente,
Respondeu simplesmente:
- Meu filho, eu sou Maria, sou a mãe de Jesus." (6)

No livro mediúnico Memórias de um Suicida inteiramo-nos da notável e completa assistência aos suicidas, em profundo sofrimento no Além , pela Legião dos Servos de Maria, "chefiada pelo grande Espírito Maria de Nazaré, ser angélico e sublime que na Terra mereceu a missão honrosa de seguir, com solicitudes maternais, Aquele que foi o redentor dos homens!"

Um setor muito importante da assistência aos suicidas é a Cidade Universitária, que abriga as entidades com alta do departamento Hospitalar e, naturalmente, aptas para frequentá-la. O diretor dessa Cidade, Irmão Sóstenes ao receber um novo grupo de aprendizes, assim explicou-lhes a sua origem: "Maria, sob o beneplácito de seu Augusto Filho, ordenou sua criação para que vos fosse proporcionada ocasião de preparativos honrosos para a reabilitação indispensável. Encontrareis no seu amor de mãe sustentáculo sublime para vencerdes o negror dos erros que vos afastaram das pegadas do Grande Mestre a quem deveis antes amor e obediência! Espero que sabereis compreender com inteligência as vossas próprias necessidades..."

Em outro passo da obra, um Mentor esclareceu: "Geralmente, porém, os avisos e as ordens vê de Mais Alto... de lá, onde paira a assistência magnânima da piedosa Mãe da Humanidade, a Governadora de nossa Legião... Se as entidades em apreço não pertencem à sua tutela direta de Guardiã, poderá o Guardião da falange ou da legião a que pertencerem impetrar o seu favor em prol dos transviados, seu amoroso concurso para o alvo a ser colimado, porquanto existe fraterna solidariedade de entre as várias agremiações do universo Sideral, infinitamente mais perfeitas que as existentes entre as nações físico-terrenas... (...) No entanto, se a outro eminente Espírito for dirigida a súplica, será esta encaminhada a Maria e seguir-se-ão as mesmas providências, pois, como vimos afirmando, é Maria a sublime acolhedora dos réprobos que se arrojaram aos temerosos abismos da morte voluntária.... Tudo isso, porém, não quererá certaente dizer que nossa Excelsa Diretora precisará esperar súplicas e pedidos de quem quer que seja a fim de tomar suas caridosas providências! Ao contrário, estas foram perenemente tomadas, com a manutenção dos postos de observação e socorro especiais para suicidas;"


Ao apresentar o destacado educador Aníbal aos novos alunos, IrmãoSóstenes prestou-lhes importante informação, nestes termos: "(...) É que Aníbal vinha sendo, para isso, preprado desde eras afastadas! (...) ... Até que um dia, glorioso para o seu Espírito de servo fiel e amoroso, ordem direta desceu das altas esferas de luz, como graça concedida por tantos séculos de abnegação e amor: ' - Vai, Aníbal.... e dá dos teus labores à Legião de Minha Mãe! Socorre com Meus ensinamentos, que tanto prezas, os que mais destituídos de luzes e de forças encontrares, confiados aos teus cuidados... Pensa, de preferência, naqueles cujas mentes hão desfalecido sob as penalidades do su´cídio... Entreguei-os, de há muito, à direção de Minha Mãe, porque só a inspiração maternal será bastante caridosa para erguê-los para Deus!" (7)

Quando da visita de estudos sobre a lei de causa e efeito ao Templo da "Mansão Paz", importante instituto de reajuste localizado nas regiões inferiores, os Espíritos Andr´´e Luiz e Hilário colheram valiosas observações. Ao analisarem o caso de uma veneranda senhora que orava fervorosamente, invocando a proteção de Mãe Santíssima pelos filhos transviados, receberam do instrutor Silas a seguinte elucidação: " - Isso, contudo, não significa que a prece esteja sendo respondida por ela mesma. Petições semelhantes a esta elevam-se a planos superiores e aí são acolhidos pelos emissários da Virgem de Nazaret, a fim de serem examinadas e atendidas, conforme o critério da verdadeira sabedoria." (8)

RETRATO DE MARIA



Algum tempo após tomarmos conhecimento de um novo quadro de Maria, a Mãe de Jesus, divulgado num programa daTV Record, de São Paulo, com a presença de Francisco Cândido Xavier, procuramos esse médium amigo para colher dele maiores esclarecimentos sobre a origem do mesmo.

Contou-nos, então, Chico Xavier, no final da reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, na noite de 1º de dezembro de 1984, que com vistas às homenagens do Dia das Mães de 1984, o Espírito ao fotógrafo Vicente Avela, de São Paulo. Esse trabalho artístico foi sendo realizado aos poucos, desde meados de 1983, com retoques sucessivos realizados pela grande habilidade de Vicente, em mais de vinte contatos com médium mineiro, na Capital paulista.

Em nossa rápida entrevista, Chico frisou que a fisionomia de Maria, assim retratada, revela tal qual Ela é conhecida quando de Suas visitas às esferas espirituais mais próximas e pertubadas da crista terrestre; como, por exemplo, disse-nos ele, na Legião dos Servos de Maria, grande instituição de amparo aos suicidas detalhadamente no livro Memórias de um Suicida, recebido mediunicamente por Yvone A. Pereira.

E, ao final do diálogo fraterno, atendendo nosso pedido, Chico forneceu-nos o endereço do fotógrafo-artista, para que pudéssemos entrevistá-lo oportunamente, podendo assim registrar mais algum detalhe do belo trabalho realizado.

De fato, meses após essa entrevista, tivemos o prazer de conhecer o sr. Vicente Avela, em seu próprio ateliê, há 30 anos localizado na Rua Conselheiro Crispiniano, 343, 2º andar, na Capital paulista, onde nos recebeu atenciosamente.

Confirmando as informações do médium de Uberaba ele apenas destacou que, de fato, não houve pintura e sim um trabalho basicamente fotográfico, fruto de retoques num retrato falado inicial, tudo sob a orientação mediúnica de Chico Xavier.

Quando o sr. Vicente concluiu a tarefa, com a arte final em pequena foto branco-e-preto, ele a amplicou bastante e coloriu-a com tinta a óleo (trabalho em que é perito, com experiência adquirida na época em que não havia filmes coloridos e as fotos em preto-e-branco eram coloridas a mão.), dando origem à tela que foi divulgada.

Nesse encontro fraterno, também conhecemos o lindo quadro original à vista emparede de seu escritório, e ao despedirmo-nos, reconhecidos pela atenção, o parabenizamos por esse árduo e excelente trabalho, representando mais uma notícia da vida espiritual de Maria de Nazaré, que continua amparando com imenso amor maternal a Humanidade inteira.

Bibliografia: Anuário Espírita 1986 - Instituto de Difusão Espírita - IDE
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 22:33
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  • Também não gosto dessas igrejas evangélicas (prote...
  • Este texto bonito. escrever é uma terapia natural ...

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