Sábado, 31 De Outubro,2009

DIA DE FINADOS NO ESPIRITISMO

A história nos mostra que desde quando desenvolvemos os primórdios de nossa consciência, ainda como primitivos homens em cavernas, passamos a temer, respeitar e honrar os nossos mortos.

Muitos eram os costumes em diferentes povos: alguns colocavam roupas, armas, comida, flores, dinheiro... na tentativa de facilitar a vida do desencarnante no mundo espiritual.

O hábito de enterrar os mortos veio como uma política de saúde e higiene, após o homem declinar de seus hábitos nomandes e fixar-se em vilas e cidades.

Allan Kardec, perfeitamente ciente da importância que damos aos que partem desta vida carnal, perguntou aos espíritos, nas questões 320 a 329 de O Livro dos Espíritos, sobre este processo e como é verificado do âmbito espiritual.


Através da leitura deste texto iremos perceber que os espíritos muitas vezes estão presentes ao seu enterro e que outras tantas aguardam ansiosamente o dia de finados para que as lembranças de seus parentes voltem a eles; e que, muito embora não seja necessário, frequentemente nesta data visitam o cemitério a espera de seus parentes queridos, para revê-los e sentí-los próximos a sí.

Vemos também que, embora a visita ao túmulo, possa agradar aos espíritos, o mais importante que podemos fazer é lembrar de nossos "mortos" diariamente em nossas orações e pensamentos. Assim não teremos que esperar um ano para "lembrar" daqueles que amamos.

É importante salientar que, apenas para os espíritos ainda mais apegados à matéria, será importante a pompa e os detalhes materiais de seus funeral, túmulo e paramentos; para aqueles que sejam mais desapegados da matéria o que realmente importa será os sentimentos que os que ficam na carne enviem par ele, sob a forma de lembranças sadias e orações de amor e paz.

Outro ponto interessante é o hábito que muitos temos de acender velas em memória de nossos espíritos queridos; a chama, ou o calor, destas velas nada vale para o espírito, que não se beneficia da vela em sí, mas do calor espiritual que vem da lembrança e do amor gerado quando se faz uma oração junto àquela vela. A vela simplesmente nada auxilia o que já desencarnou; nossas lembranças e amor é que tem este poder.

A Doutrina Espírita nos esclarece, através dos próprios espíritos, quea vida não termina no túmulo e que, no mais das vezes, estes que julgamos afastados de nós se encontram mais próximos que imaginamos.


Assim devemos ter a compreensão que não somente no dia de finados eles precisam de nosso apoio, lembranças e orações; espíritos há que se encontram em muita solidão e tristeza porque não tem a lembrança de seus entes queridos. Façamos regularmente orações pelos que se foram antes de nós para a pátria espiritual, como forma de mantê-los vivos em nossos corações e fazer carinho àqueles que não vemos mais.

Os hábitos e crenças das diversas religiões no globo devem ser respeitados e aceitos como válidos para todos que professam àquela crença; Nós, os espíritas, embora respeitemos e aceitemos as crenças de esquecimento ou práticas exteriores, tão comuns neste dia, compreendemos que o verdadeiro respeito e a verdadeira lembrança são as que residem e nossas mentes e corações.

Muita Paz.
 

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 17:46
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Segunda-feira, 26 De Outubro,2009

DESPENSEIROS FIÉIS

 

 
 
Mateus, 24:45-51
Lucas, 12:42-48
 
Quem, pois, é o despenseiro fiel e prudente, ao qual o seu senhor confiou à direção da sua casa, para que no devido tempo distribua o alimento?
Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar assim fazendo.
Em verdade vos digo que lhe confiará todos os seus bens.
Mas se aquele servo disser consigo mesmo: “Meu senhor tarda em vir”, e começa a espancar os seus companheiros, a comer, a beber e embriagar-se, virá o senhor daquele servo, no dia em que não espere e na hora que ele não sabe, e o fará partilhar da sorte dos infiéis.
O servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites.
Mas o que não a soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado.
A qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou muito mais se lhe pedirá.
Despenseiro é o encarregado de cuidar de uma despensa e, por extensão, o administrador de bens alheios.
Jesus fala de um administrador ao qual o patrão confiou seus negócios.
Ora, se ele, ao invés de agir com equilíbrio e prudência, exorbita de sua autoridade, maltrata os subordinados, age com desonestidade, o patrão, forçosamente, o demitirá de seus serviços, e o submeterá aos rigores da justiça.
Temos aí uma imagem perfeita de nossa posição diante de Deus.
A Terra é propriedade do Eterno, como tudo mais que existe no Universo. Somos seus despenseiros.
A natureza dos serviços, a extensão dos deveres varia de pessoa para pessoa, de conformidade com suas potencialidades.
Os mais capazes são chamados a responsabilidades maiores.
Mas há algo que não podemos esquecer:
Seja qual for o campo de ação no Mundo, o sucesso no desempenho das tarefas depende essencialmente de nosso esforço em fazer o que Deus espera de nós.
...
Há uma tarefa de caráter geral que envolve a maioria dos seres humanos: o cuidado dos filhos. Deus não tem preconceitos nem discriminações.
Todos podem ser convocados!
Sejamos ricos ou pobres, cultos ou incultos, brancos ou negros, virtuosos ou viciosos, bons ou maus, os filhos que chegam nos dão notícia de que Deus confia em nós.
Obviamente, a divina concessão implica no compromisso de desempenhar com diligência a tarefa de prepará-los para os desafios da existência.
A literatura mediúnica nos dá notícias dos sofrimentos e angústias de pais desencarnados que se atormentam com os desvios de seus filhos.
Sentem-se culpados porque não lhes deram a atenção devida, a orientação adequada, e exemplos de virtude, trabalho e dedicação ao Bem.
Há quem justifique seus fracassos nesse mister, alegando imitações variadas, de ordem econômica, cultural, social.
Mas seria uma incoerência de Deus se nos confiasse seus filhos sem nos dar condições para cuidar deles.
Potencialmente, podemos fazê-lo e o bom êxito não depende de facilidades, mas de nossa disposição em enfrentar dificuldades.
Nos Estados Unidos, um negro, homem pobre, paupérrimo, que sustentava a família com pequenos serviços braçais, prometeu a si mesmo que suas seis filhas seriam médicas, teriam uma vida decente, um lugar ao sol, uma posição na sociedade, vencendo o grande desafio da realização profissional e social.
 
Detalhe: isso tudo num país onde uma parcela da população considera que negro não é gente.
Os irmãos de cor riam de sua pretensão, mas ele jamais esmoreceu.
Tinha expressões muito especiais para estimular as filhas às disciplinas do estudo.
Se você for músico, podem-lhe quebrar os dedos. Se for atleta, podem-lhe partir os joelhos, mas se você for instruída, tudo o que tiver na cabeça será seu por toda vida.
No empenho de progredir, se a porta não abrir, salte pela janela.
Se a janela estiver trancada, tente entrar pelo porão.
Se estiver fechado à chave, suba no telhado e veja se consegue ir pela chaminé.
Há sempre uma maneira, se você não desistir.
E tanto se empenhou tanto se desdobrou em atividades para conseguir recursos, tanto orientou e ajudou as filhas, que acabou criando condições para que elas cursassem a universidade.
Não foram todas médicas, apenas duas, já que há a questão da vocação, mas as demais também alcançaram nível universitário, conquistando, respectivamente, diplomas de enfermagem, comunicações, ciências e odontologia.
Despenseiro fiel cumpriu muito bem o que Deus esperava dele, enfrentando provações e desafios que teriam feito à maioria esmorecer.
Todos teríamos histórias a contar a propósito desse assunto, envolvendo pais que descortinaram horizontes aos seus filhos, batalhando para que se tornassem pessoas dignas e úteis à sociedade.
São pais vitoriosos.
E ainda que os filhos não correspondam plenamente às expectativas, e nem sempre sigam os caminhos ideais, não se perde seu esforço, como semeadura que germinará no tempo devido.
...
Há outras tarefas para os despenseiros de Deus.
O dono de empresa, que tem sob suas ordens dezenas de funcionários, é responsável por eles, tem o dever de criar um ambiente de respeito e cooperação onde todos se sintam felizes e ajustados.
E na proporção em que uma firma prospera, tem a obrigação de fazer com que os funcionários se beneficiem com um padrão de vida melhor, com melhores oportunidades para seus filhos.
As sociedades modernas se organizam, procurando criar mecanismos de distribuição de renda, para que os bens da produção não beneficiem apenas alguns, em detrimento da maioria.
É um progresso, mas falta o passo decisivo, fundamental, que é a conscientização dos homens de dinheiro, reconhecendo que são responsáveis, perante Deus, pelo bem-estar daqueles que produzem sua riqueza.
...
O médico é despenseiro de Deus, chamado a zelar pela saúde humana. Quando desprendido e generoso, faz-se suporte para a ação de mentores espirituais, que com ele realizam prodígios em favor dos pacientes.
Mas se ele se empolga pelo dinheiro, transformando o ideal de curar no interesse em ficar rico, acabará incorrendo em graves falhas, praticando atos abomináveis.
Abastada família inaugurava em festa sua ampla e confortável residência... Em dado momento um filho de dois anos caiu na piscina, afogando-se.
Um médico dispôs-se a salvá-lo. Esforço ocioso, considerando que, quando chegou, o garoto tinha expirado há vários minutos, conforme lhe informaram.
Todos admiraram seu empenho, que se transformou em indignação quando apresentou os honorários.
Valor astronômico.
Despenseiro indigno transformou a profissão, com a qual deveria colaborar com Deus em favor da saúde humana, num instrumento de exploração da desgraça alheia.
No desdobramento dos serviços assistenciais, vezes inúmeras são encaminhados pacientes pobres a médicos ligados ao Centro Espírita Amor e Caridade, em Bauru.
Então sentimos o valor do conhecimento espírita. É comovente observar como confrades médicos, esclarecidos e conscientes, tratam desses pacientes com todo carinho, sem cogitar de remuneração!
Peço licença, prezado leitor, para falar de uma experiência pessoal, envolvendo meu pai.
Foi enfermeiro, num tempo em que esses profissionais tinham um pouco de médico. Trabalhava em pequeno ambulatório, onde atendia pessoas com os mais variados problemas de saúde.
Além dos exemplos de honestidade que legou aos filhos, impressionava pelo espírito humanitário.
Tivessem seus clientes dinheiro ou não, de todos cuidava.
Era comum comentar, após um dia de trabalho:
– Hoje só atendi osso!
Significava que estivera às voltas com atendimentos gratuitos.
Extremamente eficiente, era sempre solicitado quando havia dificuldade em “pegar” uma veia ou passar uma sonda.
Mão abençoada, diziam.
É que, despenseiro fiel em sua profissão, fazia por merecer o apoio dos mentores desencarnados que o assistiam.
...
Por mais humilde seja a função que exercitamos, somos todos despenseiros de Deus. Há tarefas que o Senhor nos confiou. Algumas ou muitas pessoas precisam de nós.
Quantos benefícios proporciona um motorista de ônibus prudente e atencioso, conduzindo, com segurança, dezenas de pessoas ao seu destino?
E o professor que instrui seus discípulos, preparando-os para os desafios da vida?
E o operário da coleta de lixo, que zela pela limpeza. Poderíamos viver numa cidade sem eles?
Assim, em qualquer setor de nossa atividade, somos convocados perante a família, a profissão, a sociedade, a cuidar dos interesses de Deus.
É algo maravilhoso ter essa consciência, no desdobramento de funções perante a sociedade, considerando, intimamente:
– Sou um despenseiro de Deus!
O Senhor confia em mim!
A propósito do assunto, vale lembrar uma poesia de Douglas Malloch:
Se você não puder ser um pinheiro no topo da colina,
Seja um arbusto no vale, mas seja o melhor arbusto à margem do regato.
Seja um ramo, se não puder ser uma árvore,
Se não puder ser um ramo, seja um pouco de relva, dê alegria a algum caminho.
Se não puder ser almíscar, seja, então, uma tília, Mas a tília mais viva do lago!
     Não podemos ser todos capitães:
Temos de ser tripulação.
Há alguma coisa para todos nós aqui.
E é a próxima a tarefa que devemos empreender.
Se você não puder ser uma estrada, seja apenas uma senda.
Se não puder ser sol, seja uma estrela.
Não é pelo tamanho que terá êxito ou fracasso,
Mas seja o melhor, do que quer que você seja!
...
A observação final de Jesus é bastante significativa:
Muito será exigido daquele a quem muito é dado; e daquele a quem muito é confiado mais ainda será reclamado.
Quanto maior a noção que tenhamos a respeito de nossos deveres como despenseiros de Deus, maior a nossa responsabilidade.
Penso nisso como espírita.
A Doutrina avança muito além das religiões tradicionais no esclarecimento dos porquês da vida.
Estabelecendo uma comparação, diríamos que em relação às realidades espirituais, profitentes de outras religiões acreditam que há estrelas além das nuvens.
Nós as vemos, desvendamos o Além com os poderosos mecanismos da mediunidade, que a Doutrina desdobra e disciplina.
Vi certa feita, uma propaganda que exaltava o algo mais que determinado produto oferecia aos consumidores, representando esse algo mais uma qualidade melhor, um aproveitamento maior, uma utilização mais eficiente...
O espírita também é chamado a oferecer algo mais, uma compreensão maior, uma paciência mais ampla, uma disposição mais constante de servir, uma vocação melhor definida para o Bem, seja em casa, na profissão, nas atividades sociais, em face da visão das realidades espirituais que se desdobra ao nosso olhar.
Espíritos sofredores que se manifestam nos Centros Espíritas, em conseqüência de seus desatinos na Terra, lamentam:
– Ah! Se eu soubesse!
Nós, espíritas, jamais poderemos falar assim.
E esse algo mais, bem mais, que a Doutrina Espírita nos oferece, representará apenas acréscimo de nossas responsabilidades, se não correspondermos às expectativas de Deus.
 
Richard Simonetti
Reformador/Junho 2005
 
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Segunda-feira, 12 De Outubro,2009

DIANTE DA JUSTIÇA

 

 
Emmanuel
“Meus irmãos, que aproveita alguém disser que tem fé e não tiver obras?
Porventura, a fé pode salva-lo?”
(Tiago, 2:14).
 
Estranha a norma do homem, quando julga possuir as chaves da Vida Superior, simplesmente por manter a fé, como se bastasse apenas à convicção para que se realize serviço determinado.
Comparemos fé e obras com a planta e as construções.
Sem plano adequado, não se ergue edifício em linhas corretas.
Note-se, porém, que o aleijão arquitetônico, improvisado sem plano, ainda serve, em qualquer parte, para albergar os que jornadeiam sem rumo, e o projeto mais nobre, sem a concretização que lhe corresponda, não passa de preciosidade geométrica, sentenciada ao arquivo.
Um viajante transportará consigo vasta coleção de croquis pelos quais se levantará toda uma cidade, mas, se não dispõe de uma tenda a que se abrigue durante o aguaceiro, decerto que os desenhos, conquanto respeitáveis, não impedirão que a chuva lhe encharque os ossos.
Possuir uma fé será reter uma crença religiosa; no entanto, cultivar a fé significa observar segurança e pontualidade, na execução de um compromisso.
Ninguém resgata uma dívida unicamente por louvar ao credor.
À vista disso, não nos iludamos.
Asseguremos-nos de que não faltará a Bondade Divina, mas construamos em nós a humana bondade.
Por muito alta a confiança de alguém no Poder Maior do Universo, isso, por si só, não lhe confere o direito de reclamar o bem que não fez.
 
Livro Palavras de vida eterna. Psicografia de Francisco Cândido Xavier
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Sábado, 10 De Outubro,2009

O QUE É REFORMA ÍNTIMA

 

A Reforma Íntima é um processo contínuo de auto conhecimento da nossa intimidade espiritual, modelando-nos progressivamente na vivência evangélica, em todos os sentidos da nossa existência. É a transformação do homem velho, carregado de tendências e erros seculares, no homem novo, atuante na implantação dos ensinamentos o Divino Mestre, dentro e fora de si.

 

Por que a Reforma Íntima?

Porque é o meio de nos libertarmos das imperfeições e de fazermos objetivamente o trabalho de burilamento dentro de nós, conduzindo-nos compativelmente com as aspirações que nos levam ao aprimoramento do nosso espírito.

 

Para que a Reforma Íntima?

Para transformar o homem e a partir dele, toda a humanidade, ainda tão distante das vivências evangélicas. Urge enfileirarmo-nos ao lado dos batalhadores das ultimas horas, pelos nossos testemunhos, respondendo aos apelos do Plano Espiritual e integrando-nos na preparação cíclica do Terceiro Milênio.

 

Onde fazer a Reforma Íntima?

Primeiramente dentro de nós mesmos, cujas transformações se refletirão depois em todos os campos de nossa existência, no nosso relacionamentos com familiares, colegas de trabalho, amigos e inimigos e, ainda, nos meios em que colaborarmos desinteressadamente com serviços ao próximo.

 

Quando fazer a Reforma Íntima?

O momento é agora e já; não há mais o que esperar. O tempo passa e todos os minutos são preciosos para as conquistas que precisamos fazer no nosso íntimo.

 

Como fazer a Reforma Íntima?

Ao decidirmos iniciar o trabalho de melhorar a nós mesmos, um dos meios mais efetivos é uma Escola de Aprendizes do Evangelho, cujo objetivo central é exatamente esse. Com a orientação dos dirigentes, num regime disciplinar, apoiados pelo próprio grupo e pela cobertura do Plano Espiritual, conseguimos vencer as naturais dificuldades de tão nobre empreendimento, e transpomos as nossas barreiras. Daí em diante o trabalho continua de modo progressivo, porem com mais entusiasmo e maior disposição. Mas, também, até sozinhos podemos fazer a nossa Reforma Íntima, desde que nos empenhemos com afinco e denodo, vivendo coerentemente com os ensinamentos de Jesus.

Extraído do manual Prático do Espírita

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Sábado, 03 De Outubro,2009

EM HOMENAGEM AOS 205 ANOS DE NASCIMENTO DO CODIFICADOR ALLAN KARDEC

 

LEMBRANDO  ALLAN  KARDEC
Irmão X
  
Depois de se dirigir aos numerosos missionários da Ciência e da Filosofia, destinados à renovação do pensamento do mundo no século XIX; o Mestre aproximou-se do abnegado João Huss e falou, generosamente:
-Não serás portador de invenções novas, não te deterás no problema de comodidade material à civilização, nem receberás a mordomia do dinheiro ou da autoridade temporal, mas deponho-te nas mãos a tarefa sublime de levantar corações e consciências.
A assembléia de orientadores das atividades terrestres estava comovida. E ao passo que o antigo campeão da verdade e do bem se sentia alarmado de santas comoções, Jesus continuava.
-Preparam-se os círculos da vida planetária a grandes transformações nos domínios do pensamento. Imenso número de trabalhadores no mundo, desprezando o sentido evolucionário da vida, crê na revolução e nos seus princípios destruidores, organizando-lhe movimentos homicidas. Em breve, não obstante nossa assistência desvelada, que neutralizará os desastres maiores, a miséria e o morticínio se levantarão no seio de coletividades invigilantes. A tirania campeará na Terra, em nome da liberdade, cabeças rolarão nas praças públicas em nome da paz, como se o direito e a independência fossem frutos da opressão e da morte. Alguns condutores do pensamento, desvairados de personalismo destruidor, convertem a época de transição do orbe em turbilhão revolucionário, envenenando o espírito dos povos. O sacerdócio organizado em bases econômicas não pode impedir catástrofe. A Filosofia e a Ciência intoxicaram as próprias fontes de ação e conhecimento!...
É indispensável estabelecer providências que amparem a fé, preservando os tesouros religiosos da criatura. Confiante a sublime tarefa de reacender as lâmpadas da esperança no coração da humanidade.
O Evangelho do Amor permanece eclipsado no jogo de ambições desmedidas dos homens viciosos!... Vai, meu amigo. Abrirás novos caminhos à sagrada aspiração das almas, descerrando a pesada cortina de sombras que vem absorvendo a mente humana. Na restauração da verdade, no entanto, não esperes os louros do mundo, nem a compreensão de teus contemporâneos.
Meus enviados não nascem na Terra para serem servidos, mas por atenderem às necessidades das criaturas. Não recebem palmas e homenagens, facilidades e vantagens terrestres, contudo, minha paz os fortalece e levanta-os, cada dia... Muitas vezes, não conhecem senão a dificuldade, o obstáculo, o infortúnio, e não encontram outro refúgio além do deserto. É preciso, porém, erigir o santuário da fé e caminhar sem repouso, apesar de perseguições, perdidas, cruzes e lágrimas!...
Ante a emoção dos trabalhadores do progresso cultural do orbe terrestre, o abnegado João Huss recebeu, a elevada missão que lhe era conferida, revelando a nobreza do servo fiel, entre júbilos de reconhecimento.
Daí a algum tempo, no albor do século XIX, nascia Allan Kardec em Lyon, por trazer a divina mensagem.
Espírito devotado, jamais olvidou o compromisso sublime. Não encontrou escolas de preparação espiritual, mas nunca menosprezou o manancial de recursos que trazia em si mesmo. E, como se quisera demonstrar que as fontes do profetismo devem manar de todas as regiões da vida para sustentáculo e iluminação do espírito eterno, embora no quadro dos grandes homens do pensamento, estimou desferir os primeiros vôos de sua missão divina na zona comum onde permanece a generalidade das criaturas. Consoante a previsão do Cristo, a Revolução Francesa preparara com sangue o império das guerras napoleônicas.
Enquanto os operários da cultura moderna lançavam novas bases ao edifício do progresso mundial, o grande missionário, sem qualquer preocupação de recompensa ou exibicionismo, dá cumprimento à tarefa sublime. E foi assim que o século XIX, que recebeu a navegação a vapor, a locomotiva, a eletrotipia, o telégrafo, o telefone, a fotografia, o cabo submarino, a anestesia, a turbina a vapor, o fonógrafo, a máquina de escrever, a luz elétrica, o sismógrafo, a linotipo, o radium, o cinematógrafo e o automóvel, tornou-se receptor da Divina Luz da revivescência do Evangelho.
O discípulo dedicado rasgou os horizontes estreitos do ceticismo e o plano invisível encontrou novo canal a fim de projetar-se no mundo, atenuando-lhe as sombras densas e renovando as bases da fé.
Alguns dos companheiros de luta espiritual, embora em seguida às hostilidades do meio, recebiam aplausos do mundo e proteção de governos prestigiosos, mas emissário de Jesus, no deserto das grandes cidades, trabalhava em silÊncio, suportando calúnias e zombarias, vencendo dificuldades e incompreensões.
Ao fim da laboriosa tarefa, o trabalhador fiel triunfara.
Em breve, a doutrina consoladora dos Espíritos iluminava corações e consciências, nos mais diversos pontos do globo.
É que Allan Kardec, se viera dos círculos mais elevados dos processos educativos do mundo, não esquecera a necessidade de sabedoria espiritual. Discípulo eminente de professores consagrados, como Pestalozzi, não esqueceu a ascendência do Cristo. Trabalhador no serviço da redenção, compreendeu que não viera à Terra por atender a caprichos individuais e sim aos poderes superiores da vida.
Sua exemplificação é um programa e um símbolo. Conquistando a auréola dos missionários vitoriosos, não se incorporou à galeria dos grandes do mundo, por que apenas indicasse o caminho salvador à humanidade terrestre.
Allan Kardec não somente pregou a doutrina consoladora; viveu-ª Não foi um simples codificador de princípios, mas um fiel servidor de Jesus e dos homens.
 
(Mensagem recebida em 22.9.42. Lida aos 3.10.1942,
durante a 3a. Concentração Espírita de São Paulo, no Ginásio do Pacaembu).
 
(De “Doutrina Escola”, de Francisco Cândido Xavier – Autores Diversos)
Digitado por: Lucia Aydir.
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  • Também não gosto dessas igrejas evangélicas (prote...
  • Este texto bonito. escrever é uma terapia natural ...

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