Quinta-feira, 28 De Maio,2009

PERDOAR OS AMIGOS


Quando falamos em perdão, pensamos logo nos nossos inimigos, pensamos o quanto é difícil para nós passarmos a borracha do esquecimento sobre agressões, calúnias, perseguições, sejam elas no campo carnal ou espiritual. Mas, nos esquecemos de um fator importante: o inimigo nos fere e vai embora, fica distante.
Perguntamos então, quantas vezes vamos perdoar os nossos amigos? Aqueles que estão perto de nós e perto de nós permanecem, aqueles que, muitas vezes, nos magoam, aqueles que, em vários momentos em que precisávamos de auxilio nos negaram, ou a quem nós oferecemos auxílio e foram ingratos. Esses permanecem conosco. Então, é preciso uma grande dose de benevolência, de compreensão, para que os amigos continuem amigos e continuem juntos de nós. Que as coisas pequeninas sejam esquecidas em prol das grandes coisas que, em conjunto, podemos realizar com as pessoas queridas.
Assim, como somos obrigados a desculpar tantas situações dentro de nossa família, porque não podemos nos desprender desses elos biológicos, e sejamos, também, capazes de compreender os amigos, esses que, num instante de invigilância, de imprudência ou, às vezes, até assediados por entidades perseguidoras ou por problemas de difícil solução interior, nos desferiram golpes.
Em benefício dessa grande família espiritual, que nós saibamos relevar e conviver fraternalmente, sem emitir vibrações negativas, sem o processo de cobrança permanente, sem o falar imprudente. Que saibamos, realmente, fortalecer os elos de grandes amigos, porque aqueles que caminham juntos, ombro a ombro com Jesus, estão na mesma estrada, buscando o mesmo horizonte, com as mesmas situações de resolver problemas ou adquirir débitos.
Bezerra de MenezesMensagem recebida pela médium Shyrlene Soares Campos, dia 16/02/2000, no Núcleo Servos Maria de Nazaré:
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 17:08
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Segunda-feira, 25 De Maio,2009

NÃO HÁ MORTE


Joanna de Ângelis

Depois que partiram do círculo carnal aqueles a quem amas, tens a impressão de que a vida perdeu a sua finalidade.
As horas ficam vazias, enquanto uma angústia que te dilacera e uma surda desesperação que te mina as energias se fazem a constante dos teus momentos de demorada agonia.
Estiveram ao teu lado como bênçãos de Deus, clareando o teu mundo de venturas com o lume da tua presença e não pensaste, não te permitiste acreditar na possibilidade de que eles te pudessem preceder na viagem de retorno.
Cessados os primeiros instantes do impacto que a realidade te impôs, recapitulas as horas de júbilo enquanto o pranto verte incessante, sem conforta-te, como se as lágrimas carregassem ácido que te requeima desde a fonte do sentimento à comporta dos olhos, não diminuindo a ardência da saudade. . .
Antes da situação, o futuro se te desdobra sombrio, ameaçador, e interrogas como será possível prosseguir sem eles.
O teu coração pulsa destroçado e a tua dor moral se transforma em punhalada física, a revolver a lâmina que te macera em largo prazo.
Temes não suportar tão cruel sentimento. Conseguirás porém superá-lo. Muito justas, sim, tuas saudades e sofrimentos.
Não, porém, a ponto de levar-te ao desequilíbrio, à morte da esperança, à revolta. . .
Os seres a quem amas e que morreram, não se consumiram na voragem do aniquilamento. Eles sobreviveram.
A vida seria um engodo, se se destruísse ante o sopro desagregador da morte que passa.
A vida se manifesta, se desenvolve em infinitos matizes e incontáveis expressões. A forma se modifica e se estrutura, se agrega e se decompõe passando de uma para outra expressão vibratória sem que a energia que a vitaliza dependa das circunstâncias transitórias em que se exterioriza.
Não estão portanto, mortos, no sentido de destruídos, os que transitaram ao teu lado e se transferiram de domicílio.
Prosseguem vivendo aqueles a quem amas.
Aguarda um pouco, enquanto, orando, a prece te luarize a alma e os envolvas no rumo por onde seguem.
Não te imponhas mentalmente com altas doses de mágoas, com interrogações pressionantes, arrojando na direção deles os petardos vigorosos da tua incontida aflição.
Esforça-te por encontrar a resignação.
O amor vence, quando verdadeiro, qualquer distância e é ponte entre abismos, encurtando caminhos.
Da mesma forma que anelas por volver a senti-los, a falar-lhes, a ouvir-lhes, eles também o desejam.
Necessitam, porém, evoluir, quanto tu próprio.
Se te prendes a eles demoradamente ou os encarcera no egoísmo, desejando continuar uma etapa que hora se encerrou, não os fruirás, porque estarão na retaguarda.
Libertando-os, eles prosseguirão contigo, preparar-te-ão o reencontro, aguarda-te-ão...
Faze-te, a teu turno, digno deles, da sua confiança, e unge-te de amor com que enriqueças outras vidas em memórias deles, por afeição a eles.
Não penseis mais em termos de “adeus” e, sim, em expressões de “até logo mais”.
***
Todos os homens na terra são chamados a esse testemunho, o da temporária despedida. Considera, portanto, a imperiosa necessidade de pensar nessa injunção e deixa que a reflexão sobre a morte faça parte do teu programa de assuntos mentais, com que te armarás, desde já para o retorno, ou para enfrentar em paz a partida dos teus amores. . .
Quanto àqueles que viste partir, de quem sofres saudades infinitas e impreenchíveis vazios no sentimento, entrega-os a Deus, confiando-os e confiando-te ao Pai, na certeza de que, se souberes abrir a alma à esperança e a fé, conseguirás senti-los, ouvi-los, deles haurindo a confortadora energia com que te fortalecerás até o instante da união sem dor, sem sombra, sem separação pelos caminhos do tempo sem fim, no amanhã ditoso.

(Psicografia de Divaldo Pereira Franco - mensagem extraída do livro “sementes da vida eterna” )
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:48
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Sexta-feira, 22 De Maio,2009

NÃO VIM TRAZER A PAZ, MAS A ESPADA

TRECHO RETIRADO DO LIVRO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
9 – Não julgueis que vim trazer paz a Terra; não vim trazer-lhe paz, mas espada; porque vim separar o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; e os inimigos do homem serão os seus mesmos domésticos. (Mateus, X: 34-36).
10 – Eu vim trazer fogo à Terra, e que quero eu, senão que ele se acenda? Eu, pois, tenho de ser batizado num batismo, e quão grande não é a minha angústia, até que ele se cumpra? Vós cuidais que eu vim trazer paz à Terra? Não, vos digo eu, mas separação; porque de hoje em diante haverá, numa mesma casa, cinco pessoas divididas, três contra duas e duas contra três. Estarão divididas: o pai contra o filho, e o filho contra seu pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra sua nora, e a nora contra sua sogra. (Lucas, XII: 49-53)
11 – Foi mesmo Jesus, a personificação da doçura e da bondade, ele que não cessava de pregar o amor do próximo, quem disse estas palavras: Eu não vim trazer a paz, mas a espada; vim separar o filho do pai, o marido da mulher, vim lançar fogo na Terra e tenho pressa que ele se acenda? Essas palavras não estão em flagrante contradição com o seu ensino? Não é uma blasfêmia atribuir-se a linguagem de um conquistador sanguinário e devastador? Não, não há blasfêmia nem contradição nessas palavras, porque foi ele mesmo quem as pronunciou, e elas atestam a sua elevada sabedoria. Somente a forma, um tanto equívoca, não exprime exatamente o seu pensamento, o que provocou alguns enganos quanto ao seu verdadeiro sentido. Tomadas ao pé da letra, elas tenderiam a transformar a sua missão, inteiramente pacífica, numa missão de turbulências e discórdias, conseqüência absurda, que o bom senso rejeita, pois Jesus não podia contradizer-se. (Ver cap. XIV, nº 6).
12 – Toda idéia nova encontra forçosamente oposição, e não houve uma única que se implantasse sem lutas. A resistência, nesses casos, está sempre na razão da importância dos resultados previstos, pois quanto maior ela for, maior será o número de interesses ameaçados. Se for uma idéia notoriamente falsa, considerada sem conseqüências, ninguém se perturba com ela, e a deixam passar, confiantes na sua falta de vitalidade. Mas se é verdadeira, se está assentada em bases sólidas, se é possível entrever-lhe o futuro, um secreto pressentimento adverte os seus antagonistas de que se trata de um perigo para eles, para a ordem de coisas por cuja manutenção se interessam. E é por isso que se lançam contra ela e os seus adeptos. A medida da importância e das conseqüências de uma idéia nova nos é dada, portanto, pela emoção que o seu aparecimento provoca, pela violência da oposição que desperta, e pela intensidade e a persistência da cólera dos seus adversários.
13 – Jesus vinha proclamar uma doutrina que minava pelas bases a situação de abusos em que viviam os fariseus, os escribas e os sacerdotes do seu tempo. Por isso o fizeram morrer, julgando matar a idéia com a morte do homem. Mas a idéia sobreviveu, porque era verdadeira; desenvolveu-se, porque estava nos desígnios de Deus; e nascida numa pequena vila da Judéia, foi plantar a sua bandeira na própria capital do mundo pagão, em face dos seus inimigos mais encarniçados, daqueles que tinham o maior interesse em combatê-la, porque ela subvertia as crenças seculares, a que muitos se apegavam, mais por interesse do que por convicção. Era lá que as lutas mais terríveis esperavam os seus apóstolos; as vítimas foram inumeráveis; mas a idéia cresceu e saiu triunfante, porque superava, como verdade, as suas antecessoras.
14 – Observe-se que o Cristianismo apareceu quando Paganismo declinava, debatendo-se contra as luzes da razão. Convencionalmente ainda o praticavam, mas a crença já havia desaparecido, de maneira que apenas o interesse pessoal o sustinha. Ora, o interesse é tenaz, não cede nunca à evidência, e irrita-se tanto mais, quanto mais peremptórios são os raciocínios que se lhe opõem e que melhor demonstram o seu erro. Bem sabe que está errado, mas isso pouco lhe importa, pois a verdadeira fé não lhe interessa; pelo contrário, o que mais o amedronta é a luz que esclarece os cegos. O erro lhe é proveitoso, e por isso a ele se aferra, e o defende.
Sócrates não formulara também uma doutrina, até certo ponto, semelhante à do Cristo? Por que, então, não prevaleceu naquela época, no seio de um dos povos mais inteligentes da Terra? Porque os tempos ainda não haviam chegado. Ele semeou em terreno não preparado: o paganismo não estava suficientemente gasto. Cristo recebeu a sua missão providencial no tempo devido. Nem todos o homens do seu tempo estavam à altura das idéias cristãs, mas havia um clima geral de aptidão para assimilá-las, porque já se fazia sentir o vazio que as crenças vulgares deixavam na alma. Sócrates e Platão abriram o caminho e prepararam os Espíritos. (Ver na Introdução, parágrafo IV: Sócrates e Platão, precursores da idéia cristã e do Espiritismo).
15 – Os adeptos da nova doutrina, infelizmente, não se entenderam sobre a interpretação das palavras do Mestre, na maioria veladas por alegorias e expressões figuradas. Daí surgirem, desde o princípio, as numerosas seitas que pretendiam, todas elas, a posse exclusiva da verdade, e que dezoito séculos não conseguiram pôr de acordo. Esquecendo o mais importante dos preceitos divinos, aquele de que Jesus havia feito a pedra angular do seu edifício e a condição expressa da salvação: a caridade, a fraternidade e o amor do próximo, essas seitas se anatematizaram reciprocamente, arremeteram-se umas contra as outras, as mais fortes esmagando as mais fracas, afogando-as em sangue, ou nas torturas e nas chamas das fogueiras. Os cristãos vencedores do paganismo, passaram de perseguidos a perseguidores. Foi a ferro e fogo que plantaram a cruz do cordeiro sem mácula nos dois mundos. É um fato comprovado que as guerras de religião foram mais cruéis e fizeram maior número de vítimas que as guerras políticas, e que em nenhuma outra se cometeram tantos atos de atrocidade e de barbárie.
Seria a culpa da doutrina do Cristo? Não, por certo, pois ela condena formalmente toda violência. Disse ele em algum momento aos seus discípulos: Ide matar, queimar, massacrar os que não acreditarem como vós? Não, pois que lhes disse o contrário: Todos os homens são irmãos, e Deus é soberanamente misericordioso; amai o vosso próximo; amai os vossos inimigos; fazei bem aos que vos perseguem. E lhes disse ainda: Quem matar com a espada perecerá pela espada. A responsabilidade, portanto, não é da doutrina de Jesus, mas daqueles que a interpretaram falsamente, transformando-a num instrumento a serviço das suas paixões, daqueles que ignoram estas palavras: O meu Reino não é deste mundo.
Jesus, na sua profunda sabedoria, previu o que devia acontecer. Mas essas coisas eram inevitáveis, porque decorriam da própria inferioridade da natureza humana, que não podia ser transformada subitamente. Era necessário que o Cristianismo passasse por essa prova demorada e cruel, de dezoito séculos, para demonstrar toda a sua pujança: porque, apesar de todo o mal cometido em seu nome, ele saiu dela puro, e jamais esteve em causa. A censura sempre caiu sobre os que dele abusaram, pois a cada ato de intolerância sempre se disse: Se o Cristianismo fosse melhor compreendido e melhor praticado, isso não teria acontecido.
16 Quando Jesus disse: Não penseis que vim trazer a paz, mas a divisão – seu pensamento era o seguinte:
“Não penseis que a minha doutrina se estabeleça pacificamente. Ela trará lutas sangrentas, para as quais o meu nome servirá de pretexto. Porque os homens não me haverão compreendido, ou não terão querido compreender-me. Os irmãos, separados pelas suas crenças, lançarão a espada um contra o outro, e a divisão se fará entre os membros de uma mesma família, que não terão a mesma fé. Vim lançar o fogo na Terra, para consumir os erros e os preconceitos, como se põe fogo num campo para destruir as ervas daninhas, e anseio porque se acenda, para que a depuração se faça mais rapidamente, pois dela sairá triunfante a verdade. A guerra sucederá a paz; ao ódio dos partidos, a fraternidade universal; às trevas do fanatismo, a luz da fé esclarecida” .
“Então, quando o campo estiver preparado, eu vos enviarei o Consolador, o Espírito da Verdade, que virá restabelecer todas as coisas, ou seja, que dando a conhecer o verdadeiro sentido das minhas palavras, que os homens mais esclarecidos poderão enfim compreender, porá termo à luta fratricida que divide os filhos de um mesmo Deus. Cansados, afinal, de um combate sem solução, que só acarreta desolação e leva o distúrbio até mesmo ao seio das famílias, os homens reconhecerão onde se encontram os seus verdadeiros interesses, no tocante a este e ao outro mundo, e verão de que lado se acham os amigos e os inimigos da sua tranqüilidade. Nesse momento, todos virão abrigar-se sob a mesma bandeira: a da caridade, e as coisas serão restabelecidas na Terra, segundo a verdade e os princípios que vos ensinei”.
17 – O Espiritismo vem realizar, no tempo determinado, as promessas do Cristo. Não o pode fazer, entretanto, sem destruir os erros. Como Jesus, ele se defronta com o orgulho, o egoísmo, a ambição, a cupidez, o fanatismo cego, que, cercados nos seus últimos redutos, tenta ainda barrar-lhe o caminho, e levantam contra ele entraves e perseguições. Eis por que ele também é forçado a combater. Mas a época das lutas e perseguições sangrentas já passou, e as que ele tem de suportar são todas de ordem moral, sendo que o fim de todas elas se aproxima. As primeiras duraram séculos; as de agora durarão apenas alguns anos, porque a luz não parte de um só foco, mas irrompe de todos o ponto do globo, e abrirá mais depressa os olhos aos cegos.
18 – Aquelas palavras de Jesus devem ser entendidas, portanto, como referentes à cólera que, segundo previa, a sua doutrina iria suscitar; aos conflitos momentâneos, que surgiram como conseqüência; às lutas que teria de sustentar, antes de se firmar, como aconteceu com os hebreus antes de sua entrada na Terra Prometida; e não como um desígnio premeditado, de sua parte, de semear a desordem e a confusão. O mal devia provir dos homens, e não dele. A sua posição era a do médico que veio curar, mas cujos remédios provocam uma crise salutar, revolvendo os humores malignos do enfermo.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 18:36
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Quinta-feira, 21 De Maio,2009

ROSAS DA CARIDADE


Isabel
Caridade, alma da vida!
Esparge tuas bênçãos sobre nós.
Silêncio no infortúnio, és a mão onerosa da Esperança.
No seio da orfandade, fazes o teu colo maternal.
No desabrigo do sofrimento, tornas-te senda de tranqüilidade.
Na estrada difícil das aflições, transformas-te em roteiro abençoado de carinho e conforto.
Alma formosa e boa, fomentas a misericórdia de Nosso Pai, na Terra referta de padecimentos ultrizes.
Enquanto o poder campeia, enlouquecido, e a carraça do mal insiste, vencendo distâncias, sê tu, alma da Caridade, a presença suave de Jesus no coração dos infelizes da Terra.
Em noite escura, acende a claridade do amor.
Nos conflitos generalizados, coloca a mansuetude da tua paz.
Todos os tesouros com que os homens se aquinhoam não valem o expressivo bem da tua misericórdia.
Rosas da Caridade de Jesus!
Todos os hinos de louvor que te dediquem não cantam a excelência da tua mensagem redentora.
Todas as palavras vibrantes com que procuram definir-te os vislumbres divinos, empalidecem face à tua própria grandeza.
Caridade, mensageira de Deus, que me enriqueceste o coração na Terra, que és o tesouro dos infelizes, esquecidos pelos homens, bendita sejas, traduzindo a glória do Altíssimo nas penedias tormentosas da humana miséria.
Alma da Caridade, rica e boa, eu te bendigo, arauto divino da felicidade, que reverdeces a terra depois da canícula devastadora que tudo cresta ou do vendaval das paixões que tudo destrói.
Cultivar-te, no jardim da alma, com todo o ser, é a inadiável tarefa que nos impomos, a fim de nos redimirmos, no ofício transcendente da tua realização.
Caridade! Caridade! Presença divina no relicário do espírito humano, bendita sejas!
Que a Caridade de Deus nos penetre a vida impulsionando-nos na direção da luta sublime!

Isabel

(Lisboa, Portugal, em 15 de agosto de 1970 - Sol de Esperança - Divaldo P. Franco - Diversos Espíritos)
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:38
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Terça-feira, 19 De Maio,2009

DISCERNIR E DISTINGUIR


Passos Lírio
Freqüentes vezes, em suas obras, o Codificador do Espiritismo nos chama a atenção para o dever que se nos impõe de passarmos pelo crivo da razão todas as manifestações da palavra escrita e falada de Espíritos e espíritas, significando matéria mediúnica ou produção humana, para termos condição de depreender o sentido e alcance das intenções de uns e de outros, tal a certeza de haver falsos profetas tanto na Erraticidade quanto na face da Terra, fariseus e impostores lá e aqui.
Nesse particular, legou-nos Allan Kardec orientações lapidares. Assim, não há como nem porque nos equivocarmos a respeito de coisa alguma.
Sem dúvida, pretendia o Mestre lionês, com isto, que os profitentes da Nova Revelação fôssemos criaturas esclarecidas e tanto quanto possível familiarizadas com as realidades espirituais.
Posteriormente, os que se lhe seguiram, na esteira do tempo, acharam por bem manter o mesmo espírito de prudência, insistindo em nos favorecer com outros lembretes de alertamento e advertência.
Por sua vez, os Instrutores Espirituais trouxeram-nos e ainda hoje nos trazem substanciais contribuições elucidativas e acauteladoras, no sentido da preservação do todo doutrinário que singulariza o tríplice aspecto científico-filosófico-religioso da Terceira Revelação.
Estamos, portanto, mais do que suficientemente aparelhados para um profícuo trabalho de verificação e análise, que nos possibilita separar o joio do trigo e agir com pleno conhecimento de causa.
Ora, se semelhante critério de acautelamento e precaução se faz essencialmente necessário no trato dos assuntos próprios dos nossos círculos de trabalho e estudo, procedam eles de encarnados ou desencarnados, por mais respeitáveis que se lhes apresentem os nomes e as personalidades, com mais forte razão (muitíssimo mais!) deve merecer toda a nossa escrupulosa atenção e inviolável observância tudo quanto disser respeito a iniciativas e atividades de outras fontes ideológicas, de quaisquer procedências estranhas ao nosso meio.
Não que tenhamos prevenções com quem quer que seja ou espírito preconcebido contra o que quer que seja. Nem temos a veleidade de supor e a presunção de admitir que fora do nosso campo de idéias e ideais nada haja, coisa alguma possa haver que se imponha ao nosso respeito e admiração, quando sabemos que as dádivas do Alto não são privilégio de ninguém e de nenhum grupo.
Somos dos que compreendem que as transcendentais inspirações do Senhor Jesus, através dos seus Emissários, podem constituir aquisição de qualquer um e pode se fazer sentir em toda parte onde haja criaturas que ofereçam condições de sintonia para captá-las. Sabemos, de fonte limpa e sem sombra de dúvida, que, em searas alheias, dentre os múltiplos e variados setores científicos, filosóficos e religiosos, sempre existiram e não deixam de existir figuras de alto gabarito espiritual, credoras do nosso apreço e consideração. Não desconhecemos a existência e atuação de vultos marcantes, que, pelo lastro dos seus atributos intelecto-morais, transcendem, pelo pensa­mento e ação, dos redutos em que se situam, para se projetarem como verdadeiros faróis no encapelado mar da vida, balizando rumos para os tripulantes da nau planetária, na rota do porto de destino. Nunca teríamos palavras suficientes para enaltecer-lhes os méritos e a profunda significação de suas presenças no cenário humano.
Mas, por outro lado, não ignoramos que a nossa admirável e amada Doutrina oferece-nos tudo de que carecemos para o desempenho fecundo e frutífero de toda e qualquer tarefa, de incumbência dos mais variados matizes, de missões de alta responsabilidade, e que, também ela dispõe de uma galeria notória e notável de vultos exponenciais e representativos, quer nos múltiplos domínios da Cultura, quer na esfera fulgurante dos mais acrisolados sentimentos, das mais requintadas virtudes. Pensadores eméritos, trabalhadores infatigáveis, idealistas inconfundíveis, personalidades de rara envergadura, eles nos deixaram precioso legado de luz para edificação de nossas almas e renovação espiritual da Humanidade. Temos neles, em seus pensamentos e ações, em suas idéias e atitudes, inestimáveis pontos de referência não só para a nossa conduta individual — privada e pública — senão também autênticas fontes de inspirações e consultas em prol de nossas atividades e realizações, que devemos desejar se apresentem sempre com o máximo e melhor índice de autenticidade espírita.
Não vemos, portanto, razão para entusiasmos e empolgações por outras idéias e ideologias, por qualquer outro sistema filosófico ou político-social, ainda que sejam credores do melhor conceito aqueles que os perfilharam e deles fizeram meritório uso próprio no quadro dos seus empreendimentos.
Louvemos, sim, os trabalhadores de alcandoradas aspirações, os construtores do progresso do mundo, os idealistas de escol, os desbravadores de vanguarda, nas áreas das descobertas científicas, no campo de diversificados inventos, na esfera das inovações tecnológicas. Reconheçamos e proclamemos os méritos das obras úteis e benéficas, sejam quais forem seus autores e partam elas de onde partirem. Admiremos, sem rebuços, tanto quanto possível, aqueles que souberam e sabem se consagrar ao bem-estar do próximo. Mas que esta nossa isenção de ânimo em apreciar vultos e obras, em fazer-lhes justiça, não implique adesões irrefletidas a quantos margeiam nossos celeiros de valores intelecto-morais, a fim de evitarmos fusões e confusões incongruentes que possam embaraçar-nos os passos ou criar embaraços, presentes e futuros, para o perfeito entendimento e êxito das altanadas implicações e aplicações, na prática, dos postulados doutrinário-evangélicos do Espiritismo.
Estejamos antes e acima de tudo com o que é tipicamente nosso e dos nossos, para estarmos sempre e verdadeiramente com a Doutrina Espírita e com os Espíritos do Senhor.
Discernir e distinguir bem para melhor nos resguardarmos.
Fonte: Reformador nº2000 – Novembro/1995
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 17:53
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Domingo, 17 De Maio,2009

ADVERSÁRIOS E DELINQÜENTES


“Reconcilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele...”
– Jesus. (MATEUS, 5:25)



Jesus nos solicitou a imediata reconciliação com os adversários, para que a nossa oração se dirija a Deus, escolmada de qualquer sentimento aviltante.
Não ignoramos que os adversários são nossos opositores ou, mais apropriadamente, aqueles que alimentam pontos de vista contrários aos nossos. E muitos deles, indiscutivelmente, se encontram em condições muito superiores às nossas, em determinados ângulos de serviço e merecimento. Não nos cabe, assim, o direito de espezinhá-los e sim o dever de respeitá-los e cooperar com eles, no trabalho do bem comum, embora não lhes possamos abraçar o quadro integral das opiniões.
Há companheiros, porém, que, atreitos ao comudismo sistemático, a pretexto de humildade, se ausentam de qualquer assunto em que se procura coibir a dominação do mal, esquecidos de que os nossos irmãos delinqüentes são enfermos necessitados de amparo e intervenção compatíveis com os perigos que apresentem para a comunidade.
Todos aqueles que, exercem algum encargo de direção sabem perfeitamente que é preciso velar em defesa da obra que a vida lhes confiou.
Imperioso manter-nos em harmonia com todos os que não pensam por nossos princípios, entretanto, na posição de criaturas responsáveis, não podemos passar indiferentes diante de um irmão obsidiado, que esteja lançando veneno em depósitos de água destinada à sustentação coletiva.
Necessitamos acatar os condôminos do edifício que nos serve de residência, toda vez que não consigam ler os problemas do mundo pela cartilha de nossas idéias, todavia, não será justo desinteressar-nos da segurança geral, se vemos um deles ateando fogo no prédio.
Cristo, em verdade, no versículo 25 do capítulo 5, do Evangelho de Mateus, nos afirma: “reconcilia-te depressa com o teu adversário”, mas no versículo 2 do capítulo 16, do Evangelho de Lucas, não se esqueceu de acrescentar: “dá conta de tua mordomia”.

Livro “Palavras de Vida Eterna” – Psicografia Francisco Cândido Xavier – Espírito Emmanuel.
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 23:13
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Quarta-feira, 13 De Maio,2009

O SERVIÇO RELIGIOSO



Emmanuel

Desde quando começou na Terra o serviço de adoração a Deus? Perde-se o alicerce da fé na sombra de evos insondáveis.
Dir-se-ia que o primeiro impulso da planta e do verme, à procura da luz, não é senão anseio religioso da vida, em busca do Criador que lhes instila o ser.
Considerando, porém, as escolas religiosas dos povos mais antigos, vemos no sistema egípcio a idéia central da imortalidade, com avançadas concepções da Grandeza Divina, mas enclausurada nos templos do sacerdócio ou no palácio dos faraós, sem ligação com o espírito popular, muita vez relegado à superstição e ao abandono.
Na Índia, identificando o culto da sabedoria. Instrutores eminentes aí ensinam que a bondade deve ser a raiz de nossas relações com os semelhantes, que as nossas virtudes e vícios são as forças que nos seguirão, além do túmulo, propagando-se abençoadas lições de aperfeiçoamento moral e compreensão humana; entretanto, o espírito das castas aí sufocou os santuários, impedindo a desejável extensão dos benefícios espirituais aos círculos do povo.
Na Pérsia, temos no zoroastrismo a consagração do nosso dever para com o Bem; todavia, as comunidades felicitadas por seus respeitáveis ensinamentos se confiam a guerras de conquista e destruição.
Entre os Judeus, sentimos o sopro da revelação do Deus Único, estabelecendo o reino da justiça na Terra, mas, apesar da glória sublime que coroa a fronte de Moisés e dos profetas que o sucederam, o orgulho racial é uma chaga viva no coração do Povo Escolhido.
Na China, possuímos a exaltação da simplicidade, através de lições que fulguram em todas as suas linhas sociais, destacando o equilíbrio e a solidariedade, contudo, o grande povo chinês não consegue superar as perturbações do separativismo e do cativeiro.
Na Grécia, encontramos o culto da Beleza. Os mistérios de Orfeu traçam formosos ideais e constroem maravilhosos santuários. O aprimoramento da arte e da cultura, porém, não consegue criar no espírito helênico a noção do Amor Universal. Generais e filósofo usam a inteligência para a dominação e, de modo algum, se furtam às tentações do campo bélico, acendendo a abominável fogueira da discórdia e do arrasamento.
Em Roma, surpreendemos o Direito ensinando que o patrimônio e a liberdade do próximo devem ser respeitados, no entanto, em nenhuma civilização do mundo observamos juntos tantos gênios da flagelação e da morte.
Hermes é a Sabedoria.
Buda é a Renunciação.
Zoroastro é o Dever.
Moisés é a Justiça.
Confúcio é a Harmonia.
Orfeu é a Beleza.
Numa Pompílio é o Poder.
Em todos os grandes períodos da evolução religiosa, antes do Cristo, vemos, porém, as demonstrações incompletas da espiritualidade. Não há padrões absolutos de perfeição moral, indicando aos homens o caminho regenerador e santificante. Aparecem linhas divisórias entre raças e castas, com vários tipos de louvor e humilhação para ricos e pobres, senhores e escravos, vencedores e vencidos.
Com Jesus, no entanto, surge no mundo o vitorioso coroamento da fé. No Cristianismo, recebemos as gloriosas sementes de fraternidade que dominarão os séculos. O Divino Fundador da Boa Nova entra em contacto com a multidão e o santuário do Amor Universal se abre, iluminado e sublime, para a santificação da Humanidade inteira.

Livro “Roteiro”, psicografado por Francisco Cândido Xavier)
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 16:48
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Sábado, 09 De Maio,2009

EM LOUVOR DAS MÃES


Emmanuel

O lar é a célula ativa do organismo social e a mulher, dentro dele, é a força essencial que rege a própria vida.
Se a criança é o futuro, no coração das mães que repousa a sementeira de todos os bens e de todos os males do porvir.
O homem é o pensamento.
A mulher é o ideal.
O homem é a oficina.
A mulher é o santuário.
O homem realiza.
A mulher inspira.
Compreender a gloriosa missão da alma feminina, no soerguimento na Terra, é apostolado fundamental do Cristianismo renascente em nossa Doutrina Consoladora.
Auxiliar, assim, o espírito materno, no desempenho de sua tarefa sublime, constitui obrigação primária de todos nós que abraçamos nos Centros Espíritas novos lares de idealismo superior e que buscamos na Boa Nova do Divino Mestre a orientação maternal para a renovação de nossos destinos.
Nesse sentido, se nos cabe reconhecer no homem o condutor da civilização e o mordomo dos patrimônios materiais na gleba planetária, não podemos esquecer que na mulher devemos identificar o anjo da esperança, ternura e amor, a descer para ajudar, erguer e salvar nos despenhadeiros da sombra, oferecendo-nos, no campo abençoado da luta regenerativa, novos tabernáculos de serviço e purificação.
Glorifiquemos, desse modo, o ministério santificante da maternidade na Terra, recordando que o Todo-Misericordioso, quando se designou enviar ao mundo o seu mais sublime legado para o aperfeiçoamento e a elevação dos homens, chamou um coração de mulher, em Maria Santíssima, e, através das suas mãos devotadas à humanidade e ao bem, à renunciação e ao sacrifício, materializou para nós o coração divino de Nosso Senhor Jesus Cristo, a luz de todos os séculos e o alvo de redenção da Humanidade inteira.

Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 16:50
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Quinta-feira, 07 De Maio,2009

SER MÃE



A missão de ser mãe quase sempre começa com alguns meses de muito enjôo, seguido por anseios incontroláveis por comidas estranhas, aumento de peso, dores na coluna, o aprimoramento da arte de arrumar travesseiros preenchendo espaços entre o volume da barriga e o resto da cama.
Ser mãe é não esquecer a emoção do primeiro movimento do bebezinho dentro da barriga.
O instante maravilhoso em que ele se materializou ante os seus olhos, a boquinha sugando o leite, com vontade, e o primeiro sorriso de reconhecimento.
Ser mãe é ficar noites sem dormir, é sofrer com as cólicas do bebê e se angustiar com os choros inexplicáveis: será dor de ouvido, fralda molhada, fome, desejo de colo?
É a inquietação com os resfriados, pânico com a ameaça de pneumonia, coração partido com a tristeza causada pela morte do bichinho de estimação do pequerrucho.
Ser mãe é ajudar o filho a largar a chupeta e a mamadeira. É levá-lo para a escola e segurar suas mãos na hora da vacina.
Ser mãe é se deslumbrar em ver o filho se revelando em suas características únicas, é observar suas descobertas.
Sentir sua mãozinha procurando a proteção da sua, o corpinho se aconchegando debaixo dos cobertores.
É assistir aos avanços, sorrir com as vitórias e ampará-lo nas pequenas derrotas. É ouvir as confidências.
Ser mãe é ler sobre uma tragédia no jornal e se perguntar: E se tivesse sido meu filho?
E ante fotos de crianças famintas, se perguntar se pode haver dor maior do que ver um filho morrer de fome.
Ser mãe é descobrir que se pode amar ainda mais um homem ao vê-lo passar talco, cuidadosamente, no bebê ou ao observá-lo sentado no chão, brincando com o filho.
É se apaixonar de novo pelo marido, mas por razões que antes de ser mãe consideraria muito pouco românticas.
É sentir-se invadir de felicidade ante o milagre que é uma criança dando seus primeiros passos, conseguindo expressar toscamente em palavras seus sentimentos, juntando as letras numa frase.
Ser mãe é se inundar de alegria ao ouvir uma gargalhadinha gostosa, ao ver o filho acertando a bola no gol ou mergulhando corajosamente do trampolim mais alto.
Ser mãe é descobrir que, por mais sofisticada que se possa ser, por mais elegante, um grito aflito de mamãe a faz derrubar o suflê ou o cristal mais fino, sem a menor hesitação.
Ser mãe é descobrir que sua vida tem menos valor depois que chega o bebê.
Que se deseja sacrificar a vida para poupar a do filho, mas ao mesmo tempo deseja viver mais – não para realizar os seus sonhos, mas para ver a criança realizar os dela.
É ouvir o filho falar da primeira namorada, da primeira decepção e quase morrer de apreensão na primeira vez que ele se aventurar ao volante de um carro.
É ficar acordada de noite, imaginando mil coisas, até ouvir o barulho da chave na fechadura da porta e os passos do jovem, ecoando portas adentro do lar.
Finalmente, é se inundar de gratidão por tudo que se recebe e se aprende com o filho, pelo crescimento que ele proporciona, pela alegria profunda que ele dá.
Ser mãe é aguardar o momento de ser avó, para renovar as etapas da emoção, numa dimensão diferente de doçura e entendimento.
É estreitar nos braços o filho do filho e descobrir no rostinho minúsculo, os traços maravilhosos do bem mais precioso que lhe foi confiado ao coração: um Espírito imortal vestido nas carnes de seu filho.
* * *
A maternidade é uma dádiva. Ajudar um pequenino a desenvolver-se e a descobrir-se, tornando-se um adulto digno, é responsabilidade que Deus confere ao coração da mulher que se transforma em mãe.
E toda mulher que se permite ser mãe, da sua ou da carne alheia, descobre que o filho que depende do seu amor e da segurança que ela transmite, é o melhor presente que Deus lhe deu.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Dia das mães, de autoria de Sharon Nicola Cramer e no cap. Isso vai mudar totalmente a sua vida, de autoria de Dale Hanson, ambos extraídos da obra Histórias para aquecer o coração, v. 2, de Jack Canfield e Mark Victor Hansen, ed. Sextante.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 21:40
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Segunda-feira, 04 De Maio,2009

FALSAS IDÉIAS


- Não me dedico ao bem porque sofro muito.
Claro equívoco.
A provação é inerente ao Planeta e inevitável na vida humana. Urge, no entanto, agir na construção do bem, para que as provas necessárias não nos encontrem desprevenidos, exibindo braços cruzados.
O infortúnio é comparável à tempestade e o crédito de quem vive em serviço assemelha-se à edificação que oferece abrigo a intempérie.

- Não faço preleções em torno do bem, porque carrego muitas faltas.
Eis o engano.
Aguardar a perfeição para indicar o bem impedir-nos-ia de apregoá-lo, de vez que, por enquanto, ninguém existe perfeito sobre a Terra.
Se as tuas palavras de amor, no conjunto, ainda não te refletem todas as qualidades e sentimentos, pondera que, ensinando, aprendemos, e que, apontando roteiro correto aos outros, somos especialmente obrigados à retidão.- Não estudo porque tenho dificuldade.
Puro engano.
Obstáculos representam condição natural de todas as aquisições começantes que, evidentemente, reclamam tempo e abnegação para se afirmarem na vida.
Se a semente dissesse que não tinha vocação de ser planta viva, desistindo de lançar no solo o seu próprio embrião, vencendo largos impedimentos, ninguém encontraria os benefícios da árvore.

- Não procuro talentos espirituais, porque já passei por numerosas desilusões.
Erro palmar.
Os outros não podem responder pelo esforço que nos compete no aprimoramento próprio, e, diante de todos aqueles que nos tenham arrojado a desencanto, a nossa atitude somente comporta fraternal compaixão, porquanto, quem busca embaciar a verdade, ensombra a si mesmo.
O ensinamento do Plano Superior exprime apelo a cada um, e, quanto mais generoso o professor, mais vigilante funcionará contra o regime da cola, garantindo o progresso do aluno.

- Não oro porque não possuo merecimento.
Mera ilusão.
Decerto que nos mundos sublimes a atividade normal das Inteligências angélicas constitui por si só uma prece constante, mas a oração é recurso mais imediato para as criaturas ainda distantes das esferas propriamente celestiais.
A prece não altera o terreno acidentado ou marginado de abismos em que uma pessoa se encontre; no entanto, é uma luz e a luz aponta o caminho certo.
Não te desculpes para fugir do trabalho a fazer: quanto maior o nosso problema, sempre maior a necessidade de solução.
Do Livro Seareiros de Volta, de Waldo Vieira e César Gonçalves.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 02:53
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