Sexta-feira, 19 De Março,2010

FANATISMO RELIGIOSO

 

Quero relatar a minha última passagem pela Terra e vou usar a plena verdade para isso.
Pertenci a um agrupamento de fanáticos religiosos, que localizava as suas atividades em paragens bem além de vosso país. Ainda hoje, recordo em cores muito vivas as atrocidades cometidas em nome de Deus. Vivíamos com a única intenção e objetivo de propagar nossas verdades pessoais para o mundo, considerado por nós como pagão. Quem não comungava de nossas interpretações das escrituras sagradas, não era considerado tão filho de Deus como nós, sendo muitas das vezes tachado como inimigo.
Além dos ensinamentos de nossa doutrina, estudávamos outras religiões, buscando comprovação da superioridade das idéias que regiam a nossa seita. Um ponto central era o da Justiça Divina. Éramos rígidos defensores do “olho por olho, dente por dente”. Embora a Bíblia não fosse o nosso livro sagrado, algumas passagens deste antigo texto eram bem aceitas por nosso grupo.
Aqueles que combatiam ostensivamente os nossos preceitos eram, sem a menor dúvida ou questionamento, contrários a Deus. Deveriam, por isso, serem convertidos à força, ou simplesmente eliminados caso rejeitassem a conversão.
Após muitos anos de luta contra outras formas de pensamento, a nossa seita adquiriu muitos adeptos. Com o crescimento, passou a fustigar novas regiões à busca de expansão.
Porém, encontramos outra seita cuja doutrina apresentava algumas diferenças com relação a nossa. Os integrantes deste outro grupo detinham o mesmo fanatismo que nós e o choque foi inevitável. Com os mesmos aspectos de brutalidade com que executávamos nossos adversários, nós fomos destruídos.
Nós vagamos por muito tempo no mundo, sem a roupagem física, revoltados com o nosso destino. Encontramos amparo longe de nossa terra natal, numa organização do plano espiritual situada sobre a vossa nação.
Recebemos esclarecimentos acerca da necessidade de perdoar, evitando o julgamento dos semelhantes conforme a severa lei de Talião. Muitos de nós rejeitaram de pronto a sugestão recebida, pois não se desejava abrir mão da vingança, como forma de justiça permitida por Deus. Eu fui um dos que cedeu neste ponto de vista e hoje tenho a tarefa de resgatar meus antigos companheiros, que permanecem vagando pela Terra, agora tentando inspirar homens encarnados para que aceitem estes ideais menos nobres. Trabalho incessantemente para apagar da minha consciência os erros do passado. Tenho ainda muito que caminhar na senda da evolução.
Aprendi dolorosamente que alcançar a Deus não é possível através do ódio e rancor ao próximo. Isto não é servir a Deus. O extremismo e a intolerância religiosos, ou de qualquer outra espécie, são contra a Lei de Amor, que é a base de tudo. Se não podemos ainda amar o semelhante, creio que devemos pelo menos respeitá-lo, para que este respeito possa crescer e um dia transformar-se no amor pregado por todas as religiões verdadeiras do planeta.
Um amigo espiritual
16/05/1995
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 23:08
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ANJOS E DEMÔNIOS

 

 

"Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai,
que está nos Céus, dará bens aos que lhos pedirem?" - (Mateus, 7:11)

Allan Kardec, em sua obra "O Céu e o Inferno", esclarece que os Demônios, segundo a Doutrina da Igreja, foram criados perfeitos e colocados no topo da escala evolutiva, mas, por desobediência à vontade de Deus, tornaram-se maus, rebelaram-se e foram expulsos do Paraíso, tornando-se os chamados Anjos Decaídos.

Entretanto, segundo o que nos ensina o Espiritismo, aqueles que são chamados de Demônios, não são seres criados à parte, pois a criação de seres inteligentes por Deus é una. Ele jamais poderia criar seres perfeitos, para viverem no Paraíso, e seres devotados, eternamente, à prática do mal.

Deus cria todos os seus filhos perfectíveis, dando-lhes, por objetivo, a conquista da perfeição e a felicidade que lhes são próprias. O Pai Celestial é equitativo e justo e, como decorrência, jamais poderia criar filhos com destinação diferente uns dos outros.

O Espiritismo, por sua vez, explica que todos os Espíritos são criados simples e ignorantes; assim, terão que, inapelavelmente, palmilhar a senda evolutiva, enfrentando e vencendo todos os óbices que ela oferece; portanto, nesse processo evolutivo, uns alcançam a perfeição mais rapidamente que outros, pois, desfrutando do livre-arbítrio, muitos deles preferem enveredar e demorar no caminho do mal, o que, seu dúvida, retarda a caminhada.

A Doutrina Espírita não concebe, nem de longe, que um Espírito, que tenha alcançado a perfeição e se aproximado de Deus, possa rebelar-se contra o Poder Supremo, ou seja, contrapor-se ao Criador de todas as coisas . Isso representaria tremenda utopia.

Embora os Evangelhos mencionem os Espíritos trevosos sempre como tentando os homens e até mesmo grandes missionários, como os Apóstolos Pedro e Paulo, isso, de forma alguma, significa que haja um Deus do Bem e um deus do mal, ou que haja um poder superior ao poder de Deus.

Desta maneira, mesmo aqueles que hoje vivem mergulhados na prática do mal, que, comumente, são chamados de Demônios, ou Diabos, mais cedo ou mais tarde retomarão o caminho do Bem e darão prosseguimento à sua escalada evolutiva rumo ao Criador, porquanto "o Pai não quer que nenhuma de suas ovelhas se perca", que, todas elas, integrem, um dia, "um imenso rebanho que obedecerá à voz de um só pastor.

Deus ama a todos os seus filhos, indistintamente, e, por isso, disse Jesus "que há mais alegria no Céu por um pecador que se regenera de que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento".

Subentende-se nesta sentença do Mestre que os "Espíritos do Senhor" se rejubilam toda vez que um desses entes, que vivem praticando o mal, se decidam a abandonar esse caminho nefasto e tomem a resolução inabalável de palmilhar o caminho do Bem, sem jamais olharem para trás, tornando-se, assim, herdeiros das Bem-aventuranças prometidas pelo Mestre Nazareno.

Paulo A. Godoy

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 16:54
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