NÃO TE DESFAÇAS DO TEU COMPANHEIRO

Quem mora, anda ou trabalha contigo é peça importante em tua vida. Não deves esquecer a tua cooperação na manutenção do mútuo entendimento espiritual. Se desejas quebrar o vínculo com as pessoas, simplesmente por meras distrações do respeito delas para contigo, estás deixando de aplicar a lei do perdão, de que tanto Jesus nos falava, em relação àqueles que nos ofendem. Quantos irmãos se aproximam de nós bem intencionados e, por vezes, acabam nos criando problemas? Mas, no impulso do revide, aniquilamos ou tentamos aniquilar a nossa amizade para com eles. A ponderação passa desapercebida e vamos, cada vez mais, ficando distantes dos companheiros.
Quantas vezes durante o ano, durante uma semana, ou um mês, não recebes ofensas do cônjuge, filhos e outros parentes e, ao passar algum tempo, já te esqueceste de tudo, pela intervenção dos laços sangüíneos? Por que não fazes o mesmo com os outros que te cercam e te ajudam a viver nas lutas de cada dia?
A justiça nos manda perdoar sem distinção de classes. Ela é o amor na feição do equilíbrio emocional, que funciona como terapia nos distúrbios das irritações morais.
Jamais desfaças as amizades por simples contrariedades. Mesmo distantes um do outro, ora por todos que te ofendem e caluniam. Isso é regra cristã que não caiu em desuso, permanecendo límpida e vibrante, desafiando tempo e espaço, para ajudar os que dormem na ignorância das leis. Nunca deves invalidar os direitos dos outros. As tentativas do aprendizado são numerosas, a fixação do ensino é demorada. É como que um despertar da luz no coração e na consciência e não se faz de um dia para outro. Se ignoras essa demora, e o teu passado?
Quantos não te toleraram para que pudesses conquistar o que já granjeaste nas tuas andanças pelo mundo? Existe escala até para o Amor. Vê e compara o homem das cavernas e a vida de um santo: as manifestações de amor de um e de outro são diferentes, como diferentes são os estados evolutivos de cada posição espiritual.
O homem alimenta o amor próprio, achando que isso é um dever; nutre o amor de família, como sendo compromisso e, com isso, deixa surgir o egoísmo e o orgulho, que têm as falsas aparências de manutenção da tranqüilidade e da honra. Já a vida de um místico é completamente diferente: o seu amor é universal, semelhante aos braços da luz solar, acolhendo a todos com o mesmo calor; imita a água, saciando a sede de quem a toma, sem distinção; copia a terra que aceita quem nela pisa, do animal ao anjo.
Estamos caminhando para esse comportamento do amor sem fronteiras, que se torna luz no coração de quem ama no verdadeiro sentido da palavra Amor. Não tentes quebrar teu relacionamento com as pessoas em virtude de simples distrações delas para contigo. Quantas vezes não fizeste o mesmo com os outros? Cada perdão que a tua conduta fizer figurar em tua vida é um raio de luz que acendes em favor da harmonia universal e essa claridade te servirá nos caminhos que haverás de percorrer. Aproveita as oportunidades de desfazer incompreensões, criando entendimento por onde passares, que a tua consciência marcará a tua vitória no reino que escolheste para viver.
Quem destrói amizades, está desligando fios divinos que conduzem vida para o seu próprio coração.
pelo espírito Lancellin
do livro Cirurgia Moral
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:07
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