Domingo, 29 De Julho,2007

OS PORTÕES DE CHEGADA

Cada abraço daqueles, guarda uma história diferente...
Cada reencontro daqueles revela um outro mundo, uma outra vida, diversa da nossa, da sua...
Se você nunca teve a oportunidade de observar, por mais de cinco segundos, todas aquelas pessoas - desconhecidos numa multidão - esperando seus amigos, seus familiares, seus amores, não tenha medo de perceber da próxima vez, a magia de um momento, de um lugar.
Falamos dos portões de chegada de um aeroporto, um desses lugares do mundo onde podemos notar claramente a presença grandiosa do amor.
Invisível, quase imperceptível, ali ele está com toda sua sublimidade.
Nas declarações silenciosas de um olhar tímido. No calor ameno de um abraço apertado. No breve constrangimento ao tentar encontrar palavras para explicá-lo.
Na oração de três segundos elevada ao alto - agradecendo a Deus por ter cuidado de seu ente querido que retorna.
Richard Curtis, que assina a produção cinematográfica de nome "Love actually" - traduzida no Brasil como "Simplesmente amor", traz essas cenas com uma visão muito poética e inspirada.
O autor oferece na primeira e última cenas do filme exatamente a contemplação dos portões de chegada de um aeroporto, e de seu belíssimo espetáculo representando a essência do amor.
Ouve-se um narrador nos primeiros segundos, confessando que toda vez que a vida se lhe mostrava triste, sem graça, cruel, ele se dirigia para o aeroporto para observar aqueles portões, e ali encontrava o "amor por toda parte".
Seu coração alcançava uma paz, um alívio, em notar que o amor ainda existia, e que ainda havia esperança para o mundo.
Isso tudo pode parecer um tanto "poético" demais para os mais práticos, é certo.
Assim, a melhor forma de compreender a situação proposta é a própria vivência.
Sugerimos que faça a experiência de, por alguns minutos, contemplar essas cenas por si mesmo, seja na espera de aviões ou outros meios de transporte coletivos.
Propomos que parta de uma posição mais analítica, de início, com algumas pitadas de curiosidade:
"Que grau de parentesco possui aquelas pessoas?"- "Há quanto tempo não se vêem?"- "De onde chegam?"
Ou, quem sabe, sobre outros: "Que histórias têm para contar!"- "O que irão narrar por primeiro ao saírem dali? Sobre a família, sobre a viagem, sobre a espera em outro aeroporto?"
Ao perceber lágrimas em alguns olhos, questione: "De onde elas vêm?”.
- "Há quanto tempo não se encontram?”.
- "Que felicidade não existe dentro da alma naquele momento!”.
Por fim, reflita:
"Por quanto tempo àquele instante irá ficar guardado na memória!". O instante do reencontro...
Tudo isso poderá nos levar a uma analogia final, a uma nova questão: não seria a Terra um imenso aeroporto? Um lugar de chegadas e partidas que não param constantes, inevitáveis?
Pensando nos portões de chegada na Terra, lembramos dos bebês, que abraçamos ao nascerem, com este mesmo amor daqueles que esperam num aeroporto por seus amados.
Choramos de alegria, contemplando a beleza de uma nova vida, e muitas vezes este choro é de gratidão pela oportunidade do reencontro.
É um antigo amor que, por vezes, volta ao nosso lar através da reencarnação.
Pensando agora nos portões de partida, inevitavelmente lembramos da morte, da despedida.
Mas este sentir poderá ser também feliz!
Como o sentimento que invade uma mãe ou um pai que dá adeus a um filho que logo embarcará em direção a outro país, a fim de fazer uma viagem de aprendizagem, de estudo, ou profissional.
Choram sim, de saudade, mas o sentimento que predomina no bom coração dos pais é a felicidade pela oportunidade que estão recebendo, pois têm consciência de que aquilo é o melhor para ele no momento.

* * *

Vivemos no aeroporto Terra.
Todos os dias milhares partem, milhares chegam.
Chegadas e partidas são inevitáveis.
O que podemos mudar é a forma de observá-las.

Texto da Redação do Momento Espírita com base no cap. Os portões de chegada, do livro O que as águas não refletem, de Andrey Cechelero.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 21:16
link do post | comentar
Segunda-feira, 23 De Julho,2007

CATÁSTROFES E ACIDENTES - QUAL O MOTIVO DE EXISTIREM ?

O acidente com o Airbus da Companhia Tam, ocorrido em 17 de Julho de 2007, em São Paulo, que levava 176 pessoas, causando a morte de todos os passageiros, traz, novamente, de maneira vigorosa e tormentosa, a pergunta:
Como aconteceu isso?
Por que ocorrem essas tragédias coletivas?
Surgem outras perguntas: por que algumas pessoas se salvaram ou porque desistiram da viagem ou porque perderam o vôo?
Qual o motivo que algumas pessoas potencialmente candidatas a estarem no meio do acidente, se safaram?
Não resta dúvida que a Doutrina Espírita consegue explicar coerentemente e dá uma explicação fácil de ser entendida, além de trazer o consolo para as aflições.
Para a maior parte das pessoas essas tragédias coletivas formam uma idéia cujo significado é ambíguo ou incompreensível.
Perante o acontecimento funesto vem a nossa mente, a lembrança recente do acidente com o avião da Gol ocorridos há 10 meses, que deixou 155 mortos na Mata Amazônica e bem como desastres de triste memória tais como: o incêndio no Edifício Joelma em São Paulo, o incêndio de um circo em Niterói, o evento da tsunami na Ásia, inundações, terremotos e, perante tudo isso, a ocorrência de tão graves episódios, faz com que a fé titubeie, mostra-se oscilante e, não raro, aparece a indignação, a desesperança e a vacilação da crença. Fala-se que Deus está castigando a Humanidade.
Kardec indagou a Espiritualidade sobre o sofrimento coletivo nas perguntas 737 a 741 cuja leitura indica.
Só a reencarnação tem o poder de explicar essas ocorrências. Nós, ao longo das vidas, cometemos crimes bárbaros e hediondos, chacinas em que foram sacrificadas mulheres e crianças. Os débitos contraídos foram extremamente dolorosos e são, assim, resgatados no médio prazo.
Essa explicação, às vezes, não é bem recebida pela maioria das pessoas, que se indignam com essa tentativa de esclarecimento. À medida que o Ser Humano o evolui tem seu entendimento aclarado e ampliado. Vê uma lógica irrefutável em resposta a sua angústia.
Existe um vasto conhecimento trazido, nos livros espíritas, através da mediunidade de muitas criaturas, de forma romanceada, explicando como se aproximam as criaturas com afinidades, quando envolvidas e comprometidas, cuja força não dá para resistir.
No livro “O Céu e o Inferno” (edição Mundo Maior, capitulo 7º - As Penas Futuras – Segundo o Espiritismo, item III (“A justiça humana não faz distinção de individualidade dos seres que castiga, medindo o crime por si mesmo. Atingem indistintamente aqueles que o cometeram e a mesma pena é atribuída ao culpado, sem distinção de sexo ou grau de educação. A justiça divina procede diferente: as punições são impostas de acordo com o grau de progresso dos culpados. Crimes iguais não significa que os indivíduos sejam iguais. (.....) Então, não são mais as trevas que castigam e sim a intensidade da luz espiritual, que ultrapassa a inteligência terrena e o faz sentir a angústia de uma ferida aberta”).
Então, através do Espiritismo, aprendemos que para sanar nossos equívocos soa necessárias três ações: arrepender, expiar e reparar.
"O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa”.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 21:13
link do post | comentar

mais sobre mim

pesquisar

 

Julho 2007

D
S
T
Q
Q
S
S
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
24
25
26
27
28
30
31

últ. comentários

  • Também não gosto dessas igrejas evangélicas (prote...
  • Este texto bonito. escrever é uma terapia natural ...

mais comentados

subscrever feeds

blogs SAPO


Universidade de Aveiro