Terça-feira, 31 De Março,2009

ANTONIO LUIZ SAYÃO

Nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 12 de abril de 1829 e retornou à Espiritualidade no dia 31 de março de 1903, próximo a completar 74 anos de idade
Pioneiríssimo trabalhador do Espiritismo no Rio de Janeiro, quiçá do Brasil, foi um dos fundadores do Grupo dos Humildes, depois Grupo Ismael da Federação Espírita Brasileira, do qual foi diretor. Sayão tornou-se espírita no ano de 1878 e como autêntico trabalhador e colaborador de Jesus e Ismael, começou de imediato nas atividades, destacando-se entre os grandes pioneiros do Espiritismo. Foi o Grupo Ismael, verdadeira fortaleza moral, que levantou o ânimo dos trabalhadores da FEB e conseguiu fazê-la a Casa Máter do Espiritismo no Brasil, arregimentando homens da envergadura moral de Bittencourt Sampaio, Bezerra de Menezes, Ewerton Quadros, Dias da Cruz e tantos outros baluartes da Boa Nova. A vida de Sayão foi um exemplo de amor e trabalho. Escritor, Jornalista, Pregador, dedicado à assistência aos necessitados e itimorato propagador da Doutrina.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 02:25
link do post | comentar

31.03.1869 - DESENCARNE DE ALLAN KARDEC



No dia 31 de março de 1869 desencarnou Allan Kardec, vítima do rompimento de um aneurisma.
Sua morte súbita encontrou-o em plena atividade. Atendia, em sua residência, a um caixeiro que viera em busca de livros, quando ocorreu o ataque fulminante.
Fácil imaginar o transtorno que o desaparecimento do sistematizador da Doutrina dos Espíritos causou ao Movimento Espírita, que tinha nele o guia, a liderança incontestada, a segurança personificada, o bom senso para a solução das mais difíceis questões.
Os primeiros dias após o decesso foram de perplexidade para seus amigos, para sua companheira e colaboradora Amélie Boudet e para os espiritistas que logo tomaram conhecimento do falecimento.
Hoje, na perspectiva do tempo, 140 anos após o desaparecimento do Codificador do Espiritismo do rol dos encarnados, podemos avaliar melhor o significado dessa vida missionária.
A obra monumental, que se iniciou em 1857 com "O Livro dos Espíritos", desdobrar-se-ia sucessivamente, até 1868, com a publicação de "A Gênese - os milagres e as predições segundo o Espiritismo; compreendendo ainda a Revue Spirite e muitos escritos esparsos, posteriormente enfeixados em "Obras Póstumas".
A Doutrina Consoladora, de que Kardec se fez o intérprete da Espiritualidade Superior, veio para ficar definitivamente no Mundo.
A prova cabal dessa verdade é que, fenecendo aos poucos na Europa, diante dos embates de três guerras consecutivas, num período de 87 anos, e dos obstáculos opostos pelo materialismo multifário, transplantou-se, ainda no século passado, para a América, dando origem ao pujante Movimento Espírita brasileiro.
De conformidade com a lei natural, desapareceu o homem, o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, o Codificador do Espiritismo, mas não a sua obra, que tem a marca da perenidade e viverá pelos séculos a fora.
Reverenciemos Allan Kardec, o missionário-chefe da Terceira Revelação, o emissário do Cristo incumbido de dar cumprimento à sua promessa de enviar o Consolador para ficar entre os homens.

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 02:04
link do post | comentar
Segunda-feira, 30 De Março,2009

A VIDA EM OUTROS PLANETAS


Por Allan Kardec
De acordo com o ensinamento dos Espíritos, de todos os globos que compõem o nosso sistema planetário, a Terra é onde os habitantes são menos avançados, tanto física quanto moralmente. Marte ainda estaria inferior e Júpiter muito superior em todos os sentidos. O Sol não seria um mundo habitado por seres corporais, e sim um lugar de encontro de Espíritos superiores que, de lá, irradiam seus pensamentos para outros mundos, que dirigem por intermédio de Espíritos menos elevados, transmitindo-os a eles por meio do fluido universal. Como constituição física, o Sol seria um foco de eletricidade. Todos os sóis parecem estar numa posição idêntica.
O volume e a distância que estão do Sol não têm nenhuma relação necessária com o grau de adiantamento dos mundos, pois parece que Vênus é mais avançado que a Terra, e Saturno menos que Júpiter.
Muitos Espíritos que na Terra animaram pessoas conhecidas disseram estar encarnados em Júpiter, um dos mundos mais próximos da perfeição, e é admirável ver, nesse globo tão avançado, homens que, na opinião geral que fazemos deles, não eram reconhecidos como tão elevados. Isso não deve causar admiração, se considerarmos que alguns Espíritos que habitam Júpiter podem ter sido enviados à Terra para cumprir uma missão que, aos nossos olhos, não os colocava em primeiro plano; que, entre sua existência terrestre e a de Júpiter, podem ter tido outras intermediárias, nas quais se melhoraram. E, finalmente, que nesse mundo, como no nosso, há diferentes graus de desenvolvimento, e que entre esses graus pode haver a mesma distância como a que separa entre nós o selvagem do homem civilizado. Desse modo, o fato de habitarem Júpiter não quer dizer que estão no mesmo padrão dos seres mais avançados de lá, da mesma forma que não se está no mesmo padrão de um sábio da Universidade só porque se reside em Paris.
As condições de longevidade não são também as mesmas que na Terra, e por isso não se pode comparar a idade. Um espírito evocado, desencarnado há alguns anos, disse estar encarnado há seis meses num mundo cujo nome nos é desconhecido. Interrogado sobre a idade que tinha nesse mundo, respondeu: “Não posso avaliá-la, porque não contamos o tempo como vós; além do mais, o modo de vida não é o mesmo: desenvolvemo-nos lá com muito mais rapidez; embora não faça mais que seis dos vossos meses que lá estou, posso dizer que, quanto à inteligência, tenho trinta anos da idade que tive na Terra”.
Muitas respostas semelhantes nos foram dadas por outros Espíritos, e isso nada tem de inacreditável. Não vemos na Terra um grande número de animais adquirir em poucos meses seu desenvolvimento normal? Por que não poderia ocorrer o mesmo com os habitantes de outras esferas? Notemos, por outro lado, que o desenvolvimento adquirido pelo homem na Terra, na idade de trinta anos, pode ser apenas uma espécie de infância, comparado ao que deve alcançar. Bem curto de vista se revela quem nos toma em tudo por protótipos da criação, e é rebaixar a Divindade crer que, fora o homem, nada mais é possível a Deus.
Por Allan Kardec
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:18
link do post | comentar
Domingo, 29 De Março,2009

MORRA COM EDUCAÇÃO, CHICO!...

Chico, o principal divulgador da sobrevivência do espírito e da vida depois da morte no Brasil, tinha medo de avião e adorava contar para os amigos os bastidores de uma de suas viagens aéreas, de Uberaba a Belo Horizonte, no longínquo ano de 1958.
No meio da viagem, o tempo fechou e o avião começou a trepidar violentamente. O comandante saiu da cabine e explicou para os passageiros que se tratava de um vento de cauda e logo iria passar, que em breve todos chegariam ao destino sãos e salvos.
Alguém completou irritado:
- Só se for ao outro mundo.
O avião sacudia, virava de um lado para o outro, parecia prestes a despencar. Crianças começaram a berrar, passageiros vomitavam, um padre iniciou uma oração em voz alta e Chico se uniu ao coro dos desesperados:- Valei-me, meu Deus. Socorro, misericórdia. Tende piedade de nós.
Quando o padre reconheceu o líder espírita, a poucas poltronas de distância, interrompeu as preces e anunciou:
- O Chico Xavier está aqui conosco. Ele é médium e está rezando com a gente.
Chico gritou do outro lado:
- Graças a Deus, padre, eu também estou rezando. Valei-me meu Deus.
Quando a situação já estava fora de controle há quase dez minutos, Chico viu Emmanuel entrar no avião e se aproximar dele. Queria saber o motivo de tanta gritaria. Chico tinha uma dúvida mais urgente:
- Nós estamos em perigo?
Emmanuel foi seco:
- Estão. E daí? Não tem muita gente em perigo no mundo? Vocês não são privilegiados.
Chico nem pensou duas vezes:
- Está bem. Se estamos em perigo, vou gritar. Valei-me, socorro, meu Deus…
O desespero de Chico levou os passageiros ao pânico. Se Chico - que tinha contato direto com o outro mundo - estava tão desesperado não havia dúvidas: o avião ia cair. Estavam todos mortos.
Emmanuel “perdeu” a paciência:
- Chico, cale a boca para não afligir a cabeça dos outros. Morra com fé em Deus, morra com educação.
Quando Emmanuel virou as costas, Chico ainda resmungava:
- Quero saber como alguém pode morrer com educação.
E continuou a gritar…
Do Livro As Lições de Chico Xavier - Marcel Souto Maior.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 23:51
link do post | comentar
Sábado, 28 De Março,2009

É HOJE


O Prefeito Eduardo Paes participou na manhã desta quarta-feira, dia 28, do lançamento no Brasil da Hora do Planeta, um movimento mundial de combate ao aquecimento global, e anunciou a adesão da Cidade do Rio de Janeiro no evento, promovido pelo World Wildlife Foundation (WWF-Brasil). A solenidade foi realizada no Palácio da Cidade, em Botafogo, e teve a presença de autoridades municipais e federais, representantes do WWF-Brasil, além de artistas e convidados.

O Rio de Janeiro será a primeira cidade brasileira a se engajar nesse ato simbólico que, no dia 28 de março, das 20h30 às 21h30, apagará as luzes de monumentos cariocas como o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, o Parque do Flamengo, o Jockey Club Brasileiro e a orla de Copacabana, que terá a segurança reforçada pela Guarda Municipal e Polícia Militar. A iniciativa contará ainda com a participação da comunidade do Morro Dona Marta, em Botafogo.

Para o Prefeito, o Rio de Janeiro tem um papel fundamental na discussão do tema ambiental e esse ato é o primeiro de uma série de movimentos que a cidade do Rio de Janeiro vai passar a desenvolver, no sentido de recuperar o protagonismo na discussão dessa agenda ambiental urbana.
- A Prefeitura e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estão discutindo o Programa Favela Bairro III, para que sejam feitas mudanças ambientais. Além disso, vamos trabalhar toda a parte de proteção dos Maciços da Pedra Branca e da Tijuca, que são peculiaridades do Rio de Janeiro, para recuperar esse papel de maior floresta urbana do mundo – afirmou.
A Hora do Planeta, que conta com a adesão de empresas, organizações não-governamentais, associações de bairro e pessoas em todo o mundo, tem o objetivo de conscientizar toda a população sobre a importância da adoção de novos hábitos, além de mobilizar a sociedade em torno da luta contra o aquecimento global e as mudanças climáticas. Este ano, a ação espera atingir mais de um bilhão de pessoas, em mil cidades ao redor do mundo.
- No Brasil, resolvemos lançar a campanha pela cidade do Rio de Janeiro, que é o ícone do país. O ato simbólico de apagar as luzes, ao contrário do que muitos podem pensar, não é uma iniciativa para poupar energia, mas uma forma de manifestação para conscientização e adesão a esse programa – explicou Álvaro de Souza, presidente do Conselho Diretor do WWF-Brasil.
O movimento Hora do Planeta, conhecido internacionalmente como Earth Hour, começou em 2007, em Sydney, na Austrália, quando 2,2 milhões de habitações e empresas desligaram as luzes por uma hora. Em 2008, cerca de 100 milhões de pessoas abrangendo 35 países participaram da iniciativa, que incluiu o desligamento das luzes de marcos históricos mundiais como o Coliseu de Roma; a Ponte Golden Gate, em São Francisco; e Opera House de Sydney, entre outros.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 14:15
link do post | comentar
Sexta-feira, 27 De Março,2009

...


publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:18
link do post | comentar

É PERMITIDO REPREENDER OS OUTROS?


Com este título, Kardec propõe três questões que são respondidas pelo Espírito S. Luís, em Paris, no ano de 1860.
Na primeira delas é que vamos nos deter por agora, quando Kardec pergunta: “Ninguém sendo perfeito, seguir-se-á que ninguém tem o direito de repreender o seu próximo?”
Resposta: “Certamente que não é essa a conclusão a tirar-se, porquanto cada um de vós deve trabalhar pelo progresso de todos e, sobretudo, daqueles cuja tutela vos foi confiada. Mas, por isso mesmo, deveis fazê-lo com moderação, para um fim útil, e não, como as mais das vezes, pelo prazer de denegrir. Neste último caso, a repreensão é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda seja cumprido com todo o cuidado possível. Ao demais, a censura que alguém faça a outrem deve ao mesmo tempo dirigi-la a si próprio, procurando saber se não a terá merecido.”
É bom lembrar que Jesus, tipo mais perfeito para servir de guia e modelo à Humanidade, enviado por Deus, como na primeira parte da resposta acima, jamais deixou de mostrar o erro nos quais os curados por Ele estavam inseridos, quando dizia: “(…) de futuro não tornes a pecar“. Mas, também, nunca repreendeu alguém com o intuito de desacreditá-lo junto à sociedade; ao contrário, como no caso da mulher surpreendida em adultério, disse: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.” Fez, como está no final da resposta de S. Luís, que antes de julgarmos os outros, devemos verificar se esse julgamento não nos cabe também.Sem dúvida alguma, a crítica irresponsável, o notar as imperfeições alheias, a maledicência fazem parte do cotidiano da grande massa da população terrena, fruto, ainda, das nossas imperfeições que nos acompanham há milênios. É uma anormalidade que com freqüência praticamos como se fosse normal, já que automatizamos tais pensamentos, palavras e ações infelizes sem nos conscientizarmos do mal que proporcionamos aos nossos semelhantes. Vemos, com muita tristeza, como os meios de comunicação, nas suas mais variadas formas, se utilizam dessas prerrogativas infelizes, sabedoras de que coisas dessa natureza é que vendem e dão altos índices de audiência. O que mostra como ainda estamos atrasados moralmente.
Lemos outro dia, numa coluna de jornal, pequeno artigo que contava uma história mais ou menos assim: “Cada pessoa caminha na vida carregando duas sacolas, uma no peito e outra nas costas. Na do peito estão contidas as virtudes, e na das costas, os vícios. Cada um de nós só vê as costas dos que vão à frente, portanto, só os defeitos dos outros, esquecendo-nos de que os que vêm atrás de nós vêem os nossos defeitos também.”
Atitudes dignas para com os semelhantes deveriam ser rotineiras e não fatos isolados que chegam a ser destacados como coisas extraordinárias.
Costumamos dizer em nossas palestras que cada pessoa deveria ter um disjuntor moral na língua, que desarmasse automaticamente, quando fôssemos falar mal de alguém e, assim, ficaríamos mudos, só retornando a voz quando fôssemos falar coisas boas daquela pessoa. Mas o disjuntor deveria ficar mesmo era no cérebro, para que toda vez que um pensamento infeliz com relação a uma pessoa surgisse, ele se desligasse e nós não indignificaríamos a ninguém. Esse disjuntor chama-se autocontrole sobre o que pensamos, para que não falemos ou ajamos em desfavor dos nossos semelhantes.
O Espiritismo nos mostra a necessidade da renovação pessoal na busca do ser integral, principalmente agora, nesta era da Humanidade, norteada pelo amor que deve unir a todas as criaturas.
Lutemos por corrigir os nossos defeitos e, como diz a parábola do Argueiro e da Trave no olho, retiremos primeiro as nossas imperfeições, para só depois vermos como poderemos “auxiliar” os outros a removerem as suas.
Fonte: Portal do Espírito
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:16
link do post | comentar
Quinta-feira, 26 De Março,2009

CARTA AOS COMPANHEIROS

"Fora da Caridade não há Salvação." (Allan Kardec)
Compreensível e mesmo aceitável que valorosos companheiros de lides espiritistas, influenciados pelas conquistas das Ciências e da tecnologia modernas, pensem em transferir, para imediata aplicação nos arraiais do Movimento Espírita, os melhores recursos, bem como a metodologia mais atuante, objetivando resultados felizes, que respondam por uma coerente divulgação e vivência da Doutrina. Nenhuma restrição nos parece passível de oposição a cometimento tão valioso, desde que não exorbite dos justos limites do bom senso.
O Espiritismo permite ser favorecido, na sua atuação, com as conquistas feitas através dos tempos, em considerando as aberturas que faculta aos estudiosos dos diversos ramos do conhecimento humano.
Um certo excesso de entusiasmo, porém, vem tomando corpo entre respeitáveis trabalhadores da Doutrina Espírita a favor da adaptação do Movimento a correntes da Informática, num apressar de colocações nem sempre feliz.
Excedem-se no uso de técnicas sofisticadas de administração e de ensino; organizam-se quadros de. tarefas, Inspirados em grandes realizações; traçam-se diretrizes de segurança para os serviços; discute-se quanto à validade ou não dos labores assistenciais; consultam-se especialistas, que opinam e determinam, dando-se, porém, exagerado valor a organogramas e gráficos, estatísticas e mapas, em detrimento do caráter cristão da Doutrina, que não pode ser perdido de vista ou posto à margem como de natureza secundária, em nosso ministério.
O Espiritismo revive o Cristianismo, na sua pureza primitiva, em "espírito e verdade".
Nenhum pieguismo deflui deste postulado, nem receio algum há quanto ao aproveitamento das atribuladas conquistas tecnológicas.
Indispensável, no entanto, tornar o indivíduo espírita antes de outro qualquer tentame, ou seja, mais do que mero conhecedor dos postulados doutrinários, a fim de poder contribuir com o seu conhecimento técnico em favor de uma aplicação realmente valiosa.
O excesso e rigorismo em matéria de organização podem matar a alma do ideal, formando um corpo frio, inexpressivo, que, embora dotado de muita boa apresentação, candidata-se apenas a um movimento competitivo a mais, disputando com os demais ainda vigentes e já falidos, a cujo idêntico risco também se expõe.
Não adotamos a posição de manter-se um Movimento Espírita estanque, a viver as conquistas do passado, infenso aos empreendimentos modernos.
Todavia, os cúmulos de organização e zelo são tão perniciosos quanto a ausência deles.
Discute-se qual a obra mais importante e que merece maior atenção e urgência, olvidando-se os que debatem a palpitante questão a da reforma íntima, intransferível, no indivíduo, essencial dever este que não pode ser considerado como passadismo...
Crêem alguns que a palavra caridade esta intrinsecamente comprometida e, precipitados, propõem terminologia nova, consentânea, afirmam, com a cultura contemporânea.
Atribui-se ao labor de amparo aos necessitados - seja na assistência Imediata ou no serviço social de profundidade -, uma validade discutível, afirmando-se a urgência da divulgação doutrinária como exclusiva meta essencial...
Não estranhemos que a empáfia, em breve, proscreva, também, o caráter essencialmente cristão do Espiritismo, mediante concessões outras absurdas e conexões extravagantes com outras doutrinas, a soldo da Insensatez.
O compromisso de divulgar o Espiritismo é de emergência e relevância, nunca, todavia, em prejuízo da ação da Caridade.
Não foi outro o fenômeno acontecido com o pensamento cristão, ao assimilar as técnicas pagãs e o culto externo do politeísmo, no passado, fazendo causa comum com as suas exterioridades.
Cuidar de estabelecer programas de trabalho e pugnar por um comportamento disciplinado, nas tarefas, sem as Improvisações perniciosas, é dever de todos. Extrapolar deste objetivo para a Implantação de regras e Imposição de decisões personalistas, mediante o perigoso predomínio de um grupo dominador, culturalmente melhor dotado, quiçá sem qualquer vivência doutrinária, que se erige em hierarquia de destaque, convém evitado antes que se agravem as circunstâncias e que a cizânia divida lamentavelmente os trabalhadores e as Entidades, na gleba da Doutrina libertadora.
Há lugar para todos trabalharem; não, porém, como pretensos chefes, hierarquizados perigosamente, com uma deplorável hipertrofia dos valores legitimes interiores e uma Inconseqüente supervalorização dos títulos e conquistas mundanos...
A "realeza" é, sempre espiritual. A superioridade, em nossos labores, é de qualidade moral, merecendo respeito todos os esforços que visem à meta sempre Ingente: melhorar o homem e a comunidade humana, guiando-os para Jesus.
Não sejam esquecidas as origens evangélicas nem desdenhados os humildes, os sofredores, os "filhos do Calvário", o nobre ministério do intercâmbio mediúnico, a utilização das terapias hauridas na vivência da mensagem espírita.
Há excesso de teorias engenhosas, sem dúvida, como de teóricos de alto coturno Intelectual, enquanto escasseiam os operários da ação e se multiplicam as necessidades em toda parte...
Espíritas! Vigiemos, a fim de que mentes hábeis e arguciosas da Espiritualidade negativa, na urdidura e manobra de planos discursivos da realidade do Evangelho, não nos alcancem, relegando-nos à sombra perturbadora da vaidade, quanto da ambição injustificável, em nossas fileiras!
Oremos juntos, meditando nas nossas responsabilidades, oferecendo o melhor ao nosso alcance, sem jactância, não olvidando que o "maior" sempre aquele que, conforme afirmou Jesus, é servo" do seu Irmão menor.
José Petitinga e Vianna de Carvalho
(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, em 20-11-1978, no Centro Espírita "Caminho da Redenção", em Salvador, Bahia)
REFORMADOR, FEVEREIRO, 1979
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 02:50
link do post | comentar
Quarta-feira, 25 De Março,2009

APOIO ESPIRITUAL


Compartilhamos, em nome da beneficência, de recursos vários, como sejam - a moeda e o agasalho, o teto e a mesa.
Uma dádiva, porém, existe de que todos necessitamos no câmbio da fraternidade: a dádiva do encorajamento.
Admitamos, de modo geral, que os únicos irmãos baldos de força são aqueles que tropeçam nas veredas da extrema penúria física; no entanto, em matéria de abatimento moral, surpreendemos, em cada lance da estrada, legiões de companheiros em cujos corações a esperança bruxuleia qual chama prestes a extinguir-se, ao sopro da adversidade.
Um possui créditos valiosos nos círculos da finança, mas carrega o peso de escabrosas desilusões; exorna-se aquele com títulos de cultura e competência, todavia traz o espírito curvado sob constrangimentos e desgostos de toda espécie, como se arrastasse fardos ocultos; outro dispõe de autoridade e influência, na orientação de vasta comunidade, e tem o peito semi-sufocado de aflição à face das dores desconhecidas que lhe gravam as horas; outro, ainda, exibe-se por modelo de higidez nas vitrinas da saúde corpórea e transporta consigo um poço de lágrimas represadas, em vista das provações que lhe oneram a vida.
Detém-te em semelhantes realidades e não recuses o donativo da coragem para toda criatura irmã do caminho.
Se alguém errou, fala-lhe das lições novas que o tempo nos traz a todos; se caiu, estende-lhe os braços com a fé renovadora que nos repõe nas trilhas de elevação; se entrou em desespero, dá-lhe a bênção da paz; se tombou em tristeza, oferece-lhe a mensagem do bom ânimo...
Ninguém há que prescinda de apoio espiritual.
Agora, muitos de nós precisamos da coragem de aprender, de servir, de compreender, de esperar...
E, provavelmente, mais tarde, em trechos mais difíceis da viagem humana, todos necessitaremos da coragem de sofrer e abençoar, suportar e viver.

(Do livro "Alma e Coração", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito de Emmanuel)
tags:
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:58
link do post | comentar
Domingo, 22 De Março,2009

O ESTRANHO MUNDO DOS SUICIDAS


Freqüentemente somos procurados por iniciantes do Espiritismo, para explicações sobre este ou aquele ponto da Doutrina. Tantas são as perguntas, e tão variadas, que nos chegam, até mesmo através de cartas, que chegamos à conclusão de que a dúvida e a desorientação que lavram entre os aprendizes da Terceira Revelação partem do fato de eles ainda não terem percebido que, para nos apossarmos dos seus legítimos ensinamentos, havemos de estabelecer um estudo metódico, parcelado, partindo da base da Doutrina, ou exposição das leis, e não do coroamento, exatamente como o aluno de uma escola iniciará o curso da primeira série e não da quarta ou da quinta.
Desconhecendo a longa série dos clássicos que expuseram as leis transcendentes em que se firmam os valores da mesma Doutrina, não somente nos veremos contornados pela confusão, impossibilitados de um sadio discernimento sobre o assunto, como também o sofisma, tão perigoso em assuntos de Espiritismo, virá em nosso encalço, pois não saberemos raciocinar devidamente, uma vez que só a exposição das leis da Doutrina nos habilitará ao verdadeiro raciocínio.
Procuraremos responder a uma dessas perguntas, de vez que nos chegou através de uma carta, pergunta que nos afligiu profundamente, visto que fere assunto melindroso, dos mais graves que a Doutrina Espírita costuma examinar. A dita pergunta veio acompanhada de interpretações sofismadas, próprias daquele que ainda não se deu ao trabalho de investigar o assunto para deduzir com a segurança da lógica. Pergunta. o missivista
- Um suicida por motivos nobres sofre os mesmos tormentos que os demais suicidas? Não haverá para ele uma misericórdia especial?
E então respondemos
- De tudo quanto, até hoje, temos estudado, aprendido e observado em torno do suicídio à luz da Doutrina Espírita, nada, absolutamente, nos tem conferido o direito de crer que existam motivos nobres para justificar o suicídio perante as leis de Deus. O que sabemos é que o suicídio é infração às leis de Deus, considerada das mais graves que o ser humano poderia praticar ante o seu Criador. Os próprios Espíritos de suicidas são unânimes em declarar a intensidade dos sofrimentos que experimentam, a amargura da situação em que se agitam, conseqüentes do seu impensado ato. Muitos deles, como o grande escritor Camilo Castelo Branco, que advertiu os homens em termos veementes, em memorável comunicação concedida ao antigo médium Fernando de Lacerda, afirmam que a fome, a desilusão, a pobreza, a desonra, a doença, a cegueira, qualquer situação, por mais angustiosa que seja,, sobre a Terra, ainda seria excelente condição "comparada ao que de melhor se possa atingir pelos desvios do suicídio".
Durante nosso longo tirocínio mediúnico, temos tratado com numerosos Espíritos de suicidas, e todos eles se revelam e se confessam superlativamente desgraçados no Além-Túmulo, lamentando o momento em que sucumbiram. Certamente que não haverá regra geral para a situação dos suicidas. A situação de um desencarnado, como também de um suicida, dependerá até mesmo do gênero de vida que ele levou na Terra, do seu caráter pessoal, das ações praticadas antes de morrer.
Num suicídio violento como, por exemplo, os ocasionados sob as rodas de um trem de ferro, ou outro qualquer veículo, por uma queda de grande altura, pelo fogo, etc., necessariamente haverá traumatismo perispiritual e mental muito mais intenso e doloroso que nos demais. Mas a terrível situação de todos eles se estenderá por uma rede de complexos desorientadores, implicando novas reencarnações que poderão produzir até mesmo enfermidades insolúveis, como a paralisia e a epilepsia, descontroles do sistema nervoso, retardamento mental, etc. Um tiro no ouvido, por exemplo, segundo informações dos próprios Espíritos de suicidas, em alguns casos poderá arrastar à surdez em encarnação posterior; no coração, arrastará a enfermidades indefiníveis no próprio órgão, conseqÜência essa que infelicitará toda uma existência, atormentando-a por indisposições e desequilíbrios insolúveis.
Entretanto, tais conseqÜências não decorrerão como castigo enviado por Deus ao infrator, mas como efeito natural de uma causa desarmonizada com as leis da vida e da morte, lei da Criação, portanto. E todo esse acervo de males será da inteira responsabilidade do próprio suicida. Não era esse o seu destino, previsto pelas leis divinas. Mas ele próprio o fabricou, tal como se apresenta, com a infração àquelas leis. E assim sendo, tratando-se, tais sofrimentos, do efeito natural de uma causa desarmonizada com leis invariáveis, qualquer suicida há de suportar os mesmos efeitos, ao passo que estes seguirão seu próprio curso até que causas reacionárias posteriores os anulem.
No caso proposto pelo nosso missivista, poderemos raciocinar, dentro dos ensinamentos revelados pelos Espíritos, que o suicida poderia ser sincero ao supor que seu suicídio se efetivasse por um motivo nobre. Os duelos também são realizados por motivos que os homens supõem honrosos e nobres, assim como as guerras, e ambos são infrações gravíssimas perante as leis divinas. O que um suicida suporia motivo honroso ou nobre, poderia, em verdade, mais não ser do que falso conceito, sofisma, a que se adaptou, resultado dos preconceitos acatados pelos homens como princípios inabaláveis.
A honra espiritual se estriba em pontos bem diversos, porque nos induzirá, acima de tudo, ao respeito das mesmas leis. Mas, sendo o suicida sincero no julgar que motivos honrosos o impeliram ao fato, certamente haverá atenuantes, mas não justificativa ou isenção de responsabilidades. Se assim não fosse, o raciocínio indica que haveria derrogação das próprias leis de harmonia da Criação, o que não se poderá admitir
Quanto à misericórdia a que esse infrator teria direito como filho de Deus, não se trataria, certamente, de uma "misericórdia especial". A misericórdia de Deus se estende tanto sobre esse suicida como sobre os demais, sem predileções nem protecionismo. Ela se revela no concurso desvelado dos bons Espíritos, que auxiliarão o soerguimento do culpado para a devida reabilitação, infundindo-lhe ânimo e esperança e cercando-o de toda a caridade possível, inclusive com a prece, exatamente como na Terra agimos com os doentes e sofredores a quem socorremos. Estará também na possibilidade de o suicida se reabilitar para si próprio, através de reencarnações futuras, para as duas sociedades, terrena e invisível; as quais escandalizou com o seu gesto, e para as leis de Deus, sem se perder irremissivelmente na condenação espiritual.
De qualquer forma, com atenuantes ou agravantes, o de que nenhum suicida se isentará é da reparação do ato que praticou com o desrespeito às leis da Criação, e uma nova existência o aguardará, certamente em condições mais precárias do que aquela que destruiu, a si mesmo provando a honra espiritual que infringira.
O suicídio é rodeado de complexos e sutilezas imprevisíveis, contornado por situações e conseqüências delicadíssimas, que variam de grau e intensidade diante das circunstâncias. As leis de Deus são profundas e sábias, requerendo de nós outros o máximo equilíbrio para estudá-las e aprendê-las sem alterá-las com os nossos gostos e paixões.
Assim sendo, que fique bem esclarecido que nenhum motivo neste mundo será bastante honroso para justificar o suicídio diante das leis de Deus. O suicida é que poderá ser sincero ao supor tal coisa, daí advindo então atenuantes a seu favor. O melhor mesmo é seguirmos os conselhos dos próprios suicidas que se comunicam com os médiuns: - Que os homens suportem todos os males que lhes advenham da Terra, que suportem fome, desilusões, desonra, doenças, desgraças sob qualquer aspecto, tudo quanto o mundo apresente como sofrimento e martírio, porque tudo isso ainda será preferível ao que de melhor se possa atingir pelos desvios do suicídio. E eles, os Espíritos dos suicidas, são, realmente, os mais credenciados para tratar do assunto.
Reformador – Março de 1964.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:43
link do post | comentar

mais sobre mim

pesquisar

 

Março 2009

D
S
T
Q
Q
S
S
1
2
3
4
5
6
7
8
9
12
15
17
23
24

últ. comentários

  • Também não gosto dessas igrejas evangélicas (prote...
  • Este texto bonito. escrever é uma terapia natural ...

mais comentados

subscrever feeds

blogs SAPO


Universidade de Aveiro