Sábado, 30 De Janeiro,2010

A REENCARNAÇÃO NO EVANGELHO

 

No jornal o Estado de Minas, datado de 13.06.1999, na coluna Testemunho Cristão, um consulente pergunta: “Tenho lido a Bíblia à procura de ao menos uma frase que seja contra a re-encarnação, etc., cuja resposta da articulista foi: Entre numerosas evidências, de que são fartas as páginas sagradas, cito-lhe duas muito incisivas e fortes”. A nossa vida é a passagem duma sombra e não há regresso depois da morte, porque é posto o selo e ninguém torna” . (Sab 2,5). Na carta de S. Paulo aos hebreus, lemos: “E assim como está decretado que os homens morram UMA SÓ VEZ, e que depois disso se siga o julgamento, assim também Cristo se ofereceu uma só vez...” (9, 27).

Como queremos saber o que pensam outros segmentos religiosos temos por hábito de, sempre que possível, ler esta coluna. Desta vez, o tema chamou-nos a atenção e achamos que deveríamos pesquisar na Bíblia as passagens citadas.

Interessante como pegam frases isoladas de um texto para tentar justificar suas posições, sem levar em conta o contexto em que elas se encontram. O que é grave nisto é que aos que não têm o hábito de verificar em qual contexto a passagem se encontra, acabam convencendo de que aquilo é uma verdade, pois, geral-mente, têm a Bíblia como infalível, não se preocupam de eles mesmos irem ao encontro da verdade, simplesmente aceitam os pensamentos que lhe são passados pelos outros.

A primeira passagem que citam como prova de que não existe a reencarnação inicia-se assim; Dizem, com efeito, nos seus falsos raciocínios: Curta é a nossa vida e cheia de tristezas, para a morte não há remédio. Não há notícia de ninguém que tenha voltado da região dos mortos. Um belo dia nascemos, e depois disso, seremos como jamais tivéssemos sido! É fumaça a respiração de nossos narizes, e nosso pensa-mento uma centelha que salta do bater de nosso coração! Ex-tinta ela, nosso corpo se tornará pó e o nosso espírito se dissipará como vapor inconsistente! E ninguém se lembrará de nossas obras. Nossa vida passará como os traços de uma nuvem, desvanecer-se-á como uma névoa que os raios de sol ex-pulsam, e que seu calor dissipa”.

A partir daí, sim é que temos o versículo 5: "A passagem de uma sombra. Eis a nossa vida, e nenhum reinicio é possível uma vez chegado o fim; porque o selo lhe é aposto e ninguém volta”.

Daí continua até o versículo 20, onde o autor do livro procura mostrar o que pensam os ímpios.

Voltemos à narrativa, agora nos versículos 21-23: “Eis o que pensam, mas enganam-se, sua malícia os cega: eles desconhecem os segredos de Deus, não esperam que a santidade será recompensada e não acreditam na glorificação das almas puras. Ora, Deus criou o homem para a imortalidade e o fez à imagem de sua própria natureza".

Já vemos neste texto, de absoluta clareza, que não se trata de contradizer a tese da reencarnação, mas sim é mostrado de que maneira os ímpios pensavam sobre vida além túmulo, não acreditavam que depois da morte pudesse existir alguma coisa, para eles era o nada.

Constatamos, assim, que este texto não tem nada que possamos tirar como contestação da reencarnação, ficando, portanto, derrubado o primeiro argumento.

Vamos agora ao texto de S. Paulo, em Hebreus 9, 27, mas antes devemos saber que é retirado de parte da carta enviada aos hebreus, onde ele tenta mostrar que o sangue oferecido nos sacrifícios não pode apagar nossos pecados e que Cristo ao dar seu sangue, na cruz, pagou os nossos vários pecados. Aí completa: “Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo, assim Cristo se ofereceu uma só vez para tomar sobre si os pecados da multidão, e aparecerá uma segunda vez, não, porém, em razão do pecado, mas para trazer a salvação àqueles que o esperam".

Devemos sempre ter em mente que na Bíblia não consta tudo e nem toda a ciência ali está, o próprio Jesus disse: que tinha muitas coisas para dizer, mas como os apóstolos ainda não eram capazes de compreender, não iria dizer.

Por outro lado, não devemos tomar como leis as opiniões pessoais dos apóstolos, pois seus pensamentos representam sempre o contexto cultural da época em que viveram.

Dito isto, vamos verificar que se realmente fosse dado ao homem morrer uma só vez, as ressurreições constantes do Evangelho (Mateus 9, 18-26; Lucas 7, 11-17 e João 11, 1-44, da filha de Jairo, do filho da viúva de Naim e de Lázaro, respectivamente) seriam uma contradição perante esta Lei, pois, nestes casos, estas pessoas que voltaram à vida tiveram duas mortes, ou não?

Ainda mais, se logo em seguida vem o julgamento. Não vemos nenhum sentido no juízo final (pensamento deles), pois seríamos julgados duas vezes. Se realmente houvesse dois julga-mentos estaríamos diante de uma aberração da justiça divina, pois valeria dizer que um não foi perfeito, o que equivaleria afirmar que Deus não agiu com perfeição, o que é um absurdo. Na hipótese do espírito ser condenado ao “fogo eterno” no primeiro julgamento, seria possível que, no segundo julgamento, ele fosse ab-solvido, ora se isto acontecer fica evidente que ele foi condenado injustamente. Vemos nisto só incoerência, assim não podemos, seguindo a linha de raciocínio deles, aceitar os dois julgamentos.

Por outro lado, na nossa percepção do texto, partindo para a essência, podemos afirmar que Paulo tem a mais completa razão, ou seja, neste corpo que ora habitamos morremos mesmo uma só vez e o julgamento de nossos atos será realizado em seguida, e ainda mais, teremos sempre um novo julgamento após cada desencarne.

Como já dissemos pegam os textos conforme suas conveniências, muitos dos quais se mostram incoerentes com outras passagens do Evangelho.

Vejamos por exemplo: “Porque sabemos que, quando for dissolvido este corpo, nossa habitação aqui na terra, receberemos de Deus uma habitação, uma moradia eterna nos céus, que não é feita pela mão humana. Por isso é que suspiramos nesta nossa situação, ansiosos por revestir-nos do nosso corpo celeste: sob a condição, porém, de sermos encontrados ainda vestidos e não despidos".(2 Coríntios 5, 1-3).

Esse texto é do mesmo Paulo que foi citado como base contra a reencarnação, entretanto ele é frontalmente contra a tese da ressurreição da carne, um de seus principais dogmas. Aqui ele mostra que temos um corpo celeste e é ele que teremos após nossa morte. Quanto ao corpo físico, este será dissolvido.

Agora nós é que procuraremos demonstrar o contrário, ou seja, que a reencarnação fazia parte da cultura do povo hebreu e, principalmente dos ensinos de Jesus.

Teremos para isto que buscar algumas passagens do Novo Testamento que irão nos dar elementos de convicção.

“Quando ele ia passando, viu um homem que era cego de nascença. Os discípulos perguntaram: "Mestre, quem pecou, para este homem nascer cego, foi ele ou seus pais? " Jesus respondeu:" Nem ele nem seus pais, mas isso aconteceu para que as obras de Deus se manifestem nele" . (João. 9, 1-3).

Como um cego de nascença poderia ter pecado? Se a cegueira fosse “castigo de Deus” pelos pecados daquele homem, onde estaria seu pecado, pois era cego desde quando veio ao mundo. Para ter lógica, somente poderia ter cometido suas faltas em existências anteriores. Fato que os discípulos acreditavam, pois só assim justificaríamos a pergunta deles a Jesus: “Quem pecou, para este homem ter nascido cego, foi ele ou seus pais?

Diante do princípio “a cada um segundo suas obras” (Mateus 16, 27), no dizer do Mestre, ninguém paga pelo erro do outro, ficando a responsabilidade dos atos atribuída às próprias pessoas que os praticam.

A resposta de Jesus: Nem ele nem seus pais, mas isso aconteceu para que as obras de Deus se manifestem nele, poderá ser explicada da seguinte forma: diante de tanta ignorância e atraso espiritual daquele povo havia a necessidade de Jesus fazer alguns “milagres”, como os fez, no sentido de despertar as criaturas para as verdades do Pai. Assim, com Jesus encarnaram vários espíritos que vieram com a tarefa de auxiliá-lo em sua missão e este homem cego era um deles. Aqueles que escolheu como apóstolos largaram tudo para segui-lo, atendendo ao seu chamado, que funcionou como lembrete do compromisso que assumiram, quando estavam no plano espiritual.

“Tendo chegado à região de Cesaréia de Felipe, Jesus perguntou aos discípulos:" Quem dizem por aí as pessoas que é o filho do homem? "Responderam: " Umas dizem que é João Batista, outras que é Elias, outras, enfim, que é Jeremias ou algum dos profetas " . (Mateus 16, 13-14; Lucas 9, 18-19; Marcos 8, 27-28).

O povo também acreditava que uma pessoa que já morreu poderia voltar. Ao dizerem que Jesus seria João Batista, Elias, Jeremias ou alguns dos profetas confirmam este entendimento, pois todos eles já haviam morrido, inclusive, destes, somente João Batista foi contemporâneo de Jesus, entretanto à época desta narrativa já tinha sido morto por Herodes.

“Nesse ínterim, Herodes, o Tetrarca, ouvia falar de tudo o que fazia Jesus e seu espírito se achava em suspenso – porque uns diziam que João Batista ressuscitou dentre os mortos; outros que aparecera Elias; e outros que um dos antigos profetas ressuscitara. – Disse então Herodes:" Mandei cortar a cabeça de João Batista; quem é então esse de quem ouço dizer tão grandes coisas? E ardia por vê-lo". (Marcos 6, 14-16 e Lucas 9, 7-9).

Nessa passagem encontramos novamente o pensamento do povo a respeito de Jesus, entretanto, desta podemos tirar, sem nenhuma sombra de dúvida, que naquele tempo o conceito de ressurreição é o que hoje chamamos de reencarnação. Conforme o texto, Jesus, no pensamento do povo, poderia ser João Batista ou mesmo um dos antigos profetas ressuscitado, o que significa em linguagem clara é que pensavam mesmo na possibilidade de Jesus ser alguém que viveu anteriormente reencarnado.

“Havia entre os fariseus um, chamado Nicodemos, dos mais importantes entre os judeus. Ele foi encontrar-se com Jesus à noite e lhe disse:" Rabi, bem sabemos que és um Mestre enviado por Deus, pois ninguém seria capaz de fazer os sinais que tu fazes, se Deus não estivesse com ele". Jesus respondeu:" Eu te afirmo e esta é a verdade: ninguém verá o reino de Deus se não nascer de novo ". Disse-lhe Nicodemos:" Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez? " Jesus respondeu:" Eu vos afirmo e esta é a verdade: se alguém não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasce da carne é carne; o que nasce do Espírito é espírito. Não te admires do que eu disse: é necessário para vós nascer de novo. O vento sopra para onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem aonde vai. Assim é quem nasceu do Espírito".(João 3, 1-8).

Antes de nossa argumentação vamos ver o que consta em Atos 23, 8: “É que os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjos, nem espíritos, enquanto que os fariseus admitem todas estas coisas". Nicodemos era um fariseu, assim deduzimos que ele acreditava na ressurreição, que conforme mostramos anteriormente, corresponderia dizer que ele acreditava na reencarnação.

Observemos que Nicodemos entendeu o que Jesus quis dizer com o “nascer de novo” a dúvida que lhe ficou era: como isto poderia acontecer. Razão de suas duas perguntas: Como pode nascer um homem já velho? Pode voltar ao ventre de sua mãe e nascer segunda vez?

Separa distintamente o corpo físico do elemento espiritual, o que nasce da carne é carne, o que nasce do espírito é espírito.

Algumas correntes religiosas buscam sustentar que o nascer da água significa nascer de novo pela água do batismo. Entretanto, o sentido, na época, da palavra água é bem outro. Sabemos que 2/3 da Terra é composto de água, e que sem água não haveria vida material em nosso planeta. Assim o elemento água é a ba-se para a manifestação da vida material, aí incluindo, é claro, nosso corpo físico.

Além do mais, no período de nossa gestação, ficamos por nove meses dentro d’água, no útero de nossa mãe. Donde concluímos que, neste sentido, literalmente nascemos da água, não acham?

Quanto à questão do batismo, no Evangelho só encontramos João Batista utilizando a prática do batismo, não como um rito de iniciação ou para nos livrarmos do pecado original, mas somente batizava as pessoas que se arrependiam de seus pecados, era, portanto o batismo do arrependimento. Tanto é que os fariseus e saduceus o procuraram para serem batizados ele negou-se a fazê-lo dizendo: “Raça de víboras, quem vos sugeriu escapardes da cólera que está chegando? Portanto, produzi frutos que sejam o testemunho da vossa conversão, sem presumirdes que vos basta dizer dentro de vós:" Temos por pai a Abraão". (Mateus 3, 7-9).

Mais ainda, se realmente o batismo fosse algo importante a ser feito, por que é que Jesus não batizou ninguém? Não seria o caso de dar-nos este exemplo?

Bem, voltemos ao nosso assunto principal, veremos agora o próprio Jesus confirmar a reencarnação, fato que não combateu, quando do questionamento dos discípulos acerca do cego de nascença e a respeito de quem as pessoas pensavam que ele era.

No Antigo Testamento, o profeta Malaquias (3, 23) anuncia a volta de Elias: “Vou mandar-vos o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor, e ele converterá o co-ração dos pais para os filhos, e o coração dos filhos para os pais, de sorte que não ferirei mais de interdito a Terra".

A volta é de Elias e não como querem dar ao termo Elias a conotação de que quer dizer Messias ou Mensageiro.

Em Lucas 1, 11-14, encontraremos o anúncio da chegada de Elias: “Mas o anjo lhe disse:" Não tenhas medo, Zacarias, porque tua oração foi ouvida: tua esposa Isabel vai te dar um filho e lhe porás o nome de João. E continuando no versículo 17: “Ele o precederá com o espírito e o poder de Elias, para reconduzir o coração dos pais aos filhos, bem como os rebeldes aos sentimentos dos justos. Vai preparar assim para o Senhor, um povo bem disposto".

Se João estaria com o espírito e o poder de Elias, conclusão lógica que João era o próprio Elias reencarnado.

E finalmente a confirmação que João Batista era o Elias: “Os discípulos lhe perguntaram:" Por que dizem os escribas, que Elias deve vir antes? "Respondeu-lhes: "Elias há de vir para restabelecer todas as coisas. Mas eu vos digo que Elias já veio e não o reconheceram, mas fizeram com ele o que quiseram. Do mesmo modo, também o filho do homem está para sofrer da parte deles.. Então, os discípulos compreenderam que Jesus lhes tinha falado a respeito de João Batista". (Mateus 17, 10-13; Marcos 9. 11-13).

Não foi Elias reconhecido por estar reencarnado como João. Se fosse o contrário Jesus não deixaria que seus discípulos continuassem pensando que João era o Elias, pois em várias passagens, demonstrou conhecer os pensamentos mais íntimos das pessoas.

E para que não restasse dúvida alguma quanto a isso, vem ele próprio confirmar: “E, se quiserdes compreendê-los, João é o Elias que estava para vir. Quem tiver ouvidos, que escute bem". (Mateus 11, 14-15).

Aqui fica bem clara e taxativa a reencarnação, pois é da boca do próprio Jesus que sai a afirmativa de João ser o Elias que estava para vir antes dele, a fim de preparar-lhe o caminho.

E como sabia que ainda os homens não teriam o completo entendimento de que realmente falava era da reencarnação acrescenta: “Quem tiver ouvidos, que escute bem”.

Bibliografia

  • Bíblia Sagrada. Editora Ave Maria, 68ª Edição, 1989; Novo Testamento. São Paulo, SP, LEB - Edições Loyola, 1984.
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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:47
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Sexta-feira, 29 De Janeiro,2010

PONTO DE VISTA

 
É mesmo impressionante como um determinado assunto, acontecimento ou situação corriqueira da vida tem diferentes significados para as pessoas. Sim, somos completamente diferentes, não há como negar. Enquanto para uns a chuva vem abençoada, para outros é desmancha prazeres. Enquanto para uns o verão é uma estação agradável, para outros é tormento constante. Enquanto para uns a vida é mera brincadeira, para outros é coisa séria. Enquanto para uns as dificuldades são degraus para o progresso, para outros representam obstáculos intransponíveis.
 
Digo isto baseado em conversa que tive com irmãos gêmeos, portanto, criados pela mesma família, nas mesmas escolas, mesma religião, mesmo grupo de amigos, enfim, realidades bem parecidas, entretanto, visões de mundo totalmente díspares.
 
Propus a ambos a mesma pergunta sobre o tema: vida.
 
A resposta do irmão A foi: A vida é uma sucessão de perdas. Perdemos a infância e entramos na adolescência, perdemos a adolescência e entramos na idade adulta, perdemos a idade adulta e adentramos a chamada terceira idade e, por fim, morremos.
 
A resposta do irmão B sobre o mesmo tema foi: Eu vejo a vida como uma sucessão de conquistas. Saímos da infância com experiência para entrar na adolescência, saímos da adolescência mais experientes para entrar na idade adulta, ganhamos maturidade na terceira idade e, por fim, iniciamos nova fase existencial com a chegada da chamada morte do corpo físico.
 
Qual deles está certo? Qual está errado? Em verdade, não há certo ou errado, pois cada um possui sua própria impressão acerca do mundo.
 
Mas, é intrigante: mesmo tema, respostas diferentes. Por quê? Naturalmente que no caso acima não podem ser alegados fatores, sociais, culturais, geográficos ou religiosos para respostas tão contraditórias. Ambos tiveram formações semelhantes. Como explicar então diferenças gritantes na forma de encarar a questão? Só há mesmo uma resposta lógica para isto: as existências sucessivas, ou seja, nossas múltiplas experiências no cenário da vida vestindo diversas roupagens de carne que nos proporcionam enfrentar incontáveis situações, nos mais distintos locais sob as mais variadas formações sociais, culturais, psicológicas e religiosas. Em nossa jornada evolutiva adquirimos conhecimentos dos mais diversos que nos transformam em criaturas singulares, únicas, portanto, com visões totalmente incomparáveis das realidades apresentadas pela vida. A sabedoria está em saber lidar com as diferenças para que não nos tornemos pessoas agressivas e desrespeitemos a maneira que o outro tem de encarar a vida.
 
Muitas vezes vemos pais fazendo comparações entre filhos, na irracional tentativa de querer que um pense ou aja como o outro. Impossível, porque somos um espírito, uma individualidade com características próprias. A bondade divina presenteou-me com dois filhos, um casal: Olívia e João. Ela com 10 anos é meiga, ele com 5 anos é mais extrovertido, ela gosta de escrever, ele adora desenhar, ela aprecia maçã, ele é movido à base de uva. Enfim, são duas individualidades com suas próprias bagagens, preferências e conquistas espirituais. Minha tarefa como pai é orientá-los, mas, sobretudo, respeitar suas escolhas envolvendo profissão, cidade onde morar e objetivos a alcançar. Afinal, antes de serem meus filhos são filhos de Deus, almas em busca de aprimoramento e, para tanto, necessitam ter liberdade para escolher seus caminhos a fim de que desenvolvam também a responsabilidade, porque será escolhendo os próprios destinos que sentirão na pele os imperativos da vida a mostrar que toda ação gera uma reação.
 
A propósito, nas fileiras iluminadas de “O Livro dos Espíritos”, Kardec faz instigante pergunta às inteligências invisíveis na questão de nº 804:


 
P - 804 Por que Deus não deu as mesmas aptidões a todos os homens?
 
Segue resposta:
 
R – Deus criou todos os Espíritos iguais; mas, como cada um viveu mais ou menos, conseqüentemente, adquiriu maior ou menor experiência; a diferença está na experiência e na vontade, que é o livre-arbítrio. Daí uns se aperfeiçoarem mais rapidamente do que outros, o que lhes dá aptidões diversas. A variedade dessas aptidões é necessária, para que cada um possa concorrer com os desígnios da Providência no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais. O que um não pode ou não sabe fazer o outro faz; é assim que cada um tem o seu papel útil. Depois, todos os mundos sendo solidários uns com os outros, é natural que habitantes de mundos superiores, na sua maioria criados antes do vosso, venham aqui habitar para dar o exemplo. (Veja a questão 361.)
 
Resposta elucidativa. Fomos criados simples e ignorantes e ao longo dos milênios, em incontáveis experiências na carne conquistamos habilidades, virtudes e aptidões diferentes dos demais Espíritos, natural, portanto, tenhamos visões de mundo diferentes uns dos outros. Mas o interessante nisso tudo é que as diferenças concorrem para a união e o progresso. Como afirmam os filósofos do além, são as diferentes aptidões por parte dos Espíritos que proporcionam o equilíbrio no mundo. Importante, pois, respeitar o ponto de vista alheio, suas escolhas e habilidades, porquanto são graças a essas disparidades que obtemos conhecimentos múltiplos em nossa escalada evolutiva como espíritos imortais.
 
Bibliografia:
 
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. 50.ed. Trad. Guillon Ribeiro. Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira, 1980.
 
Artigo reproduzido com autorização do autor
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:19
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Quinta-feira, 28 De Janeiro,2010

PREEXISTÊNCIA DO ESPÍRITO

 

Têm-se desenvolvido, desde muito tempo, a idéia que o homem só tem uma vida, quer dizer, só vive apenas uma vez. Não sabemos quando e como isso se iniciou, presumimos que seja por causa da narrativa bíblica sobre a criação do homem, onde se diz que Deus após ter modelado o barro dá a ele o sopro vital.

Até a pouco tempo atrás se pensava que o Espírito era ligado ao corpo das crianças no exato momento em que o recém-nascido "via" a luz, quando saia do ventre materno. Via está entre aspas, pois na verdade não via nada, pois nascia de olhos fechados, diferente das crianças de hoje que já nascem de olhos abertos. Ninguém se preocupava com a existência do espírito antes disso.

Mantendo essa visão, ou seja, de aceitarmos que o espírito é ligado ao corpo no momento do nascimento, devemos convir que Deus estaria se subordinando aos homens para a criação de Espíritos, pois somente após o clímax de se cumprir a vontade de um casal de ter filhos, é que Deus poderia entrar com a criação do Espírito.

O homem moderno, avançando em sua percepção da realidade espiritual, está conseguindo perceber um pouco mais além do que os seus antepassados. Nos consultórios médicos, especialmente os ginecológicos, as gestantes são instruídas pelo seu facultativo a conversarem com os fetos muito antes do dia em que eles irão ver a luz. No início mesmo da gestação já é passada essa orientação. Isso tem contribuído sobremaneira para que os espíritos, em vias de reencarnarem, sintam-se amados e desejados, o que promove uma vida de relacionamento familiar mais harmonioso, notadamente entre pais e filhos.

Entretanto, ainda não se conseguiu desvendar o grande "mistério" de que, muito antes da concepção, o espírito já existe. Estamos falando da preexistência do Espírito, aceita por muitas filosofias religiosas, mas ainda não incorporada às religiões cristãs tradicionais. Sabemos que as mudanças não são fáceis, pois deixar valores antigos para absorver novos não é coisa tão fácil assim, já que sempre nos agarramos às nossas convicções anteriores, pouco nos importando se são verdadeiras ou não.

Podemos notar isso nos obstinados fariseus, que ficavam perplexos, diante dos ensinamentos de Jesus, mas não abriam mão em seguir a Moisés, até que, num dado momento, o Mestre desmascarando-os diz: "Não se coloca remendo de pano novo em pano velho, nem vinho novo em odres velhos" (Mateus 9, 16-17).

Mas, por incrível que pareça, encontramos a percepção da preexistência até no Antigo Testamento, escrito a aproximadamente mil e novecentos anos atrás. Como exemplo, vejamos as seguintes passagens, onde claro fica essa questão:

1) Tobias 6, 18: Antes de se unir a ela, levantem-se os dois e rezem, pedindo ao Senhor do céu que tenha misericórdia e proteja vocês. Não tenha medo. Ela foi destinada a você desde a eternidade, e você é quem vai salvá-la.

Se a moça foi destinada a Tobias deste a eternidade, é porque ambos existiam desde a eternidade. Por eternidade devemos entender um tempo muito longo, sem que saibamos precisar a sua duração certa, já que de toda a eternidade somente existe Deus.

2) Salmos 51, 7: Eis que eu nasci na culpa, e minha mãe já me concebeu pecador.

Como alguém pode nascer pecador se não teve uma vida anterior onde teria pecado? Não venham com essa ridícula afirmação de que nascemos em pecado original. Temos dito que realmente ele é muito original só isso, mas não se coaduna com a justiça divina, até mesmo porque também está escrito: "O filho nunca será responsável pelo pecado do pai, nem o pai será culpado pelo pecado do filho" (Ez 18, 20, ver tb Dt 24, 16).

3) Sabedoria 8, 19: Eu era um jovem de boas qualidades e tive a sorte de ter uma boa alma, ou melhor, sendo bom, vim a um corpo sem mancha.

Aqui, além de estar bastante evidente a preexistência da alma, ainda encontramos a questão do carma. Carma? Isso mesmo, já que o jovem veio num corpo sem mancha porque era um espírito bom (boa alma). E para quem se apressar em dizer que na Bíblia não existe esse pensamento, acrescentamos: "Se alguém ferir o seu próximo, deverá ser feito para ele aquilo que ele fez para o outro: fratura por fratura, olho por olho, dente por dente. A pessoa sofrerá o mesmo dano que tiver causado a outro" (Lv 24, 20). Algumas vezes Jesus diz, ainda que possamos entender como veladamente, sobre o carma, quando fala "a cada um segundo suas obras" (Mt 16, 27), outras, mais preciso de modo a não deixar dúvida, quando afirma a um homem, que esteve doente por 38 anos, ao encontrá-lo no templo: "Você ficou curado. Não peque de novo, para que não lhe aconteça alguma coisa pior" (Jo 5, 14). Para não ficar só nisso, vamos encontrar Paulo dizendo: "cada um colherá aquilo que tiver semeado", claramente está afirmando essa lei divina inexorável que faz com que soframos o mesmo mal que fizermos os outros sofrerem.

4) Jeremias 1, 4-5: Recebi a palavra de Javé que me dizia: "Antes de formar você no ventre de sua mãe, eu o conheci; antes que você fosse dado à luz eu o consagrei, para fazer de você profeta das nações".

Se antes de formar no ventre da mãe Deus já o conhecia, é porque, não tenhamos dúvida, que ele existia como Espírito antes do seu corpo ser formado.

 

Vejamos o que diz o teólogo e escritor José Reis Chaves, em "A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência", a respeito de Orígenes, considerado um dos pais da Igreja Católica:

Em 543, Justiniano publicou um édito, em que expunha e condenava as principais idéias de Orígenes, sendo uma delas a da preexistência.

Então, podemos ver, que a questão da preexistência da alma foi abolida por decreto, que, apesar de sua evidência bíblica, ainda teve o beneplácito dos bispos católicos. São os que sempre se consideram os "donos da verdade" é que buscam de todas as formas combater tudo que não vai ao encontro de suas próprias idéias, pouco importando se estão com a razão ou não. O tempo e o progresso inevitável do ser humano, que cada vez mais se torna exigente na questão da razão e lógica, deverá fazer com que essa verdade seja restabelecida, mesmo que isso vá contrariar a uns e outros.

 

 

 

 

 

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:39
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Quarta-feira, 27 De Janeiro,2010

PORQUE O ESPIRITISMO INCOMODA

 

 
Este artigo foi escrito logo depois de um debate na televisão, entre o autor e um sacerdote católico, no dia 18 de dezembro de 2003
 
 
A mediunidade é conhecida e registrada desde tempos remotíssimos. Conheceram-na os egípcios, os gregos e os hebreus. Os registros mais acessíveis encontramo-los no Judaísmo, no assim chamado profetismo. Todos os reis de Israel eram aconselhados por profetas, quando eles próprios não o eram. Os profetas, além de anunciarem, por séculos seguidos, a vinda de Jesus, tiveram presença marcante nas cortes de Israel, cujos reis recebiam, através deles, orientações e até severas admoestações do mundo espiritual. Os reis, que não raro eram prepotentes, por não gostarem das advertências recebidas, às vezes ordenavam severos castigos aos profetas, conforme registra Paulo: “Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de pele de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados.” (Heb, 11: 37).
 
O Velho Testamento registra inúmeros fenômenos mediúnicos, como o da mão que surge diante da corte do rei Baltazar e escreve na parede uma mensagem em língua desconhecida e que foi decifrada pelo profeta Daniel, quando bem jovem, conforme relato no capítulo 5 do Livro de Daniel. No capítulo 3 do Primeiro livro de Samuel, este, pela sua mediunidade nascente, informa ao sacerdote Eli que ele havia caído em desgraça diante de Deus por não educar convenientemente seus filhos. Nesse mesmo livro, no capítulo 28, há o registro da visita que o rei Saul fez à pitonisa de Endor, conforme título dado pelo tradutor João Ferreira de Almeida. Há traduções mais modernas em que a palavra pitonisa foi substituída por médium e, há uma que diz médium espírita. A impropriedade da expressão é flagrante, pois se existem médiuns desde todo o sempre, Espiritismo só existe a partir de 1857, quando Kardec cunhou os vocábulos Espiritismo, espiritista e espírita. Foi ele quem tomou ao latim a palavra medium, na sua forma original, para designar o intermediário, o profeta, em linguagem própria do Espiritismo. Por aí pode-se avaliar o grau de desconhecimento, ou o desejo de confundir... Na citada passagem, fica patenteada a conversa do rei Saul com o espírito Samuel, através daquela mulher. Nessa oportunidade, o rei foi advertido que, se entrasse na batalha, morreria ele e morreriam seus filhos. Ele, que era prepotente, como estava a buscar apoio e não conselho, entrou em luta com os Filisteus e morreu, juntamente com os filhos, como fora previsto pelo Espírito.
 
Há, ainda, os que invocam a proibição de se consultarem os mortos, contida no livro Deuteronômio, capítulo 18, a ela referindo-se como lei de Deus. Como se sabe, as Leis de Deus são as dos Dez Mandamentos. Essa proibição faz parte dos regulamentos disciplinares de Moisés, que pretendeu, com essa medida, coibir os abusos do intercâmbio mediúnico, com o que o Espiritismo concorda plenamente, com a única diferença de não proibir, mas apenas desaconselhar, vez que o Espiritismo não proíbe nada... A mediunidade, segundo se aprende no Espiritismo, deve ser usada para fins nobres, de interesse geral, e não para conversa miúda.
 
Deve-se ressaltar, entretanto, que a própria proibição de Moisés constitui prova concludente a respeito da existência do fenômeno mediúnico, pois ninguém proíbe o que não existe. As leis são sempre feitas a posteriori, isto é, para proibir ou regulamentar uma atividade já existente. Por que não há lei que proíba alguém voar sobre o quintal do seu vizinho? Simplesmente porque o homem não voa. Mas, no momento em que se inventar um aparelho que possibilite o vôo individual ao homem, haverá certamente leis que irão resguardar a privacidade das pessoas, prevendo punição àqueles que as transgredirem. A própria existência da lei constituirá prova cabal de que, a partir de determinada época, o homem começou a voar...
 
Quem pode negar a condição de médiumaos profetas bíblicos? A palavra profeta, na sua origem, já indica a condição de medianeiro, de intermediário. A edição da Bíblia Sagrada da Editora das Américas (vol. 15), na sua Introdução Geral dos Livros do Antigo e Novo Testamentos, diz que os homens que recebiam as manifestações divinas eram conhecidos por nebi-in (plural de nabi), que significa “aquele que fala em nome de alguém”. Quando os textos bíblicos começaram a ser traduzidos em Grego, a palavra nabi foi traduzida pelo termo prophetes.
 
O termo grego é formado pelo prefixo pro, que significa em lugar de e phetes, que quer dizer locutor, logo aquele que fala em lugar de alguém, por alguém.
 
A Enciclopédia Britânica diz que a origem da palavra nabi é obscura, mas que suas derivações significam “intensa excitação”, reportando-se a uma palavra assíria que significa cair em transe.
 
Algumas enciclopédias, como a Britânica e a Americana mostram o verdadeiro significado da palavra: A Britânica diz que profeta em Grego clássico quer dizer “aquele que, ao falar, não o faz pelos seus pensamentos, mas por uma revelação de fora”. Cita Platão: “Não devem ser chamados profetas aqueles que simplesmente interpretam oráculos, mas aqueles que falam em transe.
 
No dicionário de Funk & Wagnalls, lê-se: “no contexto bíblico, profetizar é pronunciar verdades religiosas sob inspiração divina, não necessariamente predizer acontecimentos futuros, mas admoestar, exortar, confortar”. Exatamente como entende o Espiritismo: os profetas bíblicos eram médiuns! E existiram profetas maiores, que se notabilizaram, deixando seus nomes na história, e outros de menor expressão, que passaram anônimos. O mesmo ocorre na atualidade com os médiuns, sejam eles espíritas ou não.
 
É relevante que se diga que o Dicionário da Bíblia, de John D. Davis, em seu verbete Espírito Familiar diz: “Espírito de uma pessoa falecida que os médiuns invocavam para consultas, que parecem falar desde a terra, ou encarnar-se (sic) no médium, homem ou mulher”.
 
No Novo Testamento encontramos provas de que o profetismo teve a sua atividade estimulada. No Cristianismo nascente, a presença da mediunidade foi marcante. É digna de nota a naturalidade com que são relatados os fenômenos mediúnicos no Novo Testamento. O Apóstolo Paulo, seguramente a maior autoridade em assuntos mediúnicos do seu tempo, escreveu o primeiro livro dos médiuns de que se tem notícia. O Apóstolo revela profundo conhecimento do fenômeno em sua Primeira Carta aos Coríntios, nos capítulos 12 e 14. Paulo, não só reconhece o exercício mediúnico como atividade útil, como recomenda o seu desenvolvimento, conforme se lê no primeiro versículo do capítulo 14: “Segui a caridade, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar.”
 
No capítulo 12, Paulo assim se refere à mediunidade: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil." E passa, a seguir, a enumerar os vários tipos de mediunidade, que João Ferreira de Almeida, na sua tradução da Vulgata Latina para o Português, intitula Acerca da diversidade dos dons espirituais: “Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência.”
 
Paulo continua enumerando os dons, falando da mediunidade de cura, de efeitos físicos, a que ele chama operação de maravilhas. (A Parapsicologia diz ectoplasmia). Chega a dizer do dom de discernir espíritos, que pode ser interpretado como a mediunidade intuitiva que deve ter aquele que dirige uma reunião mediúnica, a fim de saber com que espírito dialoga através de um médium.
 
Refere-se também à capacidade de falar línguas, mediunidade que o Espiritismo cataloga como xenoglossia. Mas, com o bom senso que lhe conhecemos, adverte judiciosamente, numa demonstração de que entendia a mediunidade como prática útil, construtiva, edificante: “Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo e com Deus.”
 
Paulo entendia o exercício mediúnico como atividade eminentemente prática, não se perdendo ele em encantamentos místicos. É dentro dessa perspectiva que ele recomenda: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.” Essa passagem está inserida num trecho a que João Ferreira de Almeida, em sua tradução, intitulou: A necessidade de ordem no culto. O que demonstra ter também o tradutor entendido que a prática mediúnica requer controle e avaliação.
 
Essa necessidade de análise das comunicações é enfatizada também por João (I Jo, 4: 1), quando diz: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.
 
Essas duas passagens, primeiro a de Paulo, recomendando seja feito um julgamento após duas ou três comunicações e a de João, no sentido de se verificar a índole do espírito que se comunica, servem de resposta aos que dizem que é o Demônio que sempre se comunica. Ora, se se comunicassem apenas espíritos voltados ao mal, nem um nem outro teria feito recomendações no sentido de serem feitas as verificações e avaliadas as comunicações. Teriam, simplesmente, dito que todas as comunicações deveriam ser recusadas por serem produzidas por espíritos malignos, como querem aqueles que, teimosamente, negam a mediunidade.
 
Como é que hoje, o Padre Juarez, seguindo o mesmo equívoco do Padre Quevedo, diz que a mediunidade não existe, que se trata unicamente de alucinações, pretendendo “provar” a inexistência do fenômeno através de espetáculos de palco em que empregam o hipnotismo? Nisso ambos se revelam bons discípulos do Frei Boaventura, que subestimava a inteligência dos leitores do jornal Lar Católico, onde publicou “experiência” feita com um senhor, o qual diz ter levado ao sono letárgico pelo hipnotismo e o sugestionado, dizendo-lhe que ele era Olavo Bilac, e que ele imediatamente escreveu um irretocável poema. Ao ser despertado, leu-o e o identificou como sendo de Bilac.
 
Entretanto, se isso fosse verdade, a Ciência poderia avançar mais rapidamente no mundo, pois poder-se-ia usar jovens com certa vocação para a Física e chamar o Frei Boaventura a fim de hipnotizá-los e eles, em transe, dariam aulas como se fossem César Lates ou Einstein. O mesmo se diria de iniciantes no piano que fossem induzidos a escrever peças de Chopin, Beethoven, Mozart e outros. Ou, até mesmo, artistas medíocres serem levados pelas artes hipnóticas dos referidos sacerdotes a pintar ou esculpir como Da Vinci, Michelangelo! Impressionante é a capacidade desses homens de subestimar a inteligência dos seus próprios fiéis, usando de afirmativas gratuitas, pois o Frei não publicou, como seria de se esperar, o dito “poema mediúnico”. (Lar Católico, nº 47, de 18 de novembro de 1956, reportagem intitulada “Ali mesmo escreveu versos de Olavo Bilac”).
 
E são essas pessoas que vêm acusar os espíritas de charlatanismo! Charlatães existem em todos os lugares do mundo. É muito diferente a situação de uma pessoa que se diz espírita e frauda, enganando o próximo, daquela que, sob a égide de sua organização religiosa, se arroga em fazer “ciência” (a inicial minúscula é intencional), apresentando-se em espetáculos circenses. Há muitas pessoas que agem por conta própria e não é possível ao Espiritismo controlá-las, vez que não detém nenhum poder hierárquico sobre ninguém. O Espiritismo não pode proibir alguém de se dizer espírita e produzir fraudes, o mesmo não acontecendo com outras religiões, que bem poderiam coibir seus representantes dessas manifestações, de triste memória no passado, mas que infelizmente estão sendo ressuscitadas por alguns sacerdotes.
 
O alvo principal é Chico Xavier. Esse homem ainda incomoda, pois dedicou toda a sua vida ao bem do próximo, sem nunca postular nada. Sua vida lembra-nos os cristãos do Cristianismo nascente que, sem serem profissionais, dedicavam todos os seus momentos de lazer em favor da felicidade do próximo. Falsos doutores, do alto da cátedra da arrogância, como se viu no programa “Tribuna de Debates” da TVE, Juiz de Fora, de 18 de dezembro de 2002, sem poderem atacá-lo com fatos, procuram atribuir sua obra a alucinações, ao inconsciente, como se ele fosse um alucinado. O inconsciente, segundo esses senhores, é tão poderoso que produziu mais de 400 obras, que incluem literatura, em verso e prosa, exegese evangélica, Ciência, Filosofia, dentre outros assuntos.
 
Por que será que o Espiritismo incomoda tanto? Será que é porque esclareceu os “mistérios” da vida e da morte, até então decifráveis apenas pelos teólogos? Será porque apresentou provas concludentes (para aqueles que têm “olhos de ver e ouvidos de ouvir”) da imortalidade dos Espíritos? Imortalidade essa baseada na identificação feita à saciedade por aqueles que não se rendem ao negativismo a priori. Os que a negam, apenas apresentam teorias. Teorias baseadas em opiniões de teólogos e parapsicólogos de geração espontânea, que mais se aproximam do materialismo do que do espiritualismo. Complicam o assunto de tal forma, que o Espírito, segundo eles é algo inacessível à inteligência comum. Só aos doutos e sábios é lícito perquirir sobre o assunto. E falam em nome de uma religião que prega a imortalidade da alma!
 
Por que será que o Espiritismo incomoda tanto? Será que é porque segue à risca o “daí de graça o que de graça recebestes”? Os espíritas não promovem pregações nem espetáculos que objetivem atacar outras religiões. Mas, segundo o Padre Juarez, ele promove essa campanha para livrar pessoas de psicopatologias originadas pelo Espiritismo. Será que ele, nos seus estudos “científicos” e “teológicos”, já fez alguma pesquisa em hospitais psiquiátricos a fim de levantar estatísticas, procurando saber a origem religiosa e as causas que levaram os pacientes àquela situação? Quantos hospitais espíritas, dedicados à cura de males da alma existem? Quantos de outras religiões? Se o referido sacerdote se entregasse ao trabalho evangélico, simples e humilde como pregou e exemplificou Nosso Senhor Jesus Cristo, não estaria servindo melhor a religião que o mantém?
 
Portador de séria psicopatologia parece-nos o citado sacerdote, pois na ânsia doentia de combater o Espiritismo, perde os limites da finura e da humildade que devem ser observados por aqueles que falam em nome de uma religião. Pregador religioso, principalmente cristão, não pode ser arrogante, pois a criatura mais humilde, simples e respeitosa que o mundo conheceu foi exatamente Aquele em cujo nome o ilustre doutor em teologia disse falar.
 
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:35
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Terça-feira, 26 De Janeiro,2010

RESPOSTAS AOS DETRATORES INCOMODADOS

 

Pretendo não responder a debates, questionamento que não tem substancia, o meu único caminho é divulgar a Doutrina Espírita, quem se sentir incomodado, me perdoe, não leia, meus artigos nos meus blogs.
 
A DOUTRINA ESPÍRITA vem-nos abrir os olhos e ouvidos, porque fala-nos tudo clara e logicamente.
Levanta-nos o véu que há sobre certos mistérios.
Consola a todos aqueles que sofrem, dando-lhes uma causa justa em relação aquilo que estão passando no momento.
Se Jesus não falou tudo que teria para dizer, é que acreditava dever deixar certas verdades na sombra até que os homens estivessem prontos para compreendê-las.
Isto fica-nos claro, na seguinte passagem bíblica, a qual se encontra logo a seguir, e que está no Evangelho de João:
“Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora”. (Jo 16,12).
 
Todos os dias as pessoas se indagam acerca da crise existencial
chamada morte, doença, guerra, lutas, provações, enfim a
miserabilidade do homem.
A Doutrina dos Espíritos, nesta linguagem franca, aberta,
trabalha as questões tidas, havidas, sofridas e existenciadas
pelo homem.
É a que tem as respostas para os questionamentos humanos.
E  talvez você já tenha feito perguntas como estas:
De onde eu vim ao nascer?
Para onde irei depois da morte?
O que há depois dela?
Por que uns sofrem mais do que os outros?
Por que uns tem determinada aptidão e outros não?
Por que alguns nascem ricos e outros pobres?
Alguns cegos, aleijados, débeis mentais, enquanto outros nascem inteligentes e saudáveis?
Por que Deus permite tamanha desigualdade entre seus filhos?
Por que uns, que são maus, sofrem menos que os outros que são bons?
 
Fraternalmente
Sérgio Ribeiro
Rio de Janeiro/Brasil
 
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 15:25
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O ARREBATAMENTO DE ELIAS

 

Quando se diz que Elias foi arrebatado o que querem dizer? Baseado numa passagem bíblica, que veremos mais à frente, dizem que Elias foi levado por Deus ao Céu de corpo e alma, ou seja, pensam que na verdade Elias não morreu (???).

Se Elias não morreu, ficamos em dúvida por querer saber o porquê desse privilégio, pois se até mesmo Jesus, o Cristo, que era muito superior a Elias, morreu pregado numa cruz.

Por outro lado, ficamos, também, sem entender o que Elias faria com o corpo físico no mundo espiritual. Seria o mesmo que mandarmos alguém viver debaixo d’água do jeito que ele vive aqui na superfície, sem lhe dar nenhum equipamento apropriado àquele lugar. A coisa não lhe parece absurda? Entretanto é o que esperam em relação a Elias, ou seja, que ele vá viver numa outra dimensão, totalmente diferente daquela que é adequada somente à matéria, como se nessa dimensão fosse necessário o corpo físico para se viver a vida do espírito.

Também não encontramos nenhum respaldo para esse absurdo no que Jesus deixou como legado à humanidade através das narrativas dos evangelistas. Muito ao contrário, entendemos que afirma justamente o oposto. Vejamos, no entender de Jesus, o que consta no evangelho segundo João: “O espírito é o que dá a vida. A carne não serve para nada”. (6, 63). Perguntamos: se a carne não serve para nada, para que ela serviria depois da morte? Se, pelas palavras de Jesus, “Deus é Espírito” (Jo 4, 24) ficaremos novamente com um outro absurdo, qual seja: na dimensão espiritual nós seremos ainda matéria enquanto que o próprio Criador é um ser espiritual. Acrescentamos mais ainda; Jesus, pouco antes de expirar, disse: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23, 46). Por que ele não entregou o corpo? É por pura coerência, já que antes havia dito que a carne de nada serve, não é mesmo?

Não se pode alegar ignorância dessa realidade, pois até mesmo no Antigo Testamento encontramos a indiscutível separação entre o corpo e espírito, vejamos: “O pó volte à terra, onde estava, e o espírito volte para Deus, seu autor” (Ecl 12, 7).

E, Paulo de Tarso, se dirigindo aos coríntios, arremata categórico: “Mas isto vos digo, irmãos: a carne e o sangue não podem possuir o Reino de Deus, nem a corrupção herdará a incorrupção” (1 Cor 15, 50). Não está afirmando, com outras palavras, que é o espírito que vai herdar o reino de Deus? Afirmou um pouco antes: “Pois, se há um corpo animal, há também um corpo espiritual” (v. 44), quando explicava aos coríntios qual era o corpo da ressurreição.

Vamos, agora, ver a passagem em que é citado arrebatamento de Elias, que está narrado em 2 Reis 2, 11: “Ora, enquanto seguiam pela estrada conversando, de repente apareceu um carro de fogo com cavalos também de fogo, separando-os um do outro, e Elias subiu para o céu no turbilhão”. Depois disso procuraram Elias por todos os lugares e não o encontraram. Interessante colocarmos as explicações dos tradutores da Bíblia de Jerusalém a cerca disto: “A busca infrutífera certifica apenas que Elias não é mais deste mundo; seu destino é mistério que Eliseu não quer desvendar. O texto não diz que Elias não morreu, mas facilmente se pôde chegar a essa conclusão”. Só que esse facilmente parece não ser tão fácil assim, pois ainda existem muitas pessoas que acreditam que Elias não morreu, foi de corpo e alma para o céu. Verdade que esses fanáticos religiosos aceitam com base numa fé cega, apesar de absurda.

Pelos acontecimentos anteriores a esse arrebatamento, lemos que Eliseu, discípulo de Elias, pressentindo o final do seu mestre, lhe faz um pedido: “Eu gostaria de receber uma porção dupla de teu espírito” (v. 9). Ao que lhe respondeu Elias: “Fizeste um pedido difícil. Mas se me vires ao ser arrebatado do teu lado, terás o que pediste; se não me vire, não o terás” (v 10). O que será que aconteceu? Não deixaremos para o próximo capítulo, caro leitor, pois não o queremos ver “morrendo” de curiosidade. Bom, a única coisa que sobrou de Elias, após o tal arrebatamento, foi o seu manto. Eliseu pega esse manto e bate com ele na água do rio Jordão. Isso fez com que a água se dividisse em duas partes, fato que os outros profetas da comunidade viram. Diante desse extraordinário fenômeno, e como Elias já tinha também feito isso, disseram: “O espírito de Elias repousou sobre Eliseu” (v.15). O que numa linguagem popular ficaria assim: “O espírito de Elias baixou em Eliseu”. Nós diremos que de fato Elias morreu, pois fica comprovado que do plano espiritual influência Eliseu.

Na narrativa bíblica sobre o arrebatamento se afirma que Elias foi levado num turbilhão (ou redemoinho, segundo algumas traduções). Será que o acontecido não teria sido um fenômeno de ordem natural produzido pela natureza como um tufão, um ciclone ou um tornado? Não sabemos que nesses fenômenos são tragados objetos de peso considerável? Seria este o caso de Elias? Sinceramente, ficamos inclinados a aceitar essa hipótese, pois se não foi assim, teremos que aceitar que Elias foi levado pelo demônio! Como? Veja a narrativa não diz que apareceu um carro de fogo com cavalos de fogo? Ora, não se afirma que todas as coisas do demônio são de fogo? Assim, podemos pressupor que ele, em pessoa, veio, em seu exuberante veículo de transporte, buscar Elias, deu uma voltinha com ele no céu (o azul) e o levou diretamente para a fornalha ardente do inferno. (Cruz!!!).

Será que alguém conseguirá provar o contrário? Provar não, mas acreditar numa outra hipótese sim. Os aficionados em disco voador, por exemplo, poderão dizer que Elias foi abduzido por um OVNI, também aqui ninguém poderá provar o contrário.

Fica aí para sua reflexão, caro leitor, o episódio do arrebatamento de Elias que sempre é utilizado para negar que João Batista seja Elias reencarnado. Negam o que Jesus disse: “E se quiserdes aceitá-lo, ele (João Batista) é o Elias, que há de vir”. Como sabia que a incredulidade vigoraria, completa: “Quem tem ouvidos ouça”. (Mt 11, 14-15). Parafraseando Jesus, diremos: Quem tem capacidade de entender, entenda. Mas, se isso ainda for difícil a você, podemos acrescentar algo, que lhe ajudará a dissipar de uma vez por todas a sua dúvida, e aqui estamos falando somente para os não fanatizados, o que Jesus disse: “Ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu: o Filho do homem”. (João 3, 13).

 

Bibliografia

  • Bíblia Sagrada, Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 8ª edição, 1989.
  • Bíblia de Jerusalém, Paulus, São Paulo, SP, 1ª edição, 2002.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:24
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Segunda-feira, 25 De Janeiro,2010

MOISÉS - O PRIMEIRO INQUISIDOR

Sempre quando ouvimos falar em inquisição, lembramo-nos da criada pelo Concílio de Verona, em 1183, pela qual se iniciaram os vergonhosos atos praticados pelos católicos contra os que não comungavam a sua crença, e que se tornou prática comum contra os hereges. Aliás, ainda têm o disparate de dizer “Santa Inquisição”, embora, com os requintados métodos de tortura usados pelos “homens de Deus”, certamente, causaria inveja até ao próprio “satanás”. Mas, muito antes disso, um homem tido como profeta de Javé já havia instituído o “ou crê ou morre”, como forma de impor suas idéias a um povo. Obviamente, como todos que agem assim, sempre dizem que, com tais práticas, estão agindo em nome da divindade.

         Quem possui um espírito investigativo, livre de preconceitos e dogmas, perceberá que, baseando-se em registros históricos, o primeiro inquisidor foi Moisés, embora isso possa parecer estranho; mas é a mais pura verdade, mesmo que ele não tenha usado os “recursos” da inquisição, iniciada no século XII e que se estendeu até ao século XVIII.
         A primeira vez que Moisés usou métodos ortodoxos contra seu povo para lhe impor suas “verdades” foi quando, após demorar quarenta dias e quarenta noites no Monte Sinai, o povo hebreu resolveu construir um bezerro de ouro (Ex 32,1-6). Para quem dizia acreditar num Deus único, houve uma mudança de idéia muito rapidamente. Mas o que se percebe desse episódio é que houve um retorno às práticas religiosas utilizadas no Egito, quando adoravam o deus Ápis, que era representado por um touro. O que fez Moisés diante dessa atitude? Manda triturar e moer tal bezerro de ouro, cujo pó coloca na água, obrigando o povo a beber dela (Ex 32,20). Depois disso, dizendo-se porta-voz de Javé (Ex 32,27), manda matar três mil homens (Ex 32,28), esquecendo-se de que, debaixo dos seus braços, ainda trazia as tábuas com o Decálogo, no qual havia o não matarás”.
         Interessante é que, quando da instituição de suas leis, “os Dez Mandamentos”, Deus não estabeleceu nenhuma pena de morte para quem não os praticassem; apenas abençoava ou amaldiçoava os que, respectivamente, os seguissem ou não (Lv 26,3-13; 14-45; Dt 11,26-28). As maldições eram castigos relacionados às coisas ruins que aconteceriam em relação aos atos de sua vida cotidiana. Não sendo tão rigoroso quanto dizem, recomendou práticas religiosas - sacrifícios de animais imolados em holocausto -, para os que viessem a descumpri-los, especificando aquelas que deveriam ser feitas pelo sacerdote, pela comunidade, pelo chefe, pelo homem comum, demonstrando os níveis de responsabilidade de cada um desses infratores. (Lv 4,1; 3-4; 13-15; 22-24; 27-29).
         Ora, o que é para nós um fato indiscutível é que Deus não muda de opinião (Ml 3,6); assim, qualquer atitude neste sentido, só poderá vir dos homens que atribuíram a Ele coisas que, na verdade, são suas. Portanto, se Ele havia instituído o não matarás”, jamais poderá mudar de atitude. Diante disso, então, poderemos ver que Moisés foi o primeiro inquisidor, ao impor a ferro e fogo suas verdades, usando um método convincente de persuasão: a pena de morte. Em sua legislação passou a vigorar tal pena máxima, para os seguintes atos: para quem ferisse uma pessoa e lhe causasse a morte (Ex 21,12; Lv 24,17), para quem ferisse o seu pai ou a sua mãe (Ex 21,15) ou quem os amaldiçoassem (Ex 21,17, Lv 20,9), para o seqüestrador (Ex 21,16), para os que trabalhassem no sábado (Ex 31,15; 35,2), para os adúlteros (Lv 20,10), para quem blasfemasse contra o nome de Javé (Lv 24,16) e para quem oferecesse sacrifícios a outros deuses (Ex 22,19 combinado com Lv 27,29).
         Mesmo diante dessas evidentes atitudes pessoais por parte de Moisés, ainda há indivíduos que atribuem tudo isso como se fosse de Deus. O que será que acontece? Será que abdicaram de sua capacidade de raciocinar? Não percebem que, por conta dessa maneira de pensar, acabam por amesquinhar a Deus? Até quando iremos ver pessoas assim?... Só mesmo apelando para Jesus que certamente diria: Pai, perdoa-lhes; porquenão sabem o que fazem” (Lc 23,34).
 
 
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:51
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Domingo, 24 De Janeiro,2010

A ÁRVORE DO TEMPO

Quando o Anjo da Morte cumpriu suas atribuições junto aos primeiros homens que habitavam a Terra, houve grande revolta entre os que eram separados da vestimenta material. O generoso missionário sentiu-se crivado de observações ingratas. No íntimo, as almas guardavam a certeza, relativamente às finalidades gloriosas de seus destinos. Todas haviam sido chamadas à existência para se elevarem ao Trono de Deus; entretanto, nenhuma se conformava com a própria situação.

Debalde o sábio mensageiro procurava lembrar o objetivo divino e esclarecer a excelência de sua cooperação. Os homens, porém, cobriam-no de impropérios, alegando os trabalhos incompletos que haviam deixado sobre a face do mundo. Uns recordavam as famílias ameaçadas sem a sua presença, outros comentavam as nobres intenções com que se atiravam na Terra aos serviços da evolução. E as lágrimas se confundiam com os gritos de desespero irremediável.

Acabrunhado pelos acontecimentos, o solícito missionário, como quem começa um serviço sem o conhecimento de toda a sua complexidade e extensão, suplicou ao Senhor o socorro de seu auxilio divino, de modo a fazer face à situação.

Foi por esse motivo que o Salvador veio ao encontro da grande fileira de Espíritos infortunados, acercando-se de suas amarguras com a inesgotável generosidade e sabedoria de sempre.

- Ah! Senhor - exclamou um dos infelizes - O Anjo da Morte nos reduziu à miserável condição de escravos sem esperanças. Sabemos que a nossa marcha se dirige ao Altíssimo; entretanto, fomos subtraídos ao laborioso esforço de preparação na Terra...

- Existem, porém, outros planos à espera de vossas atividades - esclareceu o interpelado com bondade carinhosa. - O planeta terrestre não é o único santuário consagrado à vida. Além disso, o mensageiro da morte não é um tirano e sim um benfeitor que personifica a grande lei de renovação.

A essas palavras, todavia, a pequena turba avançou a reclamar lamentosamente, invocando as razões que a vinculavam ao mundo terreno.

- Jamais me poderei separar dos filhos idolatrados - dizia um velhinho de semblante inquieto - não desejo marchar sem a afetuosa companhia deles! Não me submetais ao sacrifício insuportável da separação!

- Meu esposo - bradava uma pobre mulher - clama por mim, dia e noite!... Meu estado de inquietação é angustioso!... Não creio que possa ser feliz, nem mesmo nas claridades do Paraíso!...

- E minha fazenda? - Ponderava ainda outro, em tom de súplica. - Não permitais que meus trabalhos sejam interrompidos... Assim procedo, Senhor, em obediência ao dever de velar pelos patrimônios que me conferistes!...

- Nunca julguei - comentava um jovem, desesperadamente - que o Anjo da Morte me roubasse o sonho do noivado, quase no instante de minha desejada ventura... Nada mais conservo em meus olhos, senão o derradeiro quadro de minha companheira a chorar... Não haverá compaixão no céu para uma aspiração justa e santa da Terra?...

Nesse instante, o Senhor entrou em grande meditação, mostrando triste o semblante. A pequena multidão continuou revelando o grau de seu desespero em rogativas dolorosas. Dando a entender pelo seu silêncio a importância e a complexidade das aquisições que os Espíritos da Terra necessitavam realizar, prosseguiu por largo tempo em serenas reflexões e, quando se aquietou o ânimo geral, em forte expectativa, tomou a palavra na assembléia e falou solenemente:

- Conheço a extensão das vossas necessidades, mas não disponho de tempo para velar pessoalmente pela solução dos vossos problemas particulares, mesmo porque não sois os meus únicos tutelados. Se pretendesse convencer-vos pela palavra, não sairíamos, talvez, dos círculos escuros da contendas e, se desejasse acompanhar-vos, individualmente, nas experiências indispensáveis, teria de me acorrentar aos fluidos da Terra por milênios, descurando de outros deveres sagrados confiados ao meu coração por Nosso Pai! Estarei convosco, por todos os séculos, ligado perenemente ao vosso amor, mas não posso estacionar à maneira de um homem. Tenho de agir e trabalhar por todos, sem o capricho de amar somente a alguns.

A presente situação, porém, será remediada. Dar-vos-ei, doravante, a árvore bendita do tempo.

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:36
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Sexta-feira, 22 De Janeiro,2010

NECESSIDADE DA DOR

O sofrimento, é como um processo de limpeza psíquica, e ainda se torna necessário por muito tempo, no tipo de planeta que habitamos. O espírito encarnado é entidade que exige a dor como elemento de apressamento para a Luz! Muito cedo ele se submete ao exercício gradativo de condicionamento à dor, a fim de mais tarde poder enfrentar com êxito o sofrimento cruciante, que é mais comum na fase adulta da expurgação tóxica procedida do perispírito.

A infância do corpo físico, na terra, também é de expurgação dos fluidos perniciosos da alma, quando esta enfrenta as moléstias tradicionais como o sarampo, a varicela, a coqueluche, a caxumba, a furunculose, fenômeno da dentição, etc.

Na verdade, embora muitos possam descrer, tais situações aflitivas tornam-se verdadeiro treinamento que experimenta e gradua a preliminar do descenso mais vigoroso das toxinas psíquicas , prenunciando maiores sofrimentos no futuro; é bem a fase preparatória, que adestra e habilita o espírito para os padecimentos porvindouros; no entanto, infelizmente, as criaturas enquanto expurgam certa dose maléfica de sua carga psíquica, praticam. novos desatinos na vida atual, do que sempre lhes resulta novo acúmulo deletério, que conduzem para a encarnação seguinte, prosseguindo-se o circulo vicioso...

Não convém encarar de modo dogmático as diversas manifestações do sofrimento nas criaturas, pois ele se exerce mais por força de necessidade espiritual do ser, e independente de idade ou qualquer outra imposição pessoal. As moléstias características da infância, e que podem também atacar os adultos, são verdadeiros ensaios que preparam o espírito para a sua maioridade terrena.

A dor, que varia de espírito para espírito, não é específica de certa idade ou época, mas se manifesta de conformidade com as causas íntima de cada criatura, independentemente de raça, cor, credo, temperamento, sexo ou idade. Os germes causadores das enfermidades humanas só proliferam perigosamente quando no organismo do homem se estabelece o terreno eletivo para a eclosão da enfermidade. O êxito microbiano depende fundamentalmente da condição mórbida ou "miasmática", que o próprio espírito cria no corpo devido à sua desarmonia psíquica.

É o miasma da mente doente que atrai os germes patogênicos e os alimenta, fazendo-os acumular-se em certos órgãos ou sistemas do corpo físico. Os microrganismos, na realidade, são os elos intermediários que constituem em pontes virulentas e ajudam os espíritos a despejar na carne torturada os seus venenos psíquicos, de cuja ação e presença estão se identifica um tipo de moléstia característica e devidamente classificada na terminologia médica.

Geralmente a enfermidade, que depois é assinalada pelo médico, quase sempre vem eclodindo insidiosamente durante anos e até séculos nas encarnações do espírito. Pouco importa, pois, que se assegure um diagnóstico e se detalhe com minúcias o curso evolutivo da doença, ou que o conhecimento acadêmico saiba que a coqueluche é afecção produzida pelo germe de Pertussis, o sarampo uma doença exantemática e cutânea, a escarlatina fruto do estreptococo, a meningite do meningococo, a difteria do bacilo de Klebs, a tuberculose oriunda do bacilo de Koch ou que a caxumba é morbo proveniente de estranho vírus.

Sem dúvida, tais explicações técnicas e médicas ajudam muito o facultativo a restringir a moléstia e a evitar os perigos do contágio, combatendo os tipos de germes atraídos pelo terreno subvertido e reforçando a defesa orgânica, todavia, nada disso impede ou soluciona a verdadeira causa mórbida psíquica, que nutre o corpo enfermo e alimenta o micróbio invasor. A harmonia psíquica é a saúde do corpo físico; Não consta em nenhum escrito que Jesus houvesse sido perturbado em sua infância por doenças que a medicina classifica em suas tabelas patogênicas. Também não se sabe que Francisco de Assis houvesse desencarnado vítima de qualquer moléstia adquirida pelo contágio entre os infelizes que ele atendia cotidianamente, pois é indubitável que esses espíritos sublimes não produziam o terreno eletivo e favorável para a nutrição patogênica!

Aqueles que sobrecarregam o perispírito com tóxicos lesivos ao corpo carnal, quando se encarnam tanto podem faze-los eclodir no berço de nascimento físico, como durante a sua infância, na fase adulta, ou na velhice. Assim como as flores e as plantas só brotam e repontam em épocas apropriadas, obedecendo aos ciclos lunares e às estações peculiares do ano; os germes também proliferam no organismo de acordo com certas condições e leis. Desde que eles encontrem fluídos mórbidos que se possam nutrir, então se reproduzem com facilidade. Conforme seja esse fluido enfermiço ou tipo de miasma, tanto pode-se plasmar a coqueluche, a escarlatina, o sarampo, a varicela, o câncer ou a tuberculose.

Não é a classificação acadêmica, nem o tipo de germe isolado com êxito, o que realmente se responsabiliza pela natureza essencial da doença, mas é o espírito enfermo, repetimos: que é pela descarga psíquica deletéria que produz as condições favoráveis para a eclosão da moléstia.

Na história da humanidade, através do tempo, rola a triste melopéia dos sofrimentos humanos; o lamento dos enfermos sobe com uma intensidade dilacerante; a dor segue todos os nossos passos; espreita-nos em todas as voltas do caminho. E, diante desta esfinge que o fita com seu olhar estranho, o homem faz a eterna pergunta:

Por que existe a dor?

A dor é uma lei de equilíbrio e educação. Sem dúvida, as faltas do passado recaem sobre nós com todo o seu peso e determinam as condições do nosso destino. O sofrimento é, muitas vezes, a repercussão das violações das leis cometidas.

A dor física produz sensações; o sofrimento moral produz sentimentos. Mas, no íntimo, sensação e sentimento confundem-se e são uma só e a mesma coisa. O prazer e a dor estão, pois, muito menos nas coisas externas do que em nós mesmos; incumbe, pois a cada um de nós, regulando suas sensações, disciplinar seus sentimentos, dominar umas e outras e limitar-lhes os efeitos. Epicteto dizia: "As coisas são apenas o que imaginamos que são". Assim, pela vontade podemos domar, vencer a dor ou, pelo menos, faze-la redundar em nosso proveito, fazer dela meio de elevação...

É muito difícil as vezes entender que o sofrimento é bom. Cada qual quer refazer e embelezar a vida à sua vontade, adorna-la com todos os deleites, sem pensar que não há bem sem dor, ascensão sem suores e esforços. A tendência geral consiste em fecharmo-nos no estreito circulo do individualismo, do cada um por si; por esta forma, o homem abate-se, reduz a estreitos limites tudo quanto nele é grande, quanto está destinado a desenvolver-se, a estender-se, a dilatar-se, a desferir vôo; o pensamento, a consciência, numa palavra, toda a sua alma.

Os gozos, os prazeres e a ociosidade estéril não fazem mais do que apertar esses limites, acanhar nossa vida e nosso coração. Para quebrar esse círculo, para que todas as virtudes ocultas se expandem à luz, é necessária a dor. As provações fazem jorrar em nós as fontes de uma vida desconhecida e mais bela. A tristeza e o sofrimento fazem-nos ver, ouvir, sentir mil coisas delicadas ou fortes, que o homem feliz ou o homem vulgar não podem perceber. Obscurece-se o mundo material; desenha-se outro, vagamente a princípio, mas que cada vez se tornará mais distinto, `a medida que as nossas vistas se desprenderem das coisas inferiores .

A dor não fere somente os culpados. Em nosso mundo, o homem honrado sofre tanto como o mau, o que é explicável. Em primeiro lugar, o espírito virtuoso é mais sensível por ser mais adiantado o seu grau de evolução; depois, estima muitas vezes e procura a dor, por lhe conhecer todo o valor. Há desses espíritos que só vêm a este mundo para dar o exemplo da grandeza no sofrimento; são, os missionários e sua missão não é menos bela e comovedora que dos grandes reveladores. Encontram-se em todos os tempos e ocupam os planos da vida.

Admiramos Jesus, Sócrates, Antígono, Joana d’Arc e muitos outros; todavia, quantas vítimas obscuras do dever ou do amor caem todos os dias e ficam sepultadas no silêncio e no esquecimento ! Entretanto, não são perdidos seus exemplos; eles iluminam toda a vida dos poucos homens que os presenciaram.

Para que uma vida seja completa e fecunda, não é necessário que nela superabundem os grandes atos de sacrifício, nem que a remate uma morte que a sagre aos olhos de todos. Tal existência, aparentemente apagada e triste, indistinta e despercebida, é , na realidade, um esforço continuo, uma luta de todos os instantes contra a desgraça e o sofrimento. Não somos juizes de tudo o se que passa no fundo das almas; muitas, por pudor, escondem chagas dolorosas, males cruéis, que as tornariam tão interessantes aos nossos olhos como os mártires mais célebres. Seus triunfos ficam ignorados, mas todos os tesouros de energia, de paixão generosa de cada dia, construir-lhes-ão um capital de força, de beleza moral que pode, no além, faze-las iguais às mais nobres figuras da História.

A dor física é, em geral um aviso da natureza, que procura preservar-nos do excessos. Sem ela, abusaríamos de nossos órgãos até ao ponto de os destruirmos antes do tempo. É falso dizer-se que a saúde é um bem e a doença é um mal. As almas fracas, a doença ensina a paciência, a sabedoria, o governo de si mesmas. Às almas fortes pode-se oferecer compensações de ideal, deixando ao espírito o livre vôo de suas aspirações até ao ponto de esquecer os sofrimentos físicos.

 

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 20:20
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SE JESUS FOSSE ESPÍRITA???

 

 

Recebemos, via e-mail, um texto intitulado "Se Jesus fosse espírita!", com doze proposições para um questionamento sugerido pelo seu autor.

Iremos fazer algumas considerações sobre elas, para que fique claro que, quase todos os que buscam combater o Espiritismo, nada sabem sobre ele, e mais, não conseguem ter uma visão abrangente dos ensinamentos de Jesus, aceitando tudo que consta da Bíblia, como sendo a mais pura verdade, sob o argumento de ser ela totalmente de "inspiração divina".

Nunca os vemos analisar a Bíblia sem uma forte dose de fanatismo, que, somado a um sectarismo religioso, procuram buscar passagens isoladas para justificar os seus pensamentos, esquecendo-se de que, se a Bíblia for totalmente de inspiração divina, nela não poderá haver erro algum, sob pena de colocarmos Deus como falível ou incoerente.

Como os fariseus de outrora, querem sempre se apresentar como seguidores de Jesus. Entretanto, desafiamos a quem quer que seja a nos mostrar uma prova bíblica sequer, em que Ele tenha combatido qualquer pensamento religioso de sua época. Muito ao contrário, sempre demonstrou um respeito muito grande para com todos. Veja que, mesmo diante de uma adúltera, não pronunciou nenhum julgamento, indo até mesmo contra os preceitos religiosos vigentes, já que a legislação mosaica ordenava que se apedrejasse aquela mulher até a morte.

E hoje, estamos às voltas com os fariseus modernos que, como os de outrora, querem que se cumpra a Lei Mosaica, alegando "estar escrito".

Vamos, agora, analisar os questionamentos:

 

1 - Em João 9, quando perguntado acerca de por que o homem nascera cego, ele teria respondido "ele está pagando pecados de vidas passadas".

Se as deformidades e doenças de nascença não forem por causa dos "pecados" de vidas passadas, por qual motivo, dentro de um senso de justiça, as pessoas nascem deformadas ou doentes? Qual a explicação lógica e racional para isso? Se "a cada um segundo as suas obras" é a base da justiça divina, onde estavam as obras destes deserdados, já que nasceram assim? Pecado original não serve como resposta, pois a única coisa que ele poderia é ser, apenas, "muito original". A responsabilidade dos atos é de quem os pratica, ou seja, ela é totalmente individual.

Narra João (5,1-18) um interessante episódio acontecido com Jesus. Diz ele que junto à porta das ovelhas, chamado em Hebraico Betesda, existia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos. Entre eles havia um homem que estava enfermo há trinta e oito anos e que foi curado pela ação de Jesus. Posteriormente, Jesus o encontra no templo e lhe disse: "Olha que já estás curado, não peques mais, para que não te suceda cousa pior".

A afirmativa de Jesus não deixa nenhuma sombra de dúvida que a causa da doença daquele homem foi conseqüência de seus "pecados". Mesmo que, pelo texto, não dê para saber se este homem era enfermo de nascença ou não, isso pouco importa, já que é irrelevante, pois, em qualquer circunstância, todos nós estamos sujeitos à lei de causa e efeito, ou vulgarmente chamada de carma.

Mas, voltando ao caso do cego de nascença, analisemos a pergunta feita a Jesus: "Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?" Ora, por lógica só podemos admitir uma pergunta desta para quem acredita que os erros do passado podem influir no presente, e, no caso em questão, como ele nasceu cego, os seus erros foram cometidos antes do seu nascimento, ou seja, numa vida anterior. Se essa idéia estivesse errada Jesus teria dito primeiramente que: Não existe nenhum pecado antes do nascimento, isso é fantasia, pois nós temos uma só vida.

Bom, agora vejamos a resposta de Jesus à pergunta: "Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus". O que quer dizer, no caso deste cego, que a deficiência não foi por causa de pecado anterior, mas para que Ele, Jesus, o curasse, ou seja, manifestassem nele as obras de Deus. Quem quiser compreender a missão desse cego, terá que ler os acontecimentos subseqüentes à cura, narrados nos versículos 13 a 41, onde vemos os fariseus (sempre eles, não importa a época) confrontar com aquele ex-cego sobre quem lhe tinha feito a cura, principalmente por ela ter sido feita num sábado.

 

2 - Ao invés de curar os leprosos, cegos, surdos e coxos, diria que é o "karma" que eles têm que levar.

A missão de Jesus era trazer a mensagem de Deus aos homens E não tinha como objetivo a cura de ninguém, nem de leprosos, cegos, surdos e coxos, até mesmo porque não curou a todos, mas houve a necessidade de produzir alguns fenômenos, cujo objetivo era despertar no povo o interesse para a mensagem que trazia. Vejam que, mesmo apesar de fazer alguns prodígios, muitos ainda não acreditaram nele. E já pensaram se não fizesse nada?

 

3 - Ao invés de dizer "vinde a mim os cansados e oprimidos e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo que é suave...", ele teria dito "aguentai com paciência o vosso karma".

Quem realmente segue a Jesus, se conforma diante de seu exemplo, pois, apesar, de sofrer sem merecer, Ele se resignou diante da vontade do Pai, cumprindo tudo o que se havia predito sobre Ele.

Entretanto, Jesus não disse tudo claramente, até mesmo se justificou: "Por isso lhes falo por parábolas; porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem entendem" (Mt 13, 13). É o que realmente acontece com todos os fanáticos religiosos, que ouvem mas não entendem nada.

Por outro lado, citamos o que Jesus disse em outra oportunidade: "Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora;" (Jo 16, 12). Significando que Ele não disse tudo que deveria dizer, pois não tinham evolução espiritual para entender.

 

4 - A história do rico e Lázaro teria sido diferente. Abraão (talvez nem fosse Abraão, uma vez que este estaria provavelmente reencarnado) teria dito ao rico para esperar um pouquinho que ele teria outra chance.

Não adianta ficar pegando tudo ao pé da letra, lembrem-se de que Paulo, há muito tempo atrás, já nos recomendava: ...porque a letra mata, mas o espírito vivifica (2 Cor 3, 6). Esta passagem citada é uma parábola, não há como tomá-la no sentido literal, caso contrário, teremos que admitir que Abraão é Deus, pois Lázaro foi, depois de morto, para o seio dele. Também, teremos que aceitar que todos os ricos irão para o "inferno" e todos os pobres, ou pelo menos os cobertos de chagas e lambidos pelos cães, irão para o "céu". Entretanto, podemos concluir, com certeza, que todos nós seremos punidos ou recompensados pelas ações que praticarmos (a cada um segundo as suas obras).

Quanto ao termo "inferno" este, se refere a um lugar no interior da Terra, para onde supunham que iriam os mortos. Essa idéia estava associada à sepultura. E pensavam que, quem iria para lá, não sairia jamais. Como não analisam o significado da palavra à época das ocorrências bíblicas, interpretam erradamente várias passagens. A idéia de um inferno eterno, por exemplo, não é mais aceita hoje, a não ser como sendo um período longo, mas que tem fim.

Todavia, certos líderes religiosos ainda a mantêm, com o objetivo de aprisionarem as pessoas mais simples, pois é mais conveniente a eles que elas fiquem amedrontadas, e sejam, assim, mais facilmente manobradas por eles, em defesa de seus interesses - entre eles os polpudos dízimos -, à moda do que fazia a Igreja no passado, embora esta tenha tido uma certa razão, pois a mentalidade das pessoas no passado era mais atrasada, o que a levava a agir erradamente de boa fé. Em outras palavras, conhecia-se menos de Bíblia no passado do que se conhece hoje.

Vejam a passagem:

"Bendito seja o SENHOR, Deus de Israel, de eternidade a eternidade, e todo o povo diga: Amém"

5 - Teria dito a Nicodemos "isto mesmo, você terá que voltar ao ventre materno, mas em outra vida pela reencarnação".

A resposta de Nicodemos a Jesus: "Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?", é o perfeito entendimento de Nicodemos sobre a afirmação de Jesus da necessidade de nascer de novo, ou seja, entendeu muito bem que seria nascer fisicamente de novo. Entretanto, só não sabia como isso ocorreria. Se não fosse o nascer de novo (ou seja, reencarnar) ele teria dito: não é disso que estou falando, mas ao contrário, reafirma o fato acrescentando: "Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo". Para completar o raciocínio sobre a questão da reencarnação, juntaremos a resposta dada por Jesus aos seus discípulos sobre a pessoa de João Batista: "E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é o Elias que estava para vir. Quem tem ouvidos (para ouvir) ouça" (Mt 11, 13-14). Como se vê, Jesus afirma categoricamente que João Batista é mesmo o espírito Elias nele reencarnado.

 

6 - A transfiguração teria sido com Moisés e João Batista (reencarnação de Elias), e não com Moisés e o próprio Elias

Para que se possa compreender a manifestação do Espírito Elias, é necessário que se tenha estudado o Espiritismo com profundidade, não como acontece com a maioria dos que querem nos combater, pois só lêem, nunca estudam. Assim, sabemos que possuímos um outro corpo de matéria quintessenciada chamado perispírito, identificado pelo apóstolo Paulo como o corpo espiritual. É através dele que um espírito se manifesta. Entretanto, o que não sabem nossos opositores é que ele é maleável, podendo tomar a forma que o espírito queira, desde que, para isso, tenha conhecimento ou evolução para o fazer. Em vista disso, podemos manifestar com qualquer um dos corpos que tivemos em outras vidas.

O que muitos ainda não entendem é que o nosso corpo, após a morte, é espiritual e não material, embora possa ter a forma deste.

E, por que a maioria dos espíritos se manifesta geralmente no último corpo, perguntamos? É justamente por não ter conhecimento de como funcionam as leis do plano espiritual, e como sua mente está impregnada da imagem de seu último corpo, inexoravelmente o perispírito tomará a forma dele. Mas esse não foi o caso do espírito João Batista, que era já de alto nível, e pôde, pois, assim, assumir, com seu perispírito, a aparência do seu corpo anterior, ou seja, o de Elias. E assim aconteceu, porque o episódio envolveu um encontro entre personalidades do Velho Testamento, representando a Lei Antiga, com as do Novo Testamento, representando a Nova Lei: Jesus, Tiago, Pedro e João. E merece destaque o fato de Jesus ter-se comunicado com espíritos de mortos, quebrando a Lei de Moisés. E o mais importante da Transfiguração é justamente essa comunicação, e não tanto o brilho das veste de Jesus, com o que tentam encobrir tal comunicação, que é espírita.

 

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7 - Ele não teria sido batizado, uma vez que não existe batismo no espiritismo.

Perguntamos: Considerando que Jesus foi circuncidado no oitavo dia após nascer, por que os meninos de hoje não o são? Se o batismo é algo importante, por que Jesus não batizou ninguém? Será que o autor está falando em batismo da água ou do fogo, ou do Espírito? Não vemos em quase todas as correntes religiosas praticarem o batismo da água. Entretanto, João Batista fala que: "Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo". O batismo de fogo (dor e sofrimento) representa a purificação do nosso espírito pela Lei de causa e efeito intimamente ligada à Lei da reencarnação.

 

8 - Ele não teria contado a história das ovelhas e dos bodes em Mateus 25, uma vez que não existe juízo eterno nem fim dos tempos na doutrina espírita.

Ora, nessa passagem existe o prêmio para os que praticaram a caridade, representada pela assistência prestada aos necessitados, o castigo para os que não a fizeram. Assim, concluímos que a "salvação" não está em dizer que crê que Jesus é o Senhor e Salvador, ou que só pelo fato de uma pessoa pertencer a determinada corrente religiosa, está na prática do amor ao semelhante. Quando nós conseguirmos praticar o amor profundo ao nosso próximo, espontaneamente, aí sim, já estaremos evoluídos, podendo passar pela "Porta Estreita", onde não é fácil passar, e recebemos o prêmio merecido. E será que esses tais difamadores nossos já passaram por essa "Porta Estreita", dando pouca importância para a prática da vontade do Pai, em que tanto insistiu Jesus?

Não dizemos que não haverá juízo. Existe sim, pelo menos em dois momentos. O primeiro ocorre toda vez que, pela morte, retornamos ao mundo espiritual, quando o nosso Juiz é a nossa própria consciência. O segundo, de tempos em tempos, quando o planeta Terra estiver para ascender à uma categoria superior. Nessa ocasião, os espíritos encarnados e desencarnados, no dizer do Evangelho, vivos e mortos, que não se tiverem sintonia vibratória com essa nova categoria, serão lançados "nas trevas exteriores", ou seja, em mundos primitivos, "onde haverá choro e ranger de dentes".

Quanto a questão do castigo eterno já falamos. Entretanto, podemos acrescentar: é vontade de Deus que todos sejam salvos ou não? (Mt 18, 14).

"Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará boas cousas aos que lhe pedirem?" (Mt 7, 11). Gostaríamos de que você, meu caro leitor, pensasse um pouco e respondesse: Você daria um lugar de sofrimento eterno irremediável, para seu filho? Não? Imagine, então, se Deus o daria? E será que os amigos do mal, da maldade, terão uma vontade superior à do Pai, que quer que todos sejam salvos?

 

9 - Ele não teria dito que é Deus tantas vezes e teria repreendido Tomé, quando este disse "meus Senhor e meu Deus", dizendo "não Tomé, não me chame de Deus, eu sou apenas um espírito de luz".

Um absurdo deste só pode ter sido dito por quem não tem o menor conhecimento do que Jesus disse, pois em nenhuma ocasião Ele disse que era Deus, mas apenas, Filho de Deus, o que nós também somos. Jesus não disse na oração que nos ensinou Pai – Meu, mas, Pai-Nosso. E sempre se colocou em situação de inferioridade, afirmando que veio cumprir a vontade daquele que o enviou. Por outro lado, queria ver onde está na Bíblia a profecia que diz que Deus viria à Terra? Todas as profecias atribuídas a Jesus, dizem que Ele seria um Messias, ou seja, mensageiro, portanto sendo um mensageiro de Deus, não poderia ser o próprio Deus. Ademais, a palavra Senhor é polêmica na Bíblia, sendo juntamente isso uma das causas das confusões sobre Jesus e Deus.

Entretanto, existe uma passagem interpretada incorretamente onde Ele afirma: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10, 30), significando que comungava a mesmas idéias de Deus, até mesmo porque não cansou de afirmar que estava cumprindo a vontade de Deus. Outra passagem deverá ser levada em conta, para um melhor entendimento desta, vejamos: "Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste, e os amaste como também amaste a mim" (Jo 17, 22-23). Poderemos dizer então que, se pela passagem anterior afirmamos que Jesus é Deus, por essa poderemos aceitar que também nós o somos, pois que, igualmente, devemos ser um só com Jesus e o Pai.

Quanto à passagem onde Tomé diz: Senhor meu e Deus meu! Duas explicações possíveis de se fazerem, ainda. Uma, que como não tinham até então nenhuma prova contundente de que alguém voltara do "mundo dos mortos", ao ver Jesus ali, isso lhe causou uma forte impressão, e, na sua opinião, pensou que esse fato só poderia ocorrer com um Deus. Outra, a mais provável, é que é apenas uma exclamação, como acontece normalmente, quando estamos diante de um fato extraordinário e dizemos: Meu Deus!

 

10 - Ele teria dito ao malfeitor na cruz em Lucas 23.42-43 "posso até me lembrar de você no meu Reino, mas você vai ter que reencarnar para pagar seus pecados".

Faremos aqui três colocações.

A primeira é que se tomam tudo que consta da Bíblia como verdadeiro, como explicar as narrativas a respeito do "bom ladrão": Mateus (27, 44) diz: "E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificados com ele", fato confirmado por Marcos (15, 22): "Também os que foram com ele crucificados o insultavam", mas estranhamente, João, que estava ao pé da cruz, portanto uma testemunha ocular, nada disse sobre isso, apenas cita que dois outros foram crucificados junto com Jesus. Lucas, diferente de Mateus e Marcos, diz sobre o diálogo de Jesus com o ladrão.

A segunda é que se nós lermos atentamente essa passagem, veremos que o tal de "bom ladrão" nem sequer se arrependeu dos crimes que praticou, somente reconheceu que ele e o outro, por justiça, mereciam a condenação, e que Jesus não merecia ser condenado. E, então perguntamos qual a justificativa para o "prêmio"? Por outro lado, onde fica o "a cada um segundo suas obras"? Jesus foi alguma vez contraditório com algo que disse anteriormente? Ademais, Ele disse que ninguém deixará de pagar até o último centavo, e o tal de bom ladrão não deveria pagar o que fez? E será que existe mesmo bom ladrão, bom pecador?

A terceira, é que poderia bem ser uma questão de pontuação. Vejamos a resposta de Jesus da seguinte forma: "Em verdade te digo hoje, estarás comigo no paraíso", de sentido muito bem diferente da que consta normalmente nas Bíblias: "Em verdade te digo, (que) hoje estarás comigo no paraíso". E sobre isso, também, perguntamos se Jesus foi para o paraíso naquele mesmo dia?

 

11 - Ele não freqüentaria as sinagogas dos judeus, mas os muitos médiuns dos povos pagãos ao redor de Israel.

Jesus era judeu, por isso é que freqüentava as sinagogas. O autor estará aceitando a mediunidade como uma realidade, já que diz que os povos pagãos tinham médiuns? Mas, dizemos mais ainda que em todos os povos e em todas as religiões os encontramos. Só tiveram nomes diferentes, foram chamados de profetas ou reveladores. Vejam a narrativa em 1 Sm 9, 9, quando Saul, ao procurar a jumentas que seu pai, Quis (algumas traduções dizem Cis), tinha perdido, aceita a sugestão de um servo para buscar "um homem de Deus", justificando que tudo o que ele prediz acontece: (Antigamente em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia: Vinde, vamos ter com o vidente; porque ao profeta de hoje, antigamente se chamava vidente.) E só acrescentarmos que, hoje, chamamos os videntes e os profetas de médiuns, palavra criada por Kardec, justamente, para designar essas pessoas.

Moisés não aprovava a o uso da mediunidade indiscriminadamente, mas apenas para os que a utilizavam para coisas elevadas, pois em relação a Eldade e Medade, ele afirma: "Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta", isso após um dedo-duro, sempre aparece um, dizer que os dois estavam profetizando fora do acampamento.

 

12 - Os ensinamentos dele estariam repletos de exortações a fazermos contatos mediúnicos.

Anteriormente foi citada a passagem da transfiguração, onde se questionava a respeito da reencarnação. Mas uma coisa muito importante, como dissemos, evitam falar, ou seja, o contato de Jesus e seus três discípulos médiuns especiais entre os Apóstolo, Tiago, Pedro e João com dois espíritos: Moisés e Elias. Passam a passos largos dela. De fato este episódio é um dos que mais provam os contatos mediúnicos, pois Jesus em pessoa entra em comunicação com os espíritos Moisés e Elias, junto ao monte Tabor. Como Jesus disse: "Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai" (Jo 14, 12). E, assim, estamos com Jesus, não fazendo nada mais do que Ele, também, fez. E lembrem-se de que ele pediu aos três discípulos que guardassem silêncio provisório sobre aquela transgressão da Lei de Moisés!

Algumas vezes, argumentam, nesta passagem, que Elias não teria morrido, que ele foi arrebatado ao céu, mesmo apesar das citações: "a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus" (1 Cor 15, 50) e "ninguém subiu ao céu, senão quem de lá desceu, a saber, o Filho do homem" (Jo 3, 13)., e "todos voltarão ao pó" do Livro de Gênesis. Mas ao concentrarem suas vistas em Elias, se esquecem que com ele apareceu também Moisés, com quem, ao que nos consta, não aconteceu nada disso, morreu e foi enterrado, normalmente. Assim, quem aparece é o espírito que animou a personalidade conhecida como Moisés. Ademais, a Bíblia não diz em nenhuma parte que Elias não morreu. Mas, podemos concluir que morreu, sim, depois daquele episódio, tomando por base aquelas outras afirmações bíblicas acima citadas.

 

Concluindo, achamos interessante como algumas pessoas pensam que os Espíritas são um bando de idiotas que não sabem interpretar a Bíblia. Estima-se que a maior concentração de pessoas que possuem curso superior está no meio Espírita, não que o Espiritismo tenha preferência, se podemos nos expressar assim, por elas, mas porque, normalmente, é nelas que se encontram os indivíduos que pensam pelas próprias cabeças, e de modo racional estuda a Bíblia, e não aceitando imposição de idéias bestas de pessoas que se julgam infalíveis (que pretensão!) e donas da verdade. Os Espíritas são, pois, os que buscam a verdade, pouco se importando de qual lado ela se encontra. E, por isso mesmo, lêem tudo, já que não temem nada, principalmente se tiverem, pela Ciência, lógica e bom senso, que mudar de opinião a respeito de qualquer coisa que seja, pois não estão sujeitos a dogmas, mas à verdade.

Mas respondendo ao questionamento inicial, podemos afirmar, ainda, que:

Se ser espírita é acreditar na lei de causa e efeito (carma), como Jesus, também, acreditou nela, podemos afirmar que Ele era um Espírita.

Se ser espírita é acreditar na reencarnação, podemos afirmar que Jesus era um Espírita, pois nunca a condenou, mas afirmou de modo contundente, além de proferir muitas idéias que a sugestionam.

Se ser espírita é acreditar na comunicação com os mortos, sem sombra de dúvidas, podemos aceitar que Jesus era um Espírita, já que Se comunicou com eles.

Se ser espírita é acreditar na mediunidade, podemos afirmar que Jesus, ao participar dum episódio mediúnico, provou ser um Espírita.

Se ser espírita é acreditar no progresso do Espírito, podemos afirmar que Jesus era um espírita, pois foi ele que recomendou "Sede perfeitos como é perfeito o Pai Celestial".

Assim, meu caro leitor, tire as suas próprias conclusões sobre essa questão, pois a nossa você acabou de ler.

 

 

 

 

Bibliografia

Bíblia Anotada

A Face Oculta das Religiões

A Reencarnação Segundo

a Bíblia e a Ciência, José Reis Chaves, Ed. Martin Claret, SP, 2001.
, José Reis Chaves, Ed. Martin Claret, SP, 2001.

 

= The Ryrie Study Bible/Texto bíblico: Versão Almeida, Revista e Atualizada, com introdução, esboço, referências laterais e notas por Charles Caldwell Ryrie; Tradução de Carlos Oswaldo Cardoso Pinto, São Paulo: Mundo Cristão -, 1994.
(Sl 106, 48). A eternidade, se não fosse temporária, não poderia haver mais de uma só. E, no entanto, como estamos vendo, o texto fala em mais de uma.

 

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