Quarta-feira, 20 De Janeiro,2010

PRESERVAÇAO DOS PRICÍPIOS DOUTRINÁRIOS

 

Em seu livro História Eclesiástica, os primeiros quatro séculos da Igreja Cristã, Eusébio de Cesaréia – que viveu de 260 a 340 d.C. – relata que, desde o seu início, o Cristianismo correu o risco de sofrer distorções na sua prática, devido às heresias que foram surgindo. Algumas provocaram prolongadas polêmicas; outras, verdadeiras cisões em alguns núcleos cristãos.
A partir do ano 325, quando passou a ser a religião oficial do Império Romano, o Cristianismo não conseguiu manter a sua pureza original e acabou sofrendo significativos desvios na interpretação dos ensinamentos e na prática.
A situação agravou-se a partir do ano 553 – Concílio de Constantinopla II –, quando a tese da preexistência da alma, de Orígenes, foi condenada. Isso significou a exclusão do princípio da reencarnação.
Na nova roupagem, o Cristianismo não conseguiu mais explicar as desigualdes de oportunidades entre os seres humanos, a lei de causa e efeito, a compatibilização entre a lei de justiça e a misericórdia divina. Em conseqüência, perdeu a sua força como doutrina que foi legada aos homens para esclarecê-los, promover a sua transformação moral e trazer-lhes a esperança por uma vida melhor.
O Espiritismo completa 150 anos. É muito jovem ainda. Surgiu numa época bastante favorável, com a Humanidade bem mais desenvolvida. Os seus ensinamentos não são apresentados sob forma alegórica, são claros, podem ser entendidos tanto pelas pessoas mais cultas, quanto pelas menos letradas.
Além disso, há grande número de livros de autoria dos Espíritos e de escritores encarnados que explicava os seus princípios; assim, praticamente não ficam dúvidas.
Enquanto a redação definitiva dos evangelhos só foi feita mais de doze anos depois da volta de Jesus à Pátria Espiritual – manuscrita, em papiro –, os ensinamentos espíritas já foram lançados em livros, escritos e revisados por Kardec, sob a supervisão dos Espíritos superiores; por isso o Espiritismo corre risco bem menor de ser alterado no conteúdo doutrinário, especialmente o que está exposto nas obras básicas. O mesmo não se pode dizer com relação à prática: nesta há certo risco.
Os desvios podem ocorrer pela introdução de práticas estranhas à Doutrina, por priorizarem o fenômeno mediúnico, ou por iniciá-las e mantê-las sem o conhecimento seguro da teoria; ou ainda pela presunção de pessoas ou grupos de terem competência para reformar a base doutrinária, ou mesmo de elaborar outra teoria. Em todos esses casos, costuma haver a participação de Espíritos, adversários do Espiritismo, que agem orientando grupos crédulos, ou insuflando idéias em desacordo com os princípios espíritas e cristãos a pessoas dominadas pelo orgulho, pela presunção.
Para evitar que isso aconteça, é fundamental preservar-se os princípios doutrinários tanto na teoria como na prática. Para se atingir esse objetivo, são indispensáveis: estudo contínuo, para se ter orientação adequada e segurança nas atividades, e humildade, para nunca se afastar desse caminho seguro.
Assim, o Espiritismo – que restaura o Cristianismo na sua pureza – não sofrerá alterações, nem desvios; será preservado em toda a sua integridade.
Reformador Janeiro2008
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 15:58
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REENCARNAÇÃO

Reencarnação é o processo pelo qual o espírito, estruturando um corpo físico, retorna, periodicamente, ao polissistema material. Esse processo tem como objetivo, ao propiciar vivência de conhecimentos, auxiliar o espírito reencarnante a evoluir.

O reencarne obedece a um princípio de identidade de freqüências, ou seja, o espírito reencarna em um determinado continente, em um determinado país, em uma determinada região desse país, em uma determinada localidade dessa região, com determinadas características culturais (idioma, usos, costumes, valores, tradições, história etc.), bem como em uma determinada família, de acordo com a sintonia que a freqüência do seu pensamento consiga estabelecer em relação a cada um desses elementos.

O espírito realiza a reencarnação conscientemente, inclusive traçando o seu próprio plano geral para a existência material que está se iniciando. O espírito reencarnante, de acordo com suas limitações, será mais ou menos auxiliado por espíritos com mais conhecimento e com os quais tenha afinidade. No entanto, se não estiver suficientemente equilibrado ou consciente, será orientado no planejamento de sua passagem pelo polissistema material.

Todavia, reencarnado o espírito, inicia-se o processo de existência corporal no polissistema material. É um processo aberto, pois a trajetória pessoal do encarnado segue o exercício do seu livre-arbítrio. Portanto, não há que se falar em destino, em caminhos previamente traçados.

O espírito encarnado, fundamentando-se em seu existente (a bagagem de conhecimentos e experiências adquiridos ao longo de toda a sua história, seja encarnado, seja desencarnado), passa a exercitar sua capacidade, a constatar e desenvolver suas potencialidades, enfim, passa a construir seu momento presente e seu momento futuro. Vai enfrentando contradições, dificuldades, obstáculos, facilidades, administrando encontros e desencontros, permanecendo no seu plano geral ou se desviando em função de algumas variáveis do processo, mas sempre de acordo com sua vontade.

No exercício do livre-arbítrio, o espírito encarnado vai construindo seu equilíbrio ou seu desequilíbrio, de acordo com a maneira pela qual enfrenta as situações e a vida. Vai, por assim dizer, determinando-se, segundo a natureza de seus pensamentos e atos. Por menos que faça, ou por mais que se desequilibre, o espírito sempre alcança progressos em um ou outro aspecto do seu ser.

A evolução não está necessariamente vinculada ao tempo de vida material, mas à intensidade com que ela é vivida. A quantidade de experiências e o aproveitamento que é feito delas é fundamental para o crescimento do espírito, não importando se as experiências estão sendo vivenciadas no polissistema material ou espiritual.

É de se ressaltar que, entre uma encarnação e outra, o espírito continua trabalhando, continua aprendendo, continua evoluindo, de modo que ele não reencarna no mesmo estágio em que desencarnou.

A Doutrina Espírita trabalha, atualmente, com a hipótese de que o processo reencarnatório envolve os conceitos de missão, provação, expiação e carma.

Vale ressaltar que no entendimento atual da Doutrina, os processos reeencarnatórios apresentam facetas desses quatro conceitos, mas que algumas reencarnações podem apresentar o predomínio de algumas dessas características. Eles não são conseqüência de uma interferência ou controle externo ao espírito reencarnante, descartando-se portanto qualquer idéia de castigo, punição ou recompensa. Eles são decorrentes da lei de causa e efeito e das condições de equilíbrio e harmonia do espírito.

Missão é a situação na qual o espírito reencarnante aplica conhecimentos internalizados a favor de uma pessoa ou do grupo de sua convivência.

Provação é a situação na qual o conhecimento em processo de acomodação e internalização deve ser vivenciado; é a situação na qual o espírito é desafiado ao limite de seu conhecimento.

Expiação não se refere à aplicação de conhecimento, mas, sim, a uma conseqüência de um conhecimento aplicado, que provocou conseqüências difíceis, desagradáveis, muitas vezes dolorosas, que o seu responsável deverá enfrentar.

Carma ainda é um conceito útil dentro da concepção da Doutrina, desde que se esteja atento para o seu significado, diverso do de outras Doutrinas. Para o Espiritismo, carma caracteriza a situação na qual o espírito está enfrentando as conseqüências de atos seus que lhe provocaram um desequilíbrio muito intenso, tanto em qualidade como em quantidade, e que, pela sua intensidade, o espírito poderá levar toda uma encarnação, ou mais de uma, para recuperar seu equilíbrio.

A pessoa em desequilíbrio estará sempre em recuperação tanto pela sua reação própria como pela ajuda de outras pessoas ( curar, aliviar, consolar; conhecimento técnico, moral e afetivo). O que varia é apenas o tempo necessário para que o equilíbrio seja novamente retomado. É importante frisar que as dificuldades que o espírito encarnado encontra em seu cotidiano muitas vezes não são explicadas pela reencarnação. Reencarnação não explica tudo. Há muitas situações de desequilíbrio causadas em sua encarnação atual.

Em resumo, rencarnação não serve para explicar tragédias e desgraças; não serve para esconder a ignorância, não serve como desculpa ao imobilismo; não serve como consolo para aquelas situações que deveriam ser modificadas e não o são; não serve para destacar o passado e paralisar o presente. Reencarnação é oportunidade de aprendizado, é oportunidade de se aplicar o que se sabe e superar as limitações através de vivências sucessivas no polissistema material. Reencarnação é afirmação da unidade e da continuidade da vida.

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:31
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