Terça-feira, 30 De Junho,2009

A DOCE MARIA DE NAZARÉ

 

Algum tempo após tomarmos conhecimento de um novo quadro de Maria, a Mãe de Jesus, divulgado num programa da TV Record, de São Paulo, com a presença de Francisco Cândido Xavier, procuramos esse médium amigo para colher dele maiores esclarecimentos sobre a origem do mesmo.
Contou-nos, então, Chico Xavier, no final da reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, na noite de 1º de dezembro de 1984, que, com vistas às homenagens do Dia das Mães de 1984, o Espírito de Emmanuel ditou, por ele, um retrato falado de Maria de Nazaré ao fotógrafo Vicente Avela, de São Paulo. Esse trabalho artístico foi sendo realizado aos poucos, desde meados de 1983, com retoques sucessivos realizados pela grande habilidade de Vicente, em mais de vinte contatos com o médium mineiro, na Capital paulista.
Em nossa rápida entrevista, Chico frisou que a fisionomia de Maria, assim retratada, revela tal qual Ela é conhecida quando de Suas visitas às esferas espirituais mais próximas e perturbadas da crosta terrestre; como, por exemplo, disse-nos ele, na Legião dos Servos de Maria, grande instituição de amparo aos suicidas descrita detalhadamente no livro Memórias de um Suicida, recebido mediunicamente por Yvonne A. Pereira.
E, ao final do diálogo fraterno, atendendo nosso pedido, Chico forneceu-nos o endereço do fotógrafo-artista, para que pudéssemos entrevistá-lo oportunamente, podendo assim registrar mais algum detalhe do belo trabalho realizado.
De fato, meses após essa entrevista, tivemos o prazer de conhecer o sr. Vicente Avela, em seu próprio ateliê, há 30 anos localizado na Rua Conselheiro Crispiniano, 343, 2º andar, na Capital paulista, onde nos recebeu atenciosamente.
Confirmando as informações do médium de Uberaba ele apenas destacou que, de fato, não houve pintura e sim um trabalho basicamente fotográfico, fruto de retoques sucessivos num retrato falado inicial, tudo sob a orientação mediúnica de Chico Xavier.
Quando o sr.. Vicente concluiu a tarefa, com a arte final em pequena foto branco-e-preto, ele a ampliou bastante e coloriu-a com tinha a óleo (trabalho em que é perito, com experiência adquirida na época em que não havia filmes coloridos e as fotos em preto-e-branco eram coloridas a mão), dando origem à tela que foi divulgada.
Nesse encontro fraterno, também conhecemos o lindo quadro original à vista em parede de seu escritório, e ao despedirmo-nos, reconhecidos pela atenção, o parabenizamos por esse árduo e excelente trabalho, representando mais uma notícia da vida espiritual de Maria de Nazaré, que continua amparando com imenso amor maternal a Humanidade inteira.

Hércio M. C. Arantes - Fonte: Anuário Espírita 1986
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Sexta-feira, 26 De Junho,2009

OS DEMÔNIOS SEGUNDO O ESPIRITISMO

 

 



 

Segundo o Espiritismo, nem anjos nem demônios são entidades distintas, por isso que a criação de seres inteligentes é uma só. Unidos a corpos materiais, esses seres constituem a Humanidade que povoa a Terra e as outras esferas habitadas; uma vez libertos do corpo material, constituem o mundo espiritual ou dos Espíritos, que povoam os Espaços. Deus criou-os perfectíveis e deu-lhes por objetivo a perfeição, com a felicidade que dela decorre. Deus não lhes deu, contudo, a perfeição, pois quis que a obtivessem por seu próprio esforço, a fim de que também e realmente lhes pertencesse o mérito. Desde o momento da sua criação que os seres progridem, quer encarnados, quer no estado espiritual. Atingido o apogeu, tornam-se Espíritos puros ou anjos, segundo a expressão vulgar; de sorte que, desde o embrião do ser inteligente até ao anjo, há uma cadeia ininterrupta, na qual cada um dos elos assinala um grau de progresso.

Disso resulta que há Espíritos em todos os graus de adiantamento moral e intelectual, conforme a posição em que se acham, no alto, embaixo ou no meio da imensa escala do Progresso.

Em todos os graus existe, portanto, ignorância e saber, bondade e maldade. Nas classes inferiores destacam-se Espíritos ainda profundamente propensos ao mal e comprazendo-se com o mal. A estes pode-se denominar demônios, pois são capazes de todos os malefícios aos ditos atribuídos. O Espiritismo não lhes dá tal nome, pois entende que o mesmo se prende à idéia de uma criação distinta do gênero humano, com seres de natureza essencialmente perversa, votados ao mal eternamente e incapazes de qualquer progresso para o bem.

Segundo a doutrina da Igreja os demônios foram criados bons e tornaram-se maus por sua desobediência: são anjos colocados primitivamente por Deus no ápice da escala, tendo dela decaído. Segundo o Espiritismo os demônios são Espíritos imperfeitos, suscetíveis de regeneração e que, colocados na base da escala, hão de nela graduar-se.

Os que por indiferença, negligência, obstinação ou má-vontade persistem em ficar, por mais tempo, nas classes inferiores, sofrem as conseqüências dessa atitude, e o hábito do mal dificulta-lhes a regeneração. Chega-lhes, porém, um dia a fadiga dessa vida penosa e das suas respectivas conseqüências; eles comparam então a sua situação à dos bons Espíritos e compreendem que o seu interesse está no bem, procurando então melhorarem-se, mas por ato de espontânea vontade, sem que haja nisso o mínimo constrangimento. Eles estão submetidos à lei geral do progresso, em virtude da sua aptidão para progredir, mas não progridem, ainda assim, contra a vontade. Para isso Deus fornece-lhes constantemente os meios, porém, com a faculdade de aceitá-los ou recusá-los. Se o progresso fosse obrigatório não haveria mérito, e Deus quer que todos tenhamos o mérito de nossas obras. Ninguém é colocado em primeiro lugar por privilégio; mas o primeiro lugar a todos é franqueado à custa do esforço próprio. Os anjos mais elevados conquistaram a sua graduação, passando, como os demais, pela rota comum.

Chegados a certo grau de pureza, os Espíritos têm missões adequadas ao seu progresso; preenchem assim todas as funções atribuídas aos anjos de diferentes categorias.

E como Deus criou de toda a eternidade, segue-se que de toda a eternidade houve número suficiente para satisfazer às necessidades do Governo Universal. Deste modo uma só espécie de seres inteligentes, submetida à lei de progresso, satisfaz todos os fins da Criação.

Por fim, a unidade da Criação, aliada à idéia de uma origem comum, tendo todos o mesmo ponto de partida e a mesma trajetória a percorrer, elevando-se assim pelo próprio mérito, corresponde melhor à justiça de Deus do que a idéia da criação de espécies diferentes, mais ou menos favorecidas de dotes naturais, que seriam outros tantos privilégios.

A doutrina vulgar sobre a natureza dos anjos, dos demônios e das almas, não admitindo a lei do progresso, mas vendo, todavia, seres de diversos graus, concluiu assim que seriam produto de outras tantas criações especiais. E assim foi que chegou-se a fazer de Deus um pai parcial, tudo concedendo a alguns de seus filhos, e a outros impondo os mais rudes trabalhos. Não admira que por muito tempo os homens achassem justificação para tais preferências, quando eles próprios delas usavam em relação aos filhos, estabelecendo direitos de primogenitura e outros privilégios de nascimento. Podiam tais homens acreditar que andavam mais errados que Deus?

Hoje, porém, alargou-se o circulo das idéias: o homem vê mais claro e tem noções mais precisas de justiça; desejando-a para si e se nem sempre encontrando-a na Terra, ele quer pelo menos encontrá-la mais perfeita no Céu.

E aqui está por que lhe repugna à razão toda e qualquer doutrina na qual não resplenda a Justiça Divina na plenitude integral da sua pureza.


 

Texto retirado do livro “O Céu e o Inferno - A Justiça Divina Segundo o Espiritismo” – Allan Kardec
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Terça-feira, 23 De Junho,2009

AS CAUSAS DAS MORTES COLETIVAS


Através da reencarnação, Doutrina Espírita mostra que há lógica nas tragédias que chocam a todos nós Como conciliar a afirmativa de Jesus de que “a cada um será dado segundo as suas obras”, com as desencarnações coletivas provocadas pelo terremoto mais violento dos últimos quarenta anos, ocorrido no dia 26 de dezembro de 2004, que ao produzir ondas gigantescas (tsunamis), destruiu a região litorânea do Sul da Ásia, matando centenas de milhares de pessoas?Como aplicar o ensinamento do Cristo às mortes coletivas que aconteceram num incêndio de grandes proporções em uma discoteca de Buenos Aires, no final de dezembro, e que provocou a morte de 175 pessoas; ou aos óbitos registrados no terremoto que atingiu a cidade de Bam, no Irã, no final de 2003, que matou milhares de pessoas de todas as idades e condições sociais; ou ainda, às verificadas no acidente de avião no Egito, que provocou a morte de 148 pessoas que estavam a bordo, em 3 de janeiro de 2004? Enfim, como explicar todos esses e muitíssimos outros fatos dramáticos sob a ótica da Justiça Divina?
Para melhor entendermos a questão das expiações coletivas, esclarece o Espírito Clélia Duplantier, em Obras Póstumas, que é preciso ver o homem sob três aspectos: o indivíduo, o membro da família e, finalmente, o cidadão. Sob cada um desses aspectos ele pode ser criminoso ou virtuoso. Em razão disso, existem as faltas do indivíduo, as da família e as da nação. Cada uma dessas faltas, qualquer que seja o aspecto, pode ser reparada pela aplicação da mesma lei.
A reparação dos erros praticados por uma família ou por um certo número de pessoas é também solidária, isto é, os mesmos espíritos que erraram juntos reúnem-se para reparar suas faltas. A lei de ação e reação, nesse caso, que age sobre o indivíduo, é a mesma que age sobre a família, a nação, as raças, enfim, o conjunto de habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas.
Tal reparação se dá porque a alma, quando retorna ao Mundo Espiritual, conscientizada da responsabilidade própria, faz o levantamento dos seus débitos passados e, por isso mesmo, roga os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente.


FAMILIA MORRE QUEIMADA
Vejamos agora como funciona a lei de ação e reação para redimir culpas passadas de diversos membros de uma família que, por vingança, incendiaram a casa de um vizinho pela madrugada, matando todos dentro da casa. Os espíritos que compunham a família criminosa, ao reencarnarem unidos novamente pelos laços consangüíneos, expiaram seus crimes num desastre, no qual o carro em que viajavam pegou fogo, morrendo todos queimados dentro do veículo.
Como se vê, cada membro da família reparou individualmente os crimes cometidos na encarnação anterior, dentro do resgate coletivo. De fato, a dor coletiva é o remédio que corrige as falhas mútuas. No entanto, cada um só é responsável pelas suas próprias faltas como determina a Justiça Divina, ou seja, como indivíduos ou como membros de uma coletividade, todos nós somos responsáveis pelos nossos atos perante as leis de Deus.
Segundo Emmanuel, nós “criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as conseqüências. E a Sabedoria Divina se vale dos nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e progressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança. É por este motivo que, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida”.
Tais apontamentos foram feitos ao final do capítulo intitulado “Desencarnações Coletivas”, no livro Chico Xavier Pede Licença, quando o benfeitor espiritual responde porque Deus permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos de incêndios.

TERREMOTOS
Imaginemos guerreiros do passado que destruíram cidades, arrasaram lares, matando mulheres e crianças sob os escombros de suas casas, fazendo milhares de vítimas. É lógico que os espíritos desses guerreiros, ao reencarnarem na Terra em novos corpos, atraídos por uma força magnética pelos crimes praticados coletivamente, se reúnem em determinadas circunstâncias, e sofrem “na pele” por meio de um terremoto ou outra catástrofe semelhante, o mesmo mal que fizeram às suas vítimas indefesas de ontem.


ACIDENTES DE AVIÃO
O espírito André Luiz, no capítulo 18 do Livro Ação e Reação, psicografado por Chico Xavier, esclarece que piratas que afundaram e saquearam criminosamente embarcações indefesas no dorso do mar, ceifando inúmeras vidas, agora encarnados em outros corpos, morrem coletivamente nos acidentes aviatórios.


TRAGÉDIA DO CIRCO
No dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, em comovedora tragédia num circo, a justiça da lei, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em diversas posições da idade física para a dolorosa expiação, conforme relata o Espírito Humberto de Campos, pelo médium Chico Xavier, no livro Crônicas de Além Túmulo. Os que morreram no século XX no circo de Niterói foram os mesmos que, no ano de 177 de nossa era, queimaram cerca de mil crianças e mulheres cristãs numa arena de um circo na Gália, região da França, na época do Império Romano.


OUTRAS CAUSAS
Ainda na mensagem “Desencarnações Coletivas”, o benfeitor espiritual Emmanuel esclarece outros motivos para as mortes que se verificam coletivamente. Diz ele: “Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.
Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.
Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas.
Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação”.

CONCLUSÃO
Diz Allan Kardec, nos comentários da questão 738 de O Livro dos Espíritos, que “venha por um flagelo à morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo”.
E finalmente, segundo esclareceram os Espíritos Superiores a Allan Kardec, na resposta à questão 740 de O Livro dos Espíritos, “os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo”.


Gerson Simões Monteiro

Presidente da Fundação Cristã Espírita C. Paulo de Tarso
e-mail: gerson@radioriodejaneiro.am.br
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 05:30
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Segunda-feira, 22 De Junho,2009

À VIRGEM




Bittencourt Sampaio


Vós sois no mundo a estrela da esperança,
A salvação dos náufragos da vida;
Custódia das almas sofredoras,
Consolação e paz dos desterrados.
Do venturoso aprisco das ovelhas
De Jesus-Cristo, o Filho muito amado!
Fanal radioso aos pobres degredados,
Anjo guiador dos homens desgarrados
Do Evangelho de luz do Filho vosso.
Virgem formosa e pura da bondade,
Providência dos fracos pecadores,
Astro de amor na noite dos abismos,
Clarão que sobre as trevas da cegueira
Expulsa a escuridão das consciências!
Virgem da piedade e da pureza,
Estendei vossos braços tutelares
A Humanidade inteira, que padece,
Espíritos na treva das angústias,
No tenebroso barato das dores,
Mergulhados nas tredas tempestades,
Do mal que lhes ensombra a mente e a vista;
Cegos desventurados, caminhando
Em busca de outras noites mais escuras.
Legião de penitentes voluntários,
Afastados do amor que os esclarece!
Anjo da caridade e da virtude,
Estendei vossas asas luminosas
Sobre tanta miséria e tantos prantos.
Dai fortaleza àqueles que fraquejam,
Apiedai-vos dos frágeis caminhantes,
Iluminai os cérebros descrentes,
Fortalecei a fé dos vacilantes,
Clareais as sendas obscurecidas
Dos que se vão nos pântanos dos vícios!...
Existem almas míseras que choram
Amarradas ao potro das torturas,
E corações farpeados de amarguras...
Enxugai-lhes as lágrimas penosas!
Virgem imaculada de ternura
Abençoai os mansos e os humildes
Que acima de ouropéis enganadores
Põem o amor de Jesus, eterno e puro'.
Dulcifícai as mágoas que laceram
Pobres almas aflitas na voragem
Das provações mais rudes e amargosas.
Estendei, Virgem pura, o vosso manto
Constelado de todas as virtudes,
Sobre a nudez de tantos sofrimentos
Que despedaçam almas exiladas
No orbe da expiação que regenera...
Ele será a luz resplandecente
Sobre a miséria dos padecimentos
Afastando amarguras, concedendo
Claridades às estradas pedregosas,
Conforto às almas tristes deste mundo.
Porto de segurança aos viajantes,
Clarão de sol nas trevas mais espessas,
Farol brilhante iluminando os trilhos
De todos os viajores que caminham
Pela mão de Jesus doce e bondosa;
O pão miraculoso, repartido
Entre os esfomeados e os sedentos
De paz, que os acalente e os conforte!
Virgem, Mãe de Jesus, anjo de amor,
Vinde a nós que na luta fraquejamos,
Ajudai-nos a fim de que a vençamos...
Vinde! Dai-nos mais força e mais coragem,
Derramai sobre nós os eflúvios santos
Do vosso amor, que ampara e que redime...
Vinde a nós!
Nossas almas vos esperam,
Almas de filhos míseres que sofrem,
Atendei nossas súplicas, Senhora,
Providência da pobre Humanidade!...
Psicografado por Francisco C. Xavier (À luz da Oração)
Jornal: ‘Gotas de Luz’Julho/Agosto/Setembro 2001
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 18:43
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Sábado, 20 De Junho,2009

MARIA TROCA ÓDIO POR AMOR


Christopher Smith
Estava Maria em sua cidade, Cafarnaum, para onde se mudara, quando o céu começou a se pontilhar de estrelas. Ela começou a pensar em seu filho, Jesus, Ela andava por todas as terras da Galiléia:
- Onde será que Meu Filho se encontra agora? Com quem estará ele conversando?
As saudades prementes faziam com que seus olhos doces e ternos se nublassem de pranto. Mas, eis que batem, incessantemente, à sua porta e ela perguntou:
-Quem é?
Responderam tão somente:
-Uma mãe muito aflita. Já não sei mais o que fazer para ajudar meu filho!
E ela falou:
-Aguarde um pouco...
Vestiu sua túnica e foi atender ao chamado da mãe ansiosa que, insistentemente, pedia socorro para os seus problemas.
-O que se passa, minha irmã, já ia recolher-me!
Ela falou:
-Meu filho rola pelo chão, baba, grita impropérios, está totalmente enlouquecido.
Como Seu Filho está distante, Maria, eu vim pedir que vocÊ, de uma certa forma, rogue a Deus, rogue em nome de Seu Filho, para que meu filho seja ajudado.
Maria perguntou:
-Você tem fé? VocÊ acredita, realmente, que eu possa rogar a Meu Filho e seu filho ficar curado?
-Se eu não tivesse fé, não caminharia desesperada pela noite. Porque Jesus, eu já O vi retirar espíritos impuros de muitas criaturas. Meu filho tem apenas quinze anos e está louco a rolar no chão. Desde a tardinha que estamos nesse tormento, não podemos pensar o que será a noite. Ele pode até morrer! O que será do meu filho, enlouquecido daquela forma?
Maria foi caminhando com a mulher e falando:
-Vamos pedir ao nosso Pai que está nos céus, vamos pedir ao Deus Todo Poderoso, pra que nos envie uma luz, um recurso, porque Meu Filho tem poderes dados por Deus, mas eu nada mais sou do que a mãe de Jesus.
-Ah, mas você é a mãe de Jesus! Você representa Jesus em nossos corações!
Quando Maria foi chegando, viu que havia muitas lamparinas acesas, muitos curiosos e o menino a se contorcer , a se retorcer e a xingar impropérios. Ela foi chegando, mansamente, e o menino sentou-se com os olhos extremamente estáticos, arregalados, falou:
-o que temos nós a ver com você, mãe de Jesus, e com Jesus? Nós não pertencemos à luz! Nós somos da sombra! Ele nos pertence, por isso, você vai perder seu tempo. Jesus tenho companheiros! Somos donos desse corpo e aqui vai ser nossa morada!
Maria olhou para o jovem, com seus cabelos empoeirados... Uma dor imensa bateu dentro de seu coração, por ele e por aqueles que o perseguiam. Ela, então, disse, na humildade que a caracterizava:
-Meu irmão, realmente, eu nada sou e nada posso. O que sou eu? Apenas uma serva de Deus. Mas, eu posso pedir a Esse Deus misericordioso, que é meu Pai e que é seu Pai, que envolva você em tal força e em tal luz que esse ódio que está dentro do seu coração se dilua diante do poder imenso da compreensão de Deus. Deus é tanto meu Pai, quanto o seu.
Deus ama a mim, eu sei, mas ama tanto você que virá em socorro, não só desse que aí está, mas em socorro de vocês que, realmente, estão precisando muito. Porque, eu tenho certeza de que, dentro de seu coração existe um imenso amor e uma imensa revolta. Essa revolta, pouco a pouco, vai abandonar o seu coração e de seus companheiros. Onde quer que estejamos, os olhos de Deus pousam sobre nós, criaturas que Ele criou, criaturas por quem Ele tanto se desvelou, se preocupou, que mandou Meu Filho, Jesus, para consolar as dores que vocês carregam na revolta, para consolar a dor dessa mãe aflita. Vocês certamente verão que o coração dessa mãe sofre e, na minha fraqueza – porque eu nada sou e nada posso, mas eu tenho muito amor a oferecer a vocês-tenho certeza de que querem trocar o ódio que têm no coração pelo amor que eu estou oferecendo. Vamos fazer essa troca? Eu fico com todo o ódio que vocês possuem e dou todo o amor que trago dentro do meu ser.
Naquele instante, sem nada responder, um soluço brotou da garganta daquele menino, que, esfregando os olhos, falou:
- Mãe, mãe, onde estou? O que me aconteceu? Por que tantas pessoas em torno de mim? O que aconteceu comigo, mãe? Eu dormi?
Não viu que Maria, naquele instante, levantou as mãos em direção aos céus e falou:
-Pai de misericórdia, acolha nos seus braços todo o ódio que caminha na Terra, transforma esse ódio em amor, transforma o desespero em esperança, transforma os conflitos em compreensão, porque aquele que odeia é o que mais sofre, ele traz, preso na alma, os grilhões que não libertam da criatura, que passa a ser senhor absoluto de todas as suas emoções. Nós, Senhor, queremos ser apenas filhos da luz, filhos do amor, servos fiéis, aonde quer que estejamos. Que se faça nessa casa, Pai amorável , a sua eterna presença e que Meu Filho, Jesus, aonde quer que esteja, se alegre, porque a mais humilde de todas as mulheres foi capaz de contribuir, junto com Deus. Para que a paz se fizesse nesses corações tumultuados pelos sentimentos de ódio e, mais uma vez, foi demonstrado o poder de Deus, e, acima de tudo, união e amor.
Maria retornou...Retornou para o seu lar olhando o céu pontilhado de estrelas e falou:
-Filho, aonde quer que esteja, eu sei que você, dentro do seu coração, ouviu o apelo da sua mãe distante e intercedeu, junto a Deus, para que se fizesse amor, onde o ódio caminhava.
Como nós queremos levar paz, se nós somos permanente tumulto? Como podemos pedir união, se somos permanente desunião, como podemos pedir que os corações se pacifiquem, se nós permanecemos em eternas disputas?
Por isso, cada vez que se instala o desequilíbrio, que sejam, cada um de vocês, primeiro o equilíbrio para, depois, rogar equilíbrio. Porque nos nossos exemplos miram-se todos os espíritos que caminham na sombra, se alegram todos, todos os espíritos que caminham na luz.
Que se faça sobre todos nós, hoje e sempre, o amparo de Jesus e as bênçãos da doce Maria.
Mensagem recebida por Shyrlene Soares Campos no Núcleo Servos Maria de Nazaré
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 04:09
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Quarta-feira, 17 De Junho,2009

RECADO DE AMOR

Maria Dolores

Chama-se Aurora a nobre companheira,
Uma das que encontrei na hora derradeira
Do corpo cujo laço me prendia;
Mensageira da paz e da alegria,

É um misto de menina, flor e estrela...
Depois de longa convivência,
Em meu novo processo de existência,
Pude efetivamente conhecê-la.

Para logo notei que Aurora onde estivesse,
Ante os amigos de qualquer idade,
Lembrava um coração que, de todo, se desse
A tecer fios de felicidade

Para quem lhe escutasse as palavras de luz;
No entanto, aos poucos, vi que ela trazia
Extenso traço de melancolia,
Obscuro pesar, escondido e profundo.

Sem que eu nada indagasse, certa feita,
Ela me disse: - "Irmã Dolores,
Devo tornar ao mundo
Numa jornada estreita.

Irmã, onde estiveres, onde fores,
Roga ao Céu abençoe a luta que me leva
A socorrer um ente amado,
Para mim, tal qual filho desgarrado,
Nas veredas da treva..."

"Mas não podes, irmã, - perguntei, com cuidado, -
Ampará-lo daqui, sem renascer na Terra?"
- "Não, não posso, - ela disse, é na volta que insisto,
Já que em cinco existências, lado a lado,

Esse filho que eu amo é um homem transtornado
Que fugiu por orgulho à presença do Cristo."
Depois de semelhante entendimento,
Acompanhei-a, certa vez,

A fim de conhecer-lhe o ente amado
A quem se afeiçoara noutras eras...
Nele encontrei um cidadão prendado,
Esbanjando poder, nome e talento.

Conquanto homem de bem, de maneiras sinceras,
Casado, pai de um filho
Que ainda não chegara a contar quatro anos,
Professor e eminente cientista,

Emitia conceitos desumanos,
Se alguém falava em fé, expondo-se-lhe à vista.

Logo após, muitas vezes,
Ateu maior, entre os grandes ateus,
Dele escutei opiniões como estas:
- "Santos e religiões nessa história de Deus

São lendas de pessoas desonestas,
O espírito é ilusão da mente alucinada,
Quando a morte aparece, a vida é cinza e nada."
Mas Aurora voltou, - afeição renascida, -

Tomando dele próprio a sua nova vida.
A mãezinha querida, excelente senhora,
Por sugestão do Plano Superior,
Deu-lhe o nome de Aurora...

Tenra criança ainda, ela exprimia amor,
Impressionando ao pai com o luminoso olhar...
No regaço materno, era uma flor no lar.
Crescendo um tanto mais, era-lhe a companhia,

O pai achara nela a fonte da alegria...
Cinco anos apenas e a criança
Endereçava a ele assuntos tais,

Que o genitor se via em profunda mudança,
Nos seus próprios anelos paternais.
Assim que os dois se punham mais sozinhos,
Fosse em casa, nas praias, nos caminhos,

A pequena fazia indagações:
- "Papai, quem fez o mar assim tão grande?
Quem cultiva estas plantas que nós vemos?
Quem criou nossos pés para que a gente ande?

Quem segura no chão a casa em que vivemos?
Papai, quem dá comida aos pássaros na serra?
Quem fez o Sol? Será que o Sol assim, tão brilhante e tão quente,
É uma vela de Deus, iluminando a Terra?"

O pai ouvia a filha, enternecidamente,
E respondia, admirado:
- "Filhinha, vais crescer ao nosso lado,
Tudo compreenderás no momento preciso..."

E parava a pensar, sob longo sorriso.
Após algum silêncio, a expressar alegria,
Vendo as aves saltando, ramo em ramo,
Sempre agarrada ao pai, a pequena dizia:

- "Papai, de tudo o que já sei,
Sabe o que já falei?
Já falei à Mãezinha que eu te amo...
Mas, um dia surgiu... Há sempre um "mas"

Quando a vida feliz perde o gosto da paz.
A menina adoeceu, inesperadamente
E, após longa pesquisa, o médico anuncia
A presença de estranha leucemia...
Os pais lutaram quais leões, à frente

De um perigo mortal, no entanto, hora por hora,
Notam a pequenina e terna Aurora
A definhar e a definhar...
Até que, em certa noite, unidos a chorar,

Sem qualquer esperança que os conforte,
Viram-na repousar no silêncio da morte.
Lembrando um anjo lindo estruturado em cera,
A filhinha querida adormecera.

Dois meses sobre os traços da ocorrência,
A pedido de Aurora,
Fui visitar-lhe a residência.
Não mais achei ali a beleza de outrora...

Tentei buscar-lhe o pai que soube ausente
E encontrei-o num quadro comovente;
Estava triste e só num campo santo,
Tateando na lousa o nome da filhinha

E, demonstrando a mágoa que o retinha,
Falava em alta voz, encharcada de pranto:
- "Filha do coração, embora eu viva triste,
A verdade me diz que a morte não existe.

Anjo de paz e amor, é impossível morrer,
Vives hoje no Além, tanto quanto em meu ser...
Perder-te a companhia é toda a minha dor,
Não olvides teu pai, cansado e sofredor!...

Nunca te esquecerei, filha dos sonhos meus,
A saudade de ti trouxe-me a luz de Deus..."
Então, pude anotar
Naquela inteligência em supremo pesar,

Mostrando o coração sem disfarce e sem véus,
Que toda vida curta, ao brilhar e morrer,
Para quem ama e fica, ante o mundo a sofrer,
É um recado de amor no correio dos Céus!...


Do livro A Vida Conta. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 23:29
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Domingo, 14 De Junho,2009

A HORA FINAL

Que se passa no momento da morte e como se desprende o Espírito da sua prisão material? Que impressões ou sensações o esperam nessa ocasião temerosa? É isso o que interessa a todos conhecer, porque todos cumprem essa jornada. A vida foge-nos a todo instante: nenhum de nós escapará à morte.
As sensações que precedem e se seguem à morte são infinitamente variadas e dependentes, sobretudo do caráter, dos méritos, da elevação moral do Espírito que abandona a Terra. A separação é quase sempre lenta e o desprendimento da alma opera-se gradualmente. Começa, algumas vezes, muito tempo antes da morte e só se completa quando ficam rotos os últimos laços fluídicos que unem o perispírito ao corpo. A impressão sentida pela alma revela-se penosa e prolongada quando esses laços são mais fortes e numerosos. Causa permanente da sensação e da vida, a alma experimenta todas as comoções, todos os despedaçamentos do corpo material.
Dolorosa, cheia de angústias para uns, a morte não é, para outros, senão um sono agradável seguido de um despertar silencioso. O desprendimento é fácil para aquele que previamente se desligou das coisas deste mundo, para aquele que aspira aos bens espirituais e que cumpriu os seus deveres. Há, ao contrário, luta, agonia prolongada no Espírito preso à Terra, que só conheceu os gozos materiais e deixou de preparar-se para essa viagem.
Entretanto, em todos os casos, a separação da alma e do corpo é seguida de um tempo de perturbação, fugidio para o Espírito justo e bom, que desde cedo despertou ante todos os esplendores da vida celeste; muito longo, a ponto de abranger anos inteiros, para as almas culpadas, impregnadas de fluidos grosseiros. Grande número destas últimas crê permanecer na vida corpórea, muito tempo mesmo depois da morte. Para estas, o perispírito é um segundo corpo carnal, submetido aos mesmos hábitos e, algumas vezes, às mesmas sensações físicas como durante a vida terrena.
Outros Espíritos de ordem inferior se acham mergulhados em uma noite profunda, em um completo insulamento no seio das trevas. Sobre eles pesa a incerteza, o terror. Os criminosos são atormentados pela visão terrível e incessante das suas vítimas.
A hora da separação é cruel para o Espírito que só acredita no nada. Agarra-se como desesperado a esta vida que lhe foge; no supremo momento insinua-se-lhe a dúvida; vê um mundo temível abrir-se para abismá-lo e quer, então, retardar a queda. Daí, uma luta terrível entre a matéria, que se esvai, e a alma, que teima em reter o corpo miserável. Algumas vezes, ela fica presa até à decomposição completa, sentindo mesmo, segundo a expressão de um Espírito, “os vermes lhe corroerem as carnes”.
Pacífica, resignada, alegre mesmo, é a morte do justo, a partida da alma que, tendo muito lutado e sofrido, deixa a Terra confiante no futuro. Para esta, a morte é a libertação, o fim das provas. Os laços enfraquecidos que a ligam à matéria destacam-se docemente; sua perturbação não passa de leve entorpecimento, algo semelhante ao sono.
Deixando sua residência corpórea, o Espírito, purificado pela dor e pelo sofrimento, vê sua existência passada recuar, afastar-se pouco a pouco com seus amargores e ilusões; depois, dissipar-se como as brumas que a aurora encontra estendidas sobre o solo e que a claridade do dia faz desaparecer. O Espírito acha-se, então, como que suspenso entre duas sensações: a das coisas materiais que se apagam e a da vida nova que se lhe desenha à frente. Entrevê essa vida como através de um véu, cheia de encanto misterioso, temida e desejada ao mesmo tempo. Após, expande-se a luz, não mais a luz solar que nos é conhecida, porém uma luz espiritual, radiante, por toda parte disseminada. Pouco a pouco o inunda, penetra-o, e, com ela, um tanto de vigor, de remoçamento e de serenidade. O Espírito mergulha nesse banho reparador. Aí se despoja de suas incertezas e de seus temores. Depois, seu olhar destaca-se da Terra, dos seres lacrimosos que cercam seu leito mortuário, e dirige-se para as alturas. Divisa os céus imensos e outros seres amados, amigos de outrora, mais jovens, mais vivos, mais belos que vêm recebê-lo, guiá-lo no seio dos espaços. Com eles caminha e sobe às regiões etéreas que seu grau de depuração permite atingir. Cessa, então, sua perturbação, despertam faculdades novas, começa o seu destino feliz.
A entrada em uma vida nova traz impressões tão variadas quanto o permite a posição moral dos Espíritos. Aqueles – e o número é grande – cujas existências se desenrolam indecisas, sem faltas graves nem méritos assinalados, acham-se, a princípio, mergulhados em um estado de torpor, em um acabrunhamento profundo; depois, um choque vem sacudir-lhes o ser. O Espírito sai, lentamente, de seu invólucro: como uma espada da bainha; recobra a liberdade, porém, hesitante, tímido, não se atreve a utilizá-la ainda, ficando cerceado pelo temor e pelo hábito aos laços em que viveu. Continua a sofrer e a chorar com os entes que o estimaram em vida. Assim corre o tempo, sem ele o medir; depois de muito, outros Espíritos auxiliam-no com seus conselhos, ajudando a dissipar sua perturbação, a libertá-lo das últimas cadeias terrestres e a elevá-lo para ambientes menos obscuros.
Em geral, o desprendimento da alma é menos penoso depois de uma longa moléstia, pois o efeito desta é desligar pouco a pouco os laços carnais. As mortes súbitas, violentas, sobrevindo quando a vida orgânica está em sua plenitude, produzem sobre a alma um despedaçamento doloroso e lançam-na em prolongada perturbação. Os suicidas são vítimas de sensações horríveis. Experimentam, durante anos, as angústias do último momento e reconhecem, com espanto, que não trocaram seus sofrimentos terrestres senão por outros ainda mais vivazes.
O conhecimento do futuro espiritual e o estudo das leis que presidem a desencarnação são de grande importância como preparativos à morte. Podem suavizar os nossos últimos momentos e proporcionar-nos fácil desprendimento, permitindo mais depressa nos reconhecermos no mundo novo que se nos desvenda.
Texto retirado do livro “Depois da Morte” - Léon Denis
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 17:20
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Terça-feira, 09 De Junho,2009

O ESTRANHO MUNDO DOS SUICIDAS

Frederico Francisco

Freqüentemente somos procurados por iniciantes do Espiritismo, para explicações sobre este ou aquele ponto da Doutrina. Tantas são as perguntas, e tão variadas, que nos chegam, até mesmo através de cartas, que chegamos à conclusão de que a dúvida e a desorientação que lavram entre os aprendizes da Terceira Revelação partem do fato de eles ainda não terem percebido que, para nos apossarmos dos seus legítimos ensinamentos, havemos de estabelecer um estudo metódico, parcelado, partindo da base da Doutrina, ou exposição das leis, e não do coroamento, exatamente como o aluno de uma escola iniciará o curso da primeira série e não da quarta ou da quinta.
Desconhecendo a longa série dos clássicos que expuseram as leis transcendentes em que se firmam os valores da mesma Doutrina, não somente nos veremos contornados pela confusão, impossibilitados de um sadio discernimento sobre o assunto, como também o sofisma, tão perigoso em assuntos de Espiritismo, virá em nosso encalço, pois não saberemos raciocinar devidamente, uma vez que só a exposição das leis da Doutrina nos habilitará ao verdadeiro raciocínio.
Procuraremos responder a uma dessas perguntas, de vez que nos chegou através de uma carta, pergunta que nos afligiu profundamente, visto que fere assunto melindroso, dos mais graves que a Doutrina Espírita costuma examinar. A dita pergunta veio acompanhada de interpretações sofismadas, próprias daquele que ainda não se deu ao trabalho de investigar o assunto para deduzir com a segurança da lógica.
Pergunta o missivista:
- Um suicida por motivos nobres sofre os mesmos tormentos que os demais suicidas? Não haverá para ele uma misericórdia especial?
E então respondemos:
- De tudo quanto, até hoje, temos estudado, aprendido e observado em torno do suicídio à luz da Doutrina Espírita, nada, absolutamente, nos tem conferido o direito de crer que existam motivos nobres para justificar o suicídio perante as leis de Deus. O que sabemos é que o suicídio é infração às leis de Deus, considerada das mais graves que o ser humano poderia praticar ante o seu Criador. Os próprios Espíritos de suicidas são unânimes em declarar a intensidade dos sofrimentos que experimentam, a amargura da situação em que se agitam, conseqüentes do seu impensado ato. Muitos deles, como o grande escritor Camilo Castelo Branco, que advertiu os homens em termos veementes, em memorável comunicação concedida ao antigo médium Fernando de Lacerda, afirmam que a fome, a desilusão, a pobreza, a desonra, a doença, a cegueira, qualquer situação, por mais angustiosa que seja,, sobre a Terra, ainda seria excelente condição "comparada ao que de melhor se possa atingir pelos desvios do suicídio".
Durante nosso longo tirocínio mediúnico, temos tratado com numerosos Espíritos de suicidas, e todos eles se revelam e se confessam superlativamente desgraçados no Além-Túmulo, lamentando o momento em que sucumbiram. Certamente que não haverá regra geral para a situação dos suicidas. A situação de um desencarnado, como também de um suicida, dependerá até mesmo do gênero de vida que ele levou na Terra, do seu caráter pessoal, das ações praticadas antes de morrer.
Num suicídio violento como, por exemplo, os ocasionados sob as rodas de um trem de ferro, ou outro qualquer veículo, por uma queda de grande altura, pelo fogo, etc., necessariamente haverá traumatismo perispiritual e mental muito mais intenso e doloroso que nos demais. Mas a terrível situação de todos eles se estenderá por uma rede de complexos desorientadores, implicando novas reencarnações que poderão produzir até mesmo enfermidades insolúveis, como a paralisia e a epilepsia, descontroles do sistema nervoso, retardamento mental, etc. Um tiro no ouvido, por exemplo, segundo informações dos próprios Espíritos de suicidas, em alguns casos poderá arrastar à surdez em encarnação posterior; no coração, arrastará a enfermidades indefiníveis no próprio órgão, consequência essa que infelicitará toda uma existência, atormentando-a por indisposições e desequilíbrios insolúveis.
Entretanto, tais conseqüências não decorrerão como castigo enviado por Deus ao infrator, mas como efeito natural de uma causa desarmonizada com as leis da vida e da morte, lei da Criação, portanto. E todo esse acervo de males será da inteira responsabilidade do próprio suicida. Não era esse o seu destino, previsto pelas leis divinas. Mas ele próprio o fabricou, tal como se apresenta, com a infração àquelas leis. E assim sendo, tratando-se, tais sofrimentos, do efeito natural de uma causa desarmonizada com leis invariáveis, qualquer suicida há de suportar os mesmos efeitos, ao passo que estes seguirão seu próprio curso até que causas reacionárias posteriores os anulem.
No caso proposto pelo nosso missivista, poderemos raciocinar, dentro dos ensinamentos revelados pelos Espíritos, que o suicida poderia ser sincero ao supor que seu suicídio se efetivasse por um motivo nobre. Os duelos também são realizados por motivos que os homens supõem honrosos e nobres, assim como as guerras, e ambos são infrações gravíssimas perante as leis divinas. O que um suicida suporia motivo honroso ou nobre, poderia, em verdade, mais não ser do que falso conceito, sofisma, a que se adaptou, resultado dos preconceitos acatados pelos homens como princípios inabaláveis.
A honra espiritual se estriba em pontos bem diversos, porque nos induzirá, acima de tudo, ao respeito das mesmas leis. Mas, sendo o suicida sincero no julgar que motivos honrosos o impeliram ao fato, certamente haverá atenuantes, mas não justificativa ou isenção de responsabilidades. Se assim não fosse, o raciocínio indica que haveria derrogação das próprias leis de harmonia da Criação, o que não se poderá admitir.
Quanto à misericórdia a que esse infrator teria direito como filho de Deus, não se trataria, certamente, de uma "misericórdia especial". A misericórdia de Deus se estende tanto sobre esse suicida como sobre os demais, sem predileções nem protecionismo. Ela se revela no concurso desvelado dos bons Espíritos, que auxiliarão o soerguimento do culpado para a devida reabilitação, infundindo-lhe ânimo e esperança e cercando-o de toda a caridade possível, inclusive com a prece, exatamente como na Terra agimos com os doentes e sofredores a quem socorremos. Estará também na possibilidade de o suicida se reabilitar para si próprio, através de reencarnações futuras, para as duas sociedades, terrena e invisível; as quais escandalizou com o seu gesto, e para as leis de Deus, sem se perder irremissivelmente na condenação espiritual.
De qualquer forma, com atenuantes ou agravantes, o de que nenhum suicida se isentará é da reparação do ato que praticou com o desrespeito às leis da Criação, e uma nova existência o aguardará, certamente em condições mais precárias do que aquela que destruiu, a si mesmo provando a honra espiritual que infringira.
O suicídio é rodeado de complexos e sutilezas imprevisíveis, contornado por situações e conseqüências delicadíssimas, que variam de grau e intensidade diante das circunstâncias. As leis de Deus são profundas e sábias, requerendo de nós outros o máximo equilíbrio para estudá-las e aprendê-las sem alterá-las com os nossos gostos e paixões.
Assim sendo, que fique bem esclarecido que nenhum motivo neste mundo será bastante honroso para justificar o suicídio diante das leis de Deus. O suicida é que poderá ser sincero ao supor tal coisa, daí advindo então atenuantes a seu favor. O melhor mesmo é seguirmos os conselhos dos próprios suicidas que se comunicam com os médiuns:
- Que os homens suportem todos os males que lhes advenham da Terra, que suportem fome, desilusões, desonra, doenças, desgraças sob qualquer aspecto, tudo quanto o mundo apresente como sofrimento e martírio, porque tudo isso ainda será preferível ao que de melhor se possa atingir pelos desvios do suicídio. E eles, os Espíritos dos suicidas, são, realmente, os mais credenciados para tratar do assunto.
Revista Reformador de março de 1964
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 22:25
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Domingo, 07 De Junho,2009

O SANTUÁRIO DE ISMAEL


Irmão X

DE PORTAS ABERTAS, DIANTE DA paisagem escura em que se agitam os viajores humanos, o santuário de lsmael, no Brasil, reflete a luz da Boa Nova, em comunhão com as fontes celestiais.
Da região platina ao vale amazônico, traça caminhos sutis de redenção para o mundo inteiro, no cultivo da árvore augusta do Evangelho, transplantada pelos pomicultores do Alto, para o solo acolhedor da brasília esperança... Dia e noite, o seu leque gigantesco de claridades sublimes varre o céu constelado, descortinando ao Planeta o alvorecer da nova era.
Milhões de almas lhe conhecem o manto protetor, desdobrado em nome de Jesus, no apostolado regenerativo.
Onde palpite o mínimo anseio de renovação interior , aí comparece a sua mensagem, lenindo, reajustando, consolando, instruindo e reerguendo.. .
Sem cartazes berrantes, usa a clarim do amor, despertando os que "morreram" em pleno dia terrestre, operando milagres e disseminando bênçãos, na reestruturação de destinos mil cada hora...
O templo de lsmael, cujo coração pulsa, ditoso, na Federação Espírita Brasileira, não conhece inimigo, onde é defrontado pela injúria, e sim irmãos ignorantes, que se mostram credores de tolerância e esclarecimento. Não relaciona culpados, onde a justiça enxerga criminosos e, sim, infelizes, carecentes de ampara e colaboração. Não identifica perseguidores, onde a pedrada lhe surpreende os serviços, e sim desventurados que se recomendam ao concurso da prece. Não vê caluniadores, onde sofre o assédio da malícia ou da ingratidão, e sim companheiros intoxicados de personalisrno destruidor, que se fazem dignos do mais amplo silêncio. E, num vasto programa de compreensão evangélica, prossegue libertando os espíritos emparedados no cárcere das sombras, amolecendo corações petrificados no egoísmo, elevando a nível de autoconfiança naqueles que se descobriram no âmago do despenhadeiro, distribuindo alegria com os desesperançados, esclarecendo os que cobram tributos à insensatez e à ignorância, curando cegos e surdos sistemáticos, advertindo os que reprovam sem compaixão, consolando os que se restauram nos hospitais, reaquecendo as almas congeladas ao vento frio do desânimo, limpando a veste de quantos se precipitaram em antigos espojadouros de lama, eliminando a discórdia, educando a liberdade, controlando paixões, preparando a infância e a juventude para a dignidade do indivíduo e convidando criaturas de boa-vontade para o reino espiritual do trabalho com o Divino Mestre, em favor das crianças e dos velhos, dos cansados e dos tristes, dos loucos e dos doentes, dos fracos o dos fortes, dos justos e dos injustos, dos bons e dos maus.
Em franco ministério do amor, ilumina as almas por dentro, descerrando-lhes o caminho a seguir.
Aqui revela o órfão desamparado, ali, mostra o enfermo infeliz, além, descortina o quadro do sofrimento, ensinando a ciência da restauração e do auxílio, do socorro e da solidariedade, através do próprio exemplo na renúncia com que se consagra ao soerguimento o santificação da Humanidade.
Pela obra que realiza não pede louvores.
Pelos benefícios que espalha não lança o imposto do reconhecimento.
Confere o bem pelo mal, e pela abençoada luz que acende, através do livro cristão, no lar Brasileiro de oito milhões e meio de quilômetros quadrados, não reclama senão a possibilidade de continuar agindo e crescendo para servir a todos.
Ainda assim, na legítima sementeira da fraternidade e da elevação, conduzindo o estandarte da Era Nova pelas mãos abnegadas e valorosas dos obreiros fiéis que o servem, o santuário divino não se furta à guerra fria das trevas, recebendo, sem revolta, os golpes da maledicência e da suspeição, retribuindo-os com o entendimento e com a bondade daqueles que nunca se cansam de ajudar e progredir.
Grande templo de lsmael! Perdoa os peregrinos, em desespero, que te atravessam os pórticos sagrados sem alijar o barro das sandálias, auxilia a todos que ainda te não podem compreender e, de antenas erguidas para a Espiritualidade Superior, prossegue para diante, estendendo a Boa Nova a todos os quadrantes do mundo, sob o céu doce e claro do Brasil, em que resplandece, vitoriosa e sublime, a estrelada mensagem da Cruz!...
(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em Pedro Leopoldo (MG), em 20-8-1950 e transcrita do "Reformador" de outubro de 1950 e junho de 1972.)REFORMADOR, JANEIRO, 1980
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 02:25
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Sábado, 06 De Junho,2009

SUICÍDIO, SUPREMA REBELDIA À VONTADE DE DEUS

O suicídio é um ato exclusivamente humano e está presente em todas as culturas. Suas matrizes causais são numerosas e complexas. Pesquisas assinalam que o comportamento suicida tende a ser mais expressivo nas famílias em que os fatores biológicos e genéticos desempenham maior probabilidade de risco.
Os determinantes do suicídio patológico estão nas perturbações mentais, depressões graves, melancolias, desequilíbrios emocionais, delírios crônicos. Algumas pessoas nascem com certas desordens psiquiátricas, tal como a esquizofrenia e o alcoolismo, o que aumenta o risco de suicídio. Há os processos depressivos, onde existem perdas de energia vital no organismo, desvitalizando-o, e, conseqüentemente, interferindo em todo o mecanismo imunológico do ser.
Sob o ponto de vista sociológico, o suicídio é um ato que se produz no marco de situações anômicas(*), em que os indivíduos se vêem forçados a tirar a própria vida para evitar conflitos ou tensões inter-humanas, para eles insuportáveis. Émile Durkheim registra que a causa do suicídio quase sempre é de matriz social, ou seja, o ser individual é abatido pelo ser social.
Absorvido pelos valores (sem valor), como o consumismo, a busca do prazer imediato, a competitividade, a necessidade de não ser um perdedor, de ser o melhor, de não falhar, o homem se afasta de si e de sua natureza. Sobrevive de "aparências" para representar um "papel social", como protagonista do meio. E, nesta vivência neurotizante, ele deixa de desenvolver suas potencialidades, não se abre, nem expõe suas emoções e se esmaga na sua intimidade solitária.
(*) Sociologicamente corresponde a uma situação em que há divergência ou conflito entre normas sociais, tornando-se difícil para o indivíduo respeitá-las igualmente.
Há estudos, indicando que de 30 a 40% da população mundial terão depressão uma vez ao longo da vida, pelo menos, mormente na juventude. Até porque, o jovem sofre muito por não conseguir entender, nem se sentir entendido. Muitas vezes a sociedade se revela para ele, como referência de amarguras e instabilidade. Deste modo, age e sente de forma volúvel, sem entender o porquê dessa volubilidade. Sente um vazio em si mesmo e se sente muito só. Destarte, passa facilmente do riso às lagrimas, da alegria à tristeza, e da tristeza, muitas vezes, à depressão, que se instala devoradora, silenciosa, perversa, emudecendo-o, asfixiando-o, sobrevindo uma irritabilidade constante, o cansaço, o desânimo, as idéias de inutilidade e, por fim, o suicídio. Geralmente, inconsciente de que "de todos os desvios da vida humana o suicídio é, talvez, o maior deles pela sua característica de falso heroísmo, de negação absoluta da lei do amor e de suprema rebeldia à vontade de Deus, cuja justiça nunca se fez sentir, junto dos homens, sem a luz da misericórdia" (1). O autocídio é o ponto máximo da insatisfação interior e é, equivocadamente, a solução de extremo desespero, como sendo o único meio para fugir da depressão. O "self" do suicida, naquele momento, está tão fragilizado, que o instinto da morte o domina.
Em termos percentuais, 70% das pessoas que cometem suicídio, certamente sofriam de um distúrbio bipolar (maníaco-depressivo); ou de um distúrbio do humor; ou de exaltação/euforia (mania), que desencadearam uma severa depressão súbita, nos últimos minutos que antecederam aos de suas mortes. O suicídio pode ocorrer, tanto na fase depressiva, quanto na fase da mania, sempre conseqüente do estado mental. A Doutrina Espírita esclarece que "o pensamento delituoso é assim como um fruto apodrecido que colocamos na casa de nossa mente. A irritação, a crítica, o ciúme, a queixa exagerada, qualquer dessas manifestações, aparentemente sem importância, pode ser o início de lamentável perturbação, suscitando, por vezes, processos obsessivos nos quais a criatura cai na delinqüência ou na agressão contra si mesma.(2)"
Quando um indivíduo perde a capacidade de se amar, quando a auto-estima está debilitada, passa a ter dificuldade de manter a saúde física, psíquica e somática. André Luiz cita, nas suas obras, que "os estados da mente são projetados sobre o corpo através dos bióforos que são unidades de força psicossomáticas, que se localizam nas mitocôndrias. A mente transmite seus estados felizes ou infelizes a todas as células do nosso organismo, através dos bióforos. Ela funciona ora como um sol irradiando calor e luz, equilibrando e harmonizando todas as células do nosso organismo, e ora como tempestades, gerando raios e faíscas destruidoras que desequilibram o ser, principalmente em atingindo as células nervosas"(3) A rigor, não existe pessoa "fraca", a ponto de não suportar um problema, por julgá-lo superior às suas forças. O que de fato ocorre é que essa criatura não encontra forças para mobilizar a sua vontade própria e enfrentar os desafios. Joanna de Angelis assevera que o "suicídio é o ato sumamente covarde de quem opta por fugir, despertando em realidade mais vigorosa, sem outra alternativa de escapar"(4).
O mais grave é que o suicida acarreta danos ao seu perispírito. Quando reencarnar, além de enfrentar os velhos problemas ainda não solucionados, verá acrescida a necessidade de reajustar a sua lesão perispiritual. Portanto, adiar dívida significa reencontrá-la mais tarde, com juros cuidadosamente calculados e cobrados, sem moratória. A questão 920, do Livro Espíritos, registra que a vida na Terra foi dada como prova e expiação, e depende do próprio homem lutar, com todas as forças, para ser feliz o quanto puder, amenizando as suas dores. (5)
Além de sofrer no mundo espiritual as dolorosas conseqüências de seu gesto, o suicida ainda renascerá com todas as seqüelas físicas daí resultantes, e terá que arrostar, novamente, a mesma situação-provacional que a sua pouca fé e distanciamento de Deus não lhe permitiram o êxito existencial.
Se os que precipitam a morte do corpo físico soubessem que após o ato suicida "o que [ocorrerá] é o choro convulso e inconsolável dos condenados que nunca se harmonizam! O que [ocorrerá] é a raiva envenenada daquele que já não pode chorar, porque ficou exausto sob o excesso das lágrimas! O que [ocorrerá] é o desaponto, a surpresa aterradora daquele que se sente vivo a despeito de se haver arrojado na morte! O que [ocorrerá] é a consciência conflagrada, a alma ofendida pela imprudência das ações cometidas, a mente revolucionada, as faculdades espirituais envolvidas nas trevas oriundas de si mesma! É o inferno, na mais hedionda e dramática exposição (...). (6)"· · certamente não cometeriam o autocídio, pois as conseqüências desse ato, como vimos, são lastimáveis. Na Terra é preciso ter tranqüilidade para viver, até porque, não há tormentos e problemas que durem uma eternidade. Recordemos que Jesus nos assegurou que "O Pai não dá fardos mais pesados que nossos ombros" e "aquele que perseverar até o fim, será salvo".(7)
Ante o impositivo da Lei da fraternidade, devemos orar pelos nossos irmãos que deram fim às suas vidas, compadecendo-nos de suas dores, sem condená-los. Até porque, "Todos os suicidas, sem exceção, lamentam o erro praticado e são acordes na informação de que só a prece alivia os sofrimentos em que se encontram e que lhes pareciam eternos."(8)
Tenhamos, pois, piedade dos que fugiram da vida pelas portas falsas do suicídio, pois eles carecem do amor, da graça e da misericórdia de Deus reveladas pela cruz, morte e ascensão de Jesus Cristo.
FONTES:
1- Xavier, Francisco Cândido, O Consolador, Ditado pelo Espírito Emmanuel RJ: Ed. FEB - 13ª edição pergunta 154
2- Mensagem extraída do livro "PACIÊNCIA", de Emmanuel; psicografado por Francisco Cândido Xavier
3- Xavier, Francisco Cândido, Missionário da Luz, Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed. FEB 2003,
4- Franco, Divaldo, Momentos de Iluminação, Ditado pelo Espírito Joanna de Angelis, RJ: ed. FEB.
5- Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed FEB, 2002, pergunta 920
6- Pereira, Yvonne Amaral, Memórias de um Suicida, RJ: Ed FEB, 1975, Vale dos Suicidas
7- MT 24:13
8- INNOCÊNCIO, J. D. Suicídio. REFORMADOR, Rio de Janeiro, v. 112, n. 1.988, p. 332, nov. 1994
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 22:38
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