Sábado, 13 De Março,2010

REENCARNAÇÃO - DÁDIVA DE DEUS

 

 

Como é compreensível, a planificação para reencarnações é quase infinita, obedecendo a critérios que decorrem das conquistas morais ou dos prejuízos ocasionais de cada candidato. Na generalidade, existem estabelecidos automatismos que funcionam sem maiores preocupações por parte dos técnicos em renascimento, e pelos quais a grande maioria de Espíritos retorna à carne, assinalados pelas próprias injunções evolutivas.

Ao lado desse extraordinário automatismo das leis da reencarnação, há programas e labores especializados para atender finalidades específicas, na execução de tarefas relevantes e realizações enobrecedoreas, que exigem largo esforço dos Mentores encarregados de promover e ajudar os seus pupilos, no rumo do progresso e da redenção.

Sem nos desejarmos deter em pormenores dos casos especiais, referentes aos missionários do Amor e aos abnegados cultores da Ciência e da Arte, os candidatos em nível médio de evolução, antes de serem encaminhados às experiências terrenas, requerem a oportunidade, empenhando os melhores propósitos e apresentando os recursos que esperam utilizar, a fim de granjearem a bênção do recomeço, na bendita escola humana...

Examinados por hábeis e dedicados programadores, que recorrem a técnicas mui especiais de avaliação das possibilidades apresentadas, são submetidos a demorados treinamentos, de acordo com o serviço a empreender, com vistas ao bem-estar da Humanidade, após o que são selecionados os melhores, diminuindo, com esse expediente, a margem do insucesso. Os que não são aceitos, voltam a cursos de especialização para outras atividades, especialmente de equilíbrio, com que se armam de forças para vencer as más inclinações defluentes das existências anteriores que se malograram, bem como para a aquisição de valiosas habilidades que lhes repontarão, futuramente, no corpo, como tendências e aptidões.

Concomitantemente, de acordo com a ficha pessoal que identifica o candidato, é feita a pesquisa sobre aqueles que lhe podem oferecer guarida, dentro dos mapas cármicos, providenciando-se necessários encontros ou reencontros na esfera dos sonhos, se os futuros genitores já estão no veículo físico, ou diretamente quando se trata de um plano elaborado com grande antecedência, no qual os membros do futuro clã convivem, primeiro, na Erraticidade, donde partem já com a família adrede estabelecida...

Executada a etapa de avaliação das possibilidades e a aproximação com a necessária anuência dos futuros pais, são meticulosamente estudados os mapas genéticos de modo a facultarem, no corpo, a ocorrência das manifestações físicas como psíquicas, de saúde e doença, normalidade ou ou idiotia, lucidez e inteligência, memória e harmonia emocional, duração do cometimento corporal e predisposições para prolongamento ou antecipação da viagem de retorno, ensejando, assim, probabilidades dentro do comportamento de cada aluno à aprendizagem terrena...

Fenômenos do determinismo são estabelecidos com margem a alternâncias do uso do livre-arbítrio, de modo a permitir uma ampla faixa de movimentação com certa independência emocional em torno do destino, embora sob controles que funcionam automaticamente, em consonância com as leis do equilíbrio geral. São travados debates entre o futuro reencarnante e os seus fiadores espirituais, com a exposição das dificuldades a enfrentar e dos problemas a vencer, nascendo e se desdobrando a euforia e a esperança em relação ao futuro.

Em clima de prece, entre promessas de luta e coragem, sob o apoio de abnegados Instrutores, o Espírito mergulha no oceano compacto da psicosfera terrena e se vincula à célula fecundada, dando início a novo compromisso. Os que amam, na Espiritualidade, ficam expectantes e interessados pelos acontecimentos, preocupados pelos sucessos que se darão, e buscando interceder nas horas graves, auxiliando nos momentos mais difíceis, encorajando sempre...

 

A REENCARNAÇÃO

Porém, que leva a parcial esquecimento das responsabilidades, em razão da imantação celular que se faz, é sempre cometimento de grande porte e alta gravidade. Conseguindo o êxito do renascimento, continua o intercâmbio, durante a primeira infância, com os Amigos da retaguarda espiritual e, à medida que o corpo absorve o Espírito ou este se assenhoreia daquele, vão-se apagando as lembranças mais próximas enquanto ressumam as fixações mais fortemente vivas no ser, dando nascimento às tendências e paixões que a educação e a disciplina moral devem corrigir a benefício do educando.

Nunca cessam, em momento algum, os socorros inspirativos que procedem da esfera espiritual, em contínuas tentativas pelo aproveitamento integral do valioso investimento a que o Espírito se propôs. O retorno é feito, quase sempre, com altos índices de fracasso, com agravamento de responsabilidades; de insucesso, em decorrência da invigilância e da indolência, dando margem à amargura e à perturbação; de perda do tentame, graças à fatuidade e aos graves comprometimentos do pretérito, de que não se conseguiram libertam...

Pode-se compreender a preocupação afetuosa dos Benfeitores Espirituais que acompanham os seus pupilos, à medida que estes se afastam da sua influência benéfica e se transferem espontaneamente de área vibratória, entregando-se aos envolvimentos perniciosos e destrutivos. Instam, esses nobres cooperadores do bem, para que os seus protegidos retornem ao roteiro traçado, usando de mil recursos sutis, ou de interferências mais vigorosas, tais como as enfermidades inesperadas, os acidentes imprevistos, as dificuldades econômicas, a carência afetiva, de modo a despertarem do anestésico da ilusão os que se enovelaram nos fios da leviandade ou se intoxicaram pelo bafio do orgulho, do egoísmo, da cólera...

 

A REENCARNAÇÃO

É o maior investimento da vida ao Espírito em processo evolutivo, o qual, sem ela, padeceria a hipertrofia de valores intelecto-morais, pela falta do ensejo da convivência com aqueles que se lhe vinculam pelo amor santificado, pelo amor asselvajado das paixões dissolventes, ou pelo amor enlouquecido no ódio, na violência, na perseguição... A conjuntura carnal constitui valiosa aprendizagem para a fixação dos recursos mais elevados do bem e do progresso na escalada inevitável da evolução.

Sem dúvida, o parcial olvido dos compromissos assumidos responde por alguns fatores do insucesso, mas, ao mesmo tempo, isto constitui a mais expressiva concessão do amor do Pai, evitando que se compliquem os fenômenos da animosidade e do ressentimento, das mágoas e das preferências exclusivistas, que tenderiam a reunir os afins nos gostos e afetos, produzindo um clima de desprezo e agressão contra aqueles que se lhes opusessem.

Como jamais retrograda o Espírito, no seu processo evolutivo, os insucessos não atingem as conquistas, que permanecem, agravando, isto sim, o programa de responsabilidades de que se desobrigará, quando falharem as provações remissoras, mediante as expiações redentoras que serão utilizadas como terapêutica final. Todas as conquistas da inteligência - e sempre são logradas novas etapas, nesse campo, em cada reencarnação - permanecem, embora as aquisições morais, mais lentas, porém mais importantes, somente através de sacrifício e renúncia, de amor e devotamento conseguem ser alcançadas.

Com as luzes projetadas pelo Espiritismo, na atualidade, o empreendimento da reencarnação adquire hoje mais amplo entendimento pelos homens, que reconhecem a sua procedência espiritual, identificando-a e, por sua vez, preparando-se para o retorno à vida que estua e nela se encontra, inevitavelmente, seja no corpo ou fora dele.

 

REMINISCÊNCIAS E CONFLITOS PSICOLÓGICOS
O processo da reencarnação está a exigir estudos acurados por embriogenistas, biólogos e psicólogos, de modo a poderem penetrar nos seus meandros, que lhes permanecem ignorados, o que dá margem, nessas áreas de estudo, quando diante de determinados acontecimentos, a opiniões sem fundamentação, porque destituídas do conhecimento das causas, cujos efeitos contemplam. Iniciando-se, no momento da fecundação, alonga-se o processo reencarnatório até a adolescência do ser, quando, a pouco a pouco, atinge a plenitude. (Consultado o Espírito Manoel P. Miranda, este esclareceu, por intermédio de Divaldo Franco, que mesmo terminado aos 7 anos o processo reencarnatório, este se vai fixando, lentamente, até o momento da transformação da glândula pineal, na sua condição de veladora do sexo).

As impressões mais fortes das experiências passadas fixam-se no corpo em formação, através de deficiências físicas ou psíquicas, saúde e inteligência, de acordo com o tipo de comportamento que caracteriza o estado evolutivo do Espírito. Estabelecidos os programas cármicos referentes às necessidades de cada ser, outros fatores contribuem, durante a gestação e o parto, para ulteriores fenômenos psicológicos no reencarnante.

Graças à simpatia ou animosidade que o vinculam aos futuros genitores, estes reagem de forma positiva ou não, envolvendo o filho em ondas de ternura ou revolta que o mesmo assimila, transformando-se essas impressões em fobias ou desejos que exteriorizará na infância e poderá fixar, indelevelmente, na idade adulta. Porque lúcido, acompanhando o mergulho na organização física, percebe-se desejado ou reprochado, registrando os estados familiares, bem como os conflitos domésticos do meio onde irá viver.

Vezes ocorrem, em que o pavor se torna tão grande, que o Espírito desiste da reencarnação ou, em desespero, interrompe inconscientemente o programa traçado, resultando em aborto natural a gestação em andamento. Os meses de ligação física com a mãe são, também, de vinculação psíquica, em que o recomeçante em sofrimento pede apoio e amparo, ou, se ditoso, roga ternura para o fiel cumprimento do plano feliz que se encontra em execução.

Adicionando-se às LEIS DO MÉRITO os fenômenos emocionais dos futuros pais, esses resultarão em heranças, que fazem pressupor semelhanças com o clã, estudadas pelas modernas leis da genética. - Tal pai, tal filho - afirma o refrão popular, demonstrando a força dos genes e cromossomos nos códigos da hereditariedade. A verdade, porém, é diversa. Se ocorrem semelhanças físicas e até psicológicas, estas adquiridas mediante convivência familiar, o mesmo não se dá nos campos moral e intelectual.

O Espírito é o herdeiro das próprias conquistas passadas, graças às quais se expressa no campo da atividade nova. No entanto, os comportamentos familiares influem sobre a conduta do reencarnante, que se impregna - especialmente quando se trata de Espírito imperfeito - dos conflitos e das vibrações perniciosas que lhe irão influenciar profundamente o procedimento.

Reações de várias ordens se manifestarão na criança, como resultantes da insegurança que experimenta no berço novo, desdobrando-se em rebeldia e insatisfação, nervosismo e incapacidade intelectual, durante a infância e a adolescência, com agravantes para o futuro, caso o amor dos pais não interrompa a caudal das reminiscências infelizes. O auxílio do psicólogo, a terapia cuidadosa ajudam no mecanismo de reajustamento da criança, todavia, aos pais cumprem a tarefa maior, assistindo e amparando o filhinho temeroso e desconfiado, necessitado de segurança e tranquilidade.

Não nos referimos aqui ao capítulo adicional das obsessões, que exercem forte interferência no quadro complexo da reencarnação, respondendo por graves injunções no comportamento infantil. Detemo-nos, apenas, nas reminiscências, ora do domínio do inconsciente atual, que irrigam a consciência com temores e conflitos, produzindo estados de desequilíbrio, que poderiam ser evitados. Enurese noturna, irritabilidade, pavores de toda espécie, timidez, ansiedade encontram nas ocorrências da vida fetal, em relação à mãe e aos demais familiares, muitas das suas causas.

Não obstante, é possível minimizar-lhes as consequências, através de uma atitude firme e afetuosa dos pais, particularmente da mãe, utilizando-se do sono do filhinho para infundir-lhe coragem e anular-lhe as impressões negativas, envolvendo-o em amor e conversando com ele, com sincero carinho, transmitindo-lhe a confiança de que romperá a barreira invisível das dificuldades, enfim, alcançando-lhe o íntimo.

Desde que ainda não esteja concluída a reencarnação, o Espírito ouvirá e entenderá as sugestões positivas que lhe são apresentadas, o amor que lhe é oferecido, toda a gama de afeição que lhe é destinada. Quantas vezes um conflito sexual não se originará, na criança em face da decepção da mãezinha que esperava um varão e recebeu uma menina, ou vice-versa, e, vítima, de imaturidade, declara o desagrado, explodindo em pranto injustificado, assim chocando o recém-chegado, que lhe recebe o rechaço, vindo a exteriorizá-lo, mais tarde, em forma de conflito!?

Sempre é tempo de reconsiderar-se a atitude, reconciliando-se com o ser menosprezado, graças ao grau de amor e à força do bem que se coloque no relacionamento afetivo lúcido, quando o mesmo estiver dormindo, portanto, em situação receptiva. O inconsciente receberá as novas informações, que serão arquivadas, e ressumarão, posteriormente, de forma agradável e cordial, estruturando a personalidade infanto-juvenil e proporcionando-lhe mais amplas aquisições que logrará com o tempo, conduzido por aqueles a cujo lado recomeça a caminhada redentora.

Mesmo na adolescência, quando não se soube agir antes, deve-se tentar recuperar o filho, reconquistá-lo, conversando com ele, em estado de sono, perseverando-se em um relacionamento tranquilo e gentil, também durante a fase em que esteja desperto, agindo com amor ao invés de reagindo com ira ou zombaria, quando o mesmo apresente seus conflitos, suas dificuldades...

Não será o ato de falar, pura e simplesmente, mas empatia, o contributo da emoção afetuosa com os quais a palavra se carregue, para alcançar a finalidade a que se destina. Por fim, é necessário que a carga de certeza do êxito se faça presente, conforme enunciou Jesus: "Tudo é possível àquele que crê", para que os resultados felizes coroem a empresa do amor.

MANOEL P. DE MIRANDA - TEMAS DA VIDA E DA MORTE

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:48
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Sexta-feira, 12 De Março,2010

SIGNIFICADO DA PÁSCOA

 

 

"Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça.
Porque vos digo que não a comerei mais até que se cumpra no Reino de Deus." (Lucas, 22:15-16)

A tradição fez com que a Páscoa mantivesse dois símbolos historicamente conhecidos: o ovo e o coelho. O primeiro, significando a vida, e o segundo, a fecundidade.

Entre os Judeus a Páscoa, cujo significado é "passar por cima", rememora a libertação dos Judeus do jugo a que estavam submetidos no Egito, atravessando o Mar Vermelho. No hebraico - "Pesech".

"Passar por cima" tem o significado de ter o anjo passado por cima das casas dos hebreus, poupando os seus primogênitos, o que não aconteceu com os egípcios, cujos primogênitos, desde o filho do mais humilde servo até o filho do Faraó, foram todos feridos, conforme o relato bíblico.

Ainda, segundo a Bíblia, a morte dos primogênitos do Egito foi uma e a última das pragas que assolaram aquela nação, a qual tinha por escopo sensibilizar o coração do Faraó, a fim de pôr termo ao longo cativeiro a que estava submetido o povo israelita.

Como a chamada ressurreição de Jesus aconteceu quando se comemorava a Páscoa dos Judeus, esse acontecimento foi consagrado pelos cristãos, passando também a ser uma Páscoa, porém de sentido diferente.

Deste modo, ela tem duplo significado:

-Para os Judeus, a libertação do povo hebreu do longo cativeiro no Egito.

- Para os cristãos, a chamada ressurreição de Jesus Cristo, quando deixou o túmulo vazio, comprovando a imortalidade da alma.

A celebração da Páscoa não era igual em toda parte. Na maior parte das Igrejas ela era celebrada aos domingos, fixando-se que seria o 14 de março (plenilúnio da Primavera ou primeiro plenilúnio depois do equinócio da Primavera), levando-se em consideração que a chamada ressurreição de Jesus aconteceu no domingo. Mas as Igrejas da Ásia celebravam-na como os judeus, sem atenderem o dia da semana, em 14 de março, ou seja, o dia da morte de Jesus, que aconteceu no dia 14 de março.

No ano 325 a . c, decidiu-se padronizar a data certa da Páscoa, pois, enquanto em Roma as festividades eram realizadas em 25 de março, em Alexandria, por motivos astronômicos, eram realizadas em 21 de março.

O Concílio de Nicéia, no mesmo ano, decidiu não celebrar, Páscoa, no mesmo dia em que era comemorada pelos Judeus mas, sim, no domingo imediato a 14 de Nisã (no calendário judeu Nisã corresponde ao primeiro mês e começa na primeira lua nova do equinócio que, em nosso calendário, é o período que vai: 21 de março a 18 de abril).

Ficou, então, estipulado que a Páscoa deveria ser celebrada no domingo, entre 22 de março e 25 de abril, enquante calendário lunis-solar israelita ela é comemorada sempre no plenilúnio, ou seja, na lua cheia.

Como os homens costumam deturpar todos os grandes acontecimentos, a celebração da Páscoa não poderia ser exceção.

O ensinamento singelo de Jesus, quando repartiu o pão e o vinho entre os seus apóstolos, significando a sua carne e sangue, que, por outro lado, simbolizam o corpo de sua Doutrina (carne) vivificada pelo Espírito (sangue), com o objetivo de evitar que ela viesse a constituir em letra morta, foi se degenerando no decorrer dos séculos, transformando-se numa festividade de cunho nitidamente materialista, com intensa matança de animais e vasta ingestão de bebidas alcoólicas, de todos os matizes.

Os Judeus comemoravam duas festas tradicionais: a Páscoa, rememorativa da libertação do povo hebreu do jugo dos egípcios, e Pentecostes, cinqüenta dias depois, relembrando o evento, quando as Tábuas da Lei, ou Decálogo, foram entregues a Moisés, no cimo do Monte Sinai.

Ambas as festas passaram para o calendário cristão, com significados diferentes; a Páscoa, para rememorar a chamada ressurreição de Jesus Cristo, e o Pentecostes, para relembrar o desenvolvimento coletivo da mediunidade dos apóstolos, ocorrida cinqüenta dias, após a Páscoa dos Judeus, no cenáculo, em Jerusalém. Entretanto, algumas religiões cristãs asseveram que no Pentecostes se cumpriu a promessa de Jesus, contida em (João, 14:16-17). sobre o advento do Espírito de Verdade, do Consolador, do Paráclito.

É óbvio que esse evento não poderia ter acontecido naquele dia, pois, se o Cristo disse que o Consolador viria, quando todos estivessem mais bem preparados, para receberem novas verdades e para o restabelecimento real de todas as verdades por Ele ensinadas, isso, de modo algum, poderia ter acontecido apenas decorrido cinqüenta dias após a sua crucificação. Essa preparação da Humanidade demoraria perto de vinte séculos, e o advento do Consolador se consumou com a revelação da Doutrina Espírita.

Na reunião pascal, Jesus Cristo congregou os doze apóstolos (inclusive aquele que o haveria de trair) dizendo ser essa comemoração a de sua última Páscoa; acrescentou, ainda, ser sua aspiração que essa Páscoa se cumprisse, um dia, no Reino de Deus.

Obviamente, esse novo congraçamento não seria mais de apenas doze homens, mas sim de todos os homens de boa vontade, quando estes estivessem aptos para a formação "de um só rebanho, sob a égide de um só pastor".

Quando chegar esse tempo, todos os que assimilaram e viveram os ensinamentos exarados nos Evangelhos estarão com as primícias do Reino de Deus implantadas em seus corações; então, o Cristo terá realizado a grande Páscoa, reunindo a todos no grandioso banquete espiritual.

Os judeus alimentavam verdadeiro respeito pelas festividades da Páscoa. Uma demonstração disso é a narrativa evangélica de que, tendo Jesus e os dois ladrões sido crucificados pouco antes da Páscoa, eles foram pedir a Pilatos que permitisse que as pernas dos três crucificados fossem quebradas a fim de apressar a morte e serem retirados da cruz antes da Páscoa.

Diante da permissão do pró-cônsul romano, os soldados foram ao Calvário para cumprir aquela ordem, porém, apenas quebraram as pernas dos dois ladrões, uma vez que Jesus já estava morto. Isso para que se cumprissem as escrituras de que nenhum só de seus ossos seria quebrado (João, 19:30), dando assim a entender que sua doutrina jamais poderia sofrer mutilações, o que infelizmente aconteceu no decurso dos século quando ela foi mutilada e adulterada pelos homens.

Existe um outro pormenor sobre a Páscoa, esse foi criado pelos homens: como entre os pagãos o ovo era símbolo de Vida o coelho o símbolo da Fecundidade, os cristãos tomaram o ovo como símbolo para comemoração da Páscoa, comendo ovos de pata. Entretanto, como a Igreja proibiu a ingestão de carnes e derivados durante a Quaresma, os anglo-saxões resolveram fazer ovos de chocolate, o que, mais tarde, também abrangeu os coelhos. Esse costume foi implantado no Brasil pelos alemães nos primeiros anos do presente século, surgindo então os ovos e os coelhinhos de chocolate, para a comemoração da Páscoa.

Paulo A. Godoy

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:30
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Quinta-feira, 11 De Março,2010

EXPERIÊNCIA NO TEMPO

 

 

O homem realiza a experiência de Deus no tempo, ao longo de sua evolução natural. Não se pode ter uma experiência artificial de Deus em alguns minutos ou algumas horas de meditação. Essa experiência é natural - e de natureza vital - faz parte integrante da vida e da existência humana. Podemos lembrar a expressão de Descartes: A idéia de Deus no homem é a marca do obreiro na sua obra. Descartes foi o precursor de Kardec, como João Batista o foi do Cristo. Temos, assim, uma curiosa correlação histórica entre o advento do Cristianismo e o advento do Espiritismo, que se completa em numerosos outros aspectos.

Lembrando a teoria da reminiscência em Platão, em que as almas nascem na Terra marcadas pela recordação do mundo das idéias, compreenderemos mais facilmente a existência da idéia inata de Deus no homem. Essa idéia inata não é apenas marca, mas também o marco inicial e o pivô em torno do qual se processa todo o desenvolvimento espiritual da criatura humana. Podemos acompanhar esse processo desde a adoração dos elementos naturais pelo homem primitivo (a partir da litolatria, adoração da pedra e de outras formações minerais) até à eclosão do monoteísmo, com a idéia do Deus Único, que Kant considerou o mais elevado conceito formulado pela mente humana. E vemos então que a idéia de Deus representa, histórica e antropologicamente, uma espécie de marca-passo de toda a evolução do homem.

No episódio do Cógito, da cogitação de Descartes sobre a realidade ou não da existência, temos o momento em que ele descobre, no mais profundo de si mesmo, uma idéia estranha, que é a da existência de um Ser Absoluto e portanto absolutamente perfeito. Essa idéia não podia ter sido originada pelas suas experiências de ser relativo e imperfeito. Descartes a considerou estranha porque só poderia vir de fora dele, da existência real desse Ser Absoluto. Descobria assim que tivera uma experiência de Deus, inteiramente independente de todas as suas experiências terrenas.

A importância desses fatos históricos e culturais foi negligenciada pela cultura leiga que se desenvolveu na Renascença e deu forma ao mundo moderno. O predomínio crescente das conquistas materiais da, Civilização Ocidental asfixiou essas conquistas do espírito. O homem se esqueceu do significado desses fatos, desses episódios culminantes da cultura humana, e as religiões dogmáticas transformaram a idéia de Deus em simples crença desprovida de raízes experimentais. Coube ao Espiritismo restabelecer a verdade e colocar a experiência de Deus no seu devido lugar, no vasto panorama da evolução da Humanidade. Trata-se da mais importante e profunda experiência do homem, uma experiência vital que deverá levá-lo à compreensão da sua verdadeira natureza e do seu verdadeiro destino. Impossível reduzi-la a uma conquista particular e eventual de algumas criaturas que hoje se entregam a práticas de meditação.

Claro que com isso não pretendo negar nem diminuir o valor da meditação como disciplina mental e como recurso de elevação espiritual. Sustento apenas que a meditação é o produto e não a produtora da experiência de Deus, pois essa experiência já marcava o homem muito antes que ele houvesse adquirido o poder do pensamento abstrato e pudesse meditar. A vivência religiosa, pelo simples fato de ser vivência e não reflexão, é inerente ao homem desde o seu aparecimento no planeta. Essa é uma questão que hoje se, coloca de maneira evidente.

A concepção espírita vai mais longe e mais fundo, negando ao homem atual o direito de isolar-se do mundo para buscar a Deus, e portanto de buscar a Deus ou aos poderes espirituais através de processos artificiais. O meio natural de evolução, para o homem e para todas as coisas e todos os seres, é a relação. Se nos afastamos do relacionamento social e cultural paara nos elevarmos, estamos nos colocando em posição errada e tomando um caminho ilusório. A busca solitária de Deus é um ato egocêntrico e preferencial. O místico vulgar não mergulha em si mesmo para encontrar em Deus a relação com o mundo, como o fez Descartes, mas, pelo contrário, para desligar-se do mundo e ligar-se isoladamente a Deus. Não é guiado pelo amor à Humanidade, mas pelo amor a si mesmo. Prefere elevar-se acima dos outros para encontrar em Deus o refúgio e a fortaleza em que poderá construir e usufruir sozinho a sua felicidade particular. Prefere a fuga ao mundo, em termos de superioridade pessoal e portanto egoísta, anti-religiosa, à ligação com o mundo e com Deus para a realização da unidade global que é o objetivo da religião.

A diferença absoluta entre a posição do Cristo e a posição do Buda e das chamadas religiões orientais é precisamente essa. Enquanto o Buda abandona o mundo para buscar a Deus na solidão, o Cristo mergulha no mundo para religar os homens a Deus. A ação do Buda é subjetiva e contrária à experiência do mundo, enquanto a ação do Cristo é objetiva, considerando a experiência do mundo como necessária ao desenvolvimento da experiência de Deus no homem. Meio miilhão de pessoas entregues à meditação para tentar a ligação pessoal de cada uma delas com Deus não representa um esforço coletivo de unidade - uma ação religosa - mas a simples coincidência de esforços particulares e isolados, como vemos na busca do ouro nas regiões auríferas. Não se trata, pois, de uma ação coletiva e sim de milhares de ações individuais e egoístas.

Não quero de maneira alguma negar o valor espiritual do Buda, cuja posição correspondia à necessidade de orientação de uma comunidade de almas estranhas à Terra, exiladas em nosso planeta, que tinham por objetivo a volta aos seus mundos de origem. Nesse caso, a negação individual do mundo (do nosso mundo) tornava-se coletiva em virtude do objetivo comum do retorno ao paraíso perdido. A teoria espírita da migração entre os mundos - apoiada na teoria cristã das muitas moradas da Casa do Pai - é a chave indispensável à compreensão desse problema.

A evolução de cada mundo atinge o momento em que a sua população se divide em dois campos bem diferenciados, como vemos hoje na Terra. Um deles evoluiu o suficiente para integrar uma humanidade planetária superior, o outro continua em estado inferior. A população desse campo inferior precisa ser transferida para outro mundo que esteja no seu nível evolutivo, a fim de que as criaturas refaçam ali o tempo perdido. Quando essa população atingir ali, no outro planeta o nível de evolução necessário, voltará ao seu mundo de origem. Nessa situação, a vivencia isolada nas práticas solitárias da meditação constitui uma recapitulação de aprendizado. Era a essas almas emigradas que o Buda dirigia a sua mensagem superior, como outros haviam feito antes dele.

Em nossa humanidade terrena somente a ação do Cristo - vencendo o mundo, segundo suas próprias palavras - impulsionou-nos ao aceleramento evolutivo que vem transformando a Terra não só nas áreas cristãs, mas em toda a sua extensão. O Cristianismo institucional, igrejeiro, absorvendo elementos espirituais das religiões orientais, que se opunham aos princípios de entrega ao mundo das religiões mitológicas, mergulhou no ascetismo das ordens monásticas do Oriente e no isolacionismo da concepção sócio-cêntrica de Israel. As seitas cristãs fecharam-se em si mesmas, desde a comunidade apostólica do Livro de Atos dos Apóstolos, estabelecendo uma divisão arbitrária entre os escolhidos de Deus e os abandonados por Ele. A prática do batismo do espírito, do tempo de Jesus, que dava à criatura a experiência direta da realidade espiritual, converteu-se nas formas de evocação ritual e privilegiada do Espírito Santo, que dá ao crente a ilusão de uma separatividade conferida pela graça. As igrejas cristãs transformaram-se em ilhas de santidade e pureza em meio à impureza do mundo, como a Israel antiga no mundo mitológico. A experiência de Deus, pessoal e intransferível, substituiu a experiência de Deus no mundo, a vivência universal do ensino e do exemplo de Jesus. É por isso que os cristãos de hoje se formalizam em grupos sócio-cêntricos fechados.

Ao contrário disso, a revelação espírita considera a graça simplesmente como a força que Deus concede ao homem de boa-vontade para vencer as suas imperfeições, seja ele desta ou daquela religião ou de nenhuma delas. O batismo exclusivista e sectário é substituído pelo antigo batismo do espírito, acessível a todos, não segundo o critério eclesiástico mas segundo o critério de Deus. Nada exemplifica melhor essa questão do que o episódio de Atos em que o Apóstolo Pedro, em Jope, se recusa a atender o centurião Cornélius, mas advertido pelo mundo espiritual o atende e descobre o sentido universal do batismo do espírito. Pedro, ainda imbuído dos princípios isolacionistas do Judaísmo, não podia entender que lhe fosse permitido socorrer uma família de romanos impuros em que a mediunidade eclodia. Foi necessário que o Espírito advertisse - a ele que seguira e ouvira o Cristo até o momento da prisão - de que Deus nada fizera de impuro, para que a sua consciência se abrisse à verdadeira compreensão da mensagem cristã.

O egocentrismo humano, essa centralização do homem em si mesmo, que gera e alimenta o orgulho, é uma decorrência natural das fases de formação da consciência, de formação do indivíduo como uma unidade espiritual específica, oposta à pluralidade e confusão do mundo. Mas esse egocentrismo, que deve abrir-se em altruísmo na proporção em que o homem amadurece, é alimentado pelo anseio de privilégios que as igrejas satisfazem com as suas concessões ilusórias aos fiéis. Tudo tem a sua utilidade em seu tempo, mas depois se torna inútil e até mesmo prejudicial. No próprio meio espírita essa tendência a conservar posições do passado ainda subsiste, particularmente no plano institucional, onde os postos de comando reacendem no espírito a chama de velhas e desvairadas ambições. O homem, espírito encarnado - envolto na neblina da carne, como ensina Emmanuel está sempre e inevitavelmente propenso a reincidir em seus erros do passado. A volta às condições da vida material o coloca de novo ante a possibilidade de desfrutar as oportunidades que lhe foram úteis ou agradáveis no passado. As ilusões renascem no seu coração humano. As perspectivas espirituais se perdem no nevoeiro. Nas religiões formalistas esse apelo do passado adquire muito mais força.

A luta contra os resíduos do passado exige oração e vigilância, como Jesus ensinou. Não obstante a idealização do Diabo, como personificação mitológica do Mal, todas as grandes religiões reconhecem que a tentação está dentro de nós mesmos. Muito mais que a influência dos espíritos inferiores, o que nos arrasta de volta aos velhos caminhos do erro são as próprias tendências que trazemos em nosso íntimo. A oração consciente, feita com sinceridade e fé, areja o nosso íntimo, lança a sua luz sobre as escuras paisagens interiores da alma, fazendo-nos discernir o contorno real das coisas. Nada que modifica em nós, mas iluminamo-nos por dentro. E se mantivermos a nossa vigilância na intenção verdadeira de acertar, facilmente veremos o que nos convém e o que não nos convém. Poderemos então repetir com Paulo: Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém. E, seguindo assim o caminho que a prudência esclarecida nos indica, tudo modificaremos para melhor em nós mesmos, tornando-nos aptos a auxiliar os outros a se melhorarem.

Temos a cada instante, a cada minuto, diariamente em nossa vida a experiência de Deus. Porque a própria vida é, em si mesma, essa experiência. Desde o momento em que nascemos até o instante final da nossa existência estamos em relação permanente com Deus, não o Deus particular desta ou daquela igreja, mas o Deus em espírito e matéria que se manifesta numa haste de relva, na beleza gratuita de uma flor, no brilho de uma estrela, num perfume, numa voz, numa nota musical isolada, num aperto de mão e principalmente numa idéia, num sentimento, numa aspiração que brota do anseio de transcendência da nossa alma. O que nos falta é estar mais atentos, mais despertos para a percepção consciente desses múltiplos e infindáveis milagres da vida cotidiana. O homem sem Deus é somente aquele que se nega a aceitar a presença de Deus em si e em seu redor. Para esse homem, a meditação é um ensaio no campo da frustração, um mergulho no mundo opaco do sem-sentido.

J. Herculano Pires - Agonia das Religiões

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 16:31
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Quarta-feira, 10 De Março,2010

ESTÁS DOENTE?

“E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará.” - (TIAGO, capítulo 5, versículo 15.)

Todas as criaturas humanas adoecem, todavia, são raros aqueles que cogitam de cura real.
Se te encontras enfermo, não acredites que a ação medicamentosa, através da boca ou dos poros, te possa restaurar integralmente.
O comprimido ajuda, a injeção melhora, entretanto, nunca te esqueças de que os verdadeiros males procedem do coração.
A mente é fonte criadora.
A vida, pouco a pouco, plasma em torno de teus passos aquilo que desejas.
De que vale a medicação exterior, se prossegues triste, acabrunhado ou insubmisso?
De outras vezes, pedes o socorro de médicos humanos ou de benfeitores espirituais, mas, ao surgirem as primeiras melhoras, abandonas o remédio ou o conselho salutar e voltas aos mesmos abusos que te conduziram à enfermidade.
Como regenerar a saúde, se perdes longas horas na posição da cólera ou do desânimo? A indignação rara, quando justa e construtiva no interesse geral, é sempre um bem, quando sabemos orientá-la em serviços de elevação; contudo, a indignação diária, a propósito de tudo, de todos e de nós mesmos, é um hábito pernicioso, de conseqüências imprevisíveis.
O desalento, por sua vez, é clima anestesiante, que entorpece e destrói.
E que falar da maledicência ou da inutilidade, com as quais despendes tempo valioso e longo em conversação infrutífera, extinguindo as tuas forças?
Que gênio milagroso te doará o equilíbrio orgânico, se não sabes calar, nem desculpar, se não ajudas, nem compreendes, se não te humilhas para os desígnios superiores, nem procuras harmonia com os homens?
Por mais se apressem socorristas da Terra e do Plano Espiritual, em teu favor, devoras as próprias energias, vítima imprevidente do suicídio indireto.
Se estás doente, meu amigo, acima de qualquer medicação, aprende a orar e a entender, a auxiliar e a preparar o coração para a Grande Mudança.
Desapega-te de bens transitórios que te foram emprestados pelo Poder Divino, de acordo com a Lei do Uso, e lembra-te de que serás, agora ou depois, reconduzido à Vida Maior, onde encontramos sempre a própria consciência.
Foge à brutalidade.
Enriquece os teus fatores de simpatia pessoal, pela prática do amor fraterno.
Busca a intimidade com a sabedoria, pelo estudo e pela meditação.
Não manches teu caminho.
Serve sempre.
Trabalha na extensão do bem.
Guarda lealdade ao ideal superior que te ilumina o coração e permanece convicto de que se cultivas a oração da fé viva, em todos os teus passos, aqui ou além, o Senhor te levantará. (EMMANUEL Fonte Viva, 86 FCXavier, FEB)

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 20:05
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MORTE


Sendo a mente o espelho da vida, entenderemos sem dificuldade que, na morte, lhe prevalecem na face as imagens mais profundamente insculpidas por nosso desejo, à custa da reflexão reiterada, de modo intenso. Guardando o pensamento — plasma fluídico — a precisa faculdade de substancializar suas próprias criações, imprimindo-lhes vitalidade e movimento temporários, a maioria das criaturas terrestres, na transição do sepulcro, é naturalmente obcecada pelos quadros da própria imaginação, aprisionada a fenômenos alucinatórios, qual acontece no sono comum, dentro do qual, na maioria das circunstâncias, a individualidade reencarnada, em vez de retirar-se do aparelho físico, descansa em conexão com ele mesmo, sofrendo os reflexos das sensações primárias a que ainda se ajusta.
Todos os círculos da existência, para se adaptarem aos processos da educação, necessitam do hábito, porque todas as conquistas do espírito se efetuam na base de lições recapituladas.
As classes são vastos setores de trabalho específico, plasmando, por intermédio de longa repercussão, os objetivos que lhes são peculiares naqueles que as compõem.
É assim que o jovem destinado a essa ou àquela carreira é submetido, nos bancos escolares, a determinadas disciplinas, incluindo a experiência anterior dos orientadores que lhe precederam os passos na senda profissional escolhida.
O futuro militar aprenderá, desde cedo, a manejar os instrumentos de guerra, cultuando as instruções dos grandes chefes de estratégia, e o médico porvindouro deverá repetir, por anos sucessivos, os ensinos e experimentos dos especialistas, antes do juramento hipocrático.
Em todas as escolas de formação, vemos professores ajustando a infância, a mocidade e a madureza aos princípios consagrados, nesse ou naquele ramo de estudo, fixando-lhes personalidade particular para determinados fins, sobre o alicerce da reflexão mental sistemática, em forma de lições persistentes e progressivas.
Um diploma universitário é, no fundo, o pergaminho confirmativo do tempo de recapitulações indispensáveis ao domínio do aprendiz em certo campo de conhecimento para efeito de serviço nas linhas da coletividade.
Segundo o mesmo principio, a morte nos confere a certidão das experiências repetidas a que nos adaptamos, de vez que cada espírito, mais ou menos, se transforma naquilo que imagina. É deste modo que ela, a morte, extrai a soma de nosso conteúdo mental, compelindo-nos a viver, transitoriamente, dentro dele. Se esse conteúdo é o bem, teremos a nossa parcela de céu, correspondente ao melhor da construção que efetuamos em nós, e se esse conteúdo é o mal estaremos necessariamente detidos na parcela de inferno que corresponda aos males de nossa autoria, até que se extinga o inferno de purgação merecida, criado por nós mesmos na intimidade da consciência.
Tudo o que foge à lei do amor e do progresso, sem a renovação e a sublimação por bases, gera o enquistamento mental, que nada mais é que a produção de nossos reflexos pessoais acumulados e sem valor na circulação do bem comum, consubstanciando as idéias fixas em que passamos a respirar depois do túmulo, à feição de loucos autênticos, por nos situarmos distantes da realidade fundamental.
É por esta razão que morrer significa penetrar mais profundamente no mundo de nós mesmos, consumindo longo tempo em despir a túnica de nossos reflexos menos felizes, metamorfoseados em região alucinatória decorrente do nosso monoideísmo na sombra, ou transferindo-nos simplesmente de plano, melhorando o clima de nossos reflexos ajustados ao bem, avançando em degraus conseqüentes para novos horizontes de ascensão e de luz. (EMMANUEL - Pensamento e Vida, 29 FCXavier)

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 20:04
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Quinta-feira, 04 De Março,2010

COMO AGIR CONTRA OS ATAQUES DO ESPIRITISMO?

 

Ligue sua televisão pela madrugada. Com o seu controle escolha aquele canal em que um líder religioso está entrevistando uma pessoa do povo. Você vai ouvir mais ou menos o seguinte diálogo:

“-  Então a senhora se arrependeu de ter sido espírita?

           

- Sim, me arrependi. Foi um dos momentos de minha vida em que tudo dava errado e eu não sabia porque.

- E agora que a senhora está em nossa Igreja, como está sua vida?

- Agora, com Jesus no meu coração, tudo mudou. Consegui emprego, consegui comprar minha casa própria e sou uma pessoa muito mais feliz.

- Então o Espiritismo prejudicou a senhora?

- Prejudicou. Hoje eu vejo que o Espiritismo é coisa de demônio. Se pudesse diria para todos os espíritas conhecerem a nossa Igreja onde Jesus é o nosso Mestre e Senhor. Os espíritas precisam enxergar que o seu mestre é o demônio.”

Depois de ouvir tudo isso, nós espíritas ficamos a imaginar:

“Que desconhecimento em relação ao Espiritismo!”.

           

Um parêntese: Você se lembra, caro leitor, quando chutaram em um dos programas de televisão a imagem católica de Nossa Senhora Aparecida? Você se lembra da intensa e imensa reação dos católicos de todo o Brasil? Você se lembra dos insistentes noticiários da televisão e dos inflamados artigos de jornais e revistas sobre o assunto?

A reação de todos foi impressionante!

Há tempos não se via tamanha comoção em nosso país. O chute na imagem de Nossa Senhora era assunto nas escolas, nos bares, em todos os lugares.

Agora reflita comigo:

Você já imaginou que todos os dias determinados pastores chutam nossa Doutrina?

           

Por terem chutado uma única vez uma imagem, os católicos e toda a mídia brasileira prontamente reagiram.

E nós que estamos sendo chutados todos os dias, estamos reagindo?

Poderíamos pensar que existem duas alternativas para resolver essa crítica situação de ataque diário e persistente ao Espiritismo:

A primeira:

Culpar o pastor e procurar fazer com que o mesmo nos dê satisfação por publicamente desrespeitar de maneira infame e inculta a Doutrina que professamos.

A  segunda:

Divulgar melhor nossa Doutrina.

Agirmos de acordo com a primeira alternativa geraria polêmica. E polêmica gera polêmica, que por sua vez gera polêmica...

Divulgar melhor nossa Doutrina é a solução.

Veja as palavras de Allan Kardec:

“Uma publicidade, numa larga escala, feita nos jornais mais divulgados, levaria ao mundo inteiro, e até aos lugares mais recuados, o conhecimento das idéias espíritas, faria nascer o desejo de aprofundá-los, e, multiplicando os adeptos, imporia silêncio aos detratores que logo deveriam ceder diante do ascendente da opinião”.

Vale a pena também ler as palavras de Vianna de Carvalho, espírito:

“Na hora da informática com os seus valiosos recursos, o espírita não se pode marginalizar, sob pretexto pueris, em que se disfarça a timidez, o desamor à causa ou a indiferença pela divulgação, porquanto o único antídoto à má Imprensa, na sua vária expressão, é a aplicação dos postulados espíritas, hoje ainda ignorados e confundidos com as superstições, crendices, sofrendo as velhas conotações infelizes com que o caluniaram no passado, aguardando ser despojado das mazelas que lhe atiraram os frívolos e os déspotas, os fanáticos e os de má fé, quanto os que se apoiavam nos interesses subalternos, inconfessáveis...

Hora de mentalidades abertas às informações de toda ordem, este é  o nosso momento de programar tarefas, fomentar a divulgação por todos os meios, tornando-se cada companheiro honesto e dedicado, nova “carta-viva”, para a estruturação de um homem melhor, portanto, de uma sociedade mais justa, uma humanidade mais feliz”.

Complementa ainda Vianna de Carvalho “Como não é lícito fomentar debates ou gerar discussões improdutivas, cabem, frequentemente, sempre que possíveis, as honestas informações entre Doutrina Espírita e Doutrinas Espiritualistas, prática espírita e práticas mediúnicas, opiniões espíritas e opiniões medianímicas...”

Kardec e Vianna de Carvalho nos mostram que gerar polêmicas, criar discussões improdutivas a nada levam.

Procurar discutir no mesmo nível dos detratores é agir como eles estão agindo. É errar como eles estão errando.

Nossa tarefa é melhor divulgar a Doutrina e respeitar todas as religiões.

Uma eficiente e eficaz divulgação do Espiritismo, como disse Kardec: “imporia silêncio aos detratores que logo deveriam ceder diante do ascendente da opinião”.

Portanto, qual deve ser nossa postura ao divulgar nossa Doutrina?

Ao procurar divulgar  nossa Doutrina, devemos fazê-la sem proselitismo, com ousadia e sensatez, tendo sempre em mente que nossa postura tem que ser a postura do conhecimento, da ética, da dignidade e da boa ação.

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:24
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Quarta-feira, 03 De Março,2010

COOPERADOR DE DEUS

 

 

Preocupas-te com o atual estado da criatura humana, na Terra.

A alta incidência da criminalidade; a crescente onda de violência; as deprimentes expressões da sexualidade atribulada; os movimentos de apoio à rebeldia e à insensatez; as crises morais e sociais avassalantes; o abuso das drogas alucinógenas anunciando calamidades de variado porte, que atemorizam, conspirando contra a paz.

Fazendo uma análise da situação atordoante, deténs-te receoso, inquieto, sem saber como proceder.

Examina, porém, o Evangelho e ausculta os próprios sentimentos.

Eles te nortearão a conduta, conclamando-te a não fazer ao próximo o que não gostarias que o próximo te fizesse.

Desse modo, torna-te o mensageiro da paz e do otimismo em todo lugar, a qualquer instante, com toda pessoa.

O mercado da maledicência exibe as imperfeições dos homens, retalhando as feridas dos ausentes com maquinações hediondas.

Ante o vozerio dos dilapidadores da honra alheia, faze-te a estação terminal onde morra a acusação infeliz,

A propaganda exaltada dos crimes contra a pessoa humana expõe os detalhes crus dos deslizes e das loucuras que destroçam a vida.

Diante de tais exibiçôes, que aturdem e apavoram, exalta os lídimos trabalhadores do bem, veiculando as notícias edificantes das suas vidas e obras.

As arremetidas contra a paz geral e individual do homem, em confuso caleidoscópio de ações carregadas de presságios assustadores, espalham pessimismo e revolta contagiantes.

Diante de tal estado de coisas infunde esperança, comentando os valores positivos da sociedade, os exemplos de homens e de mulheres abnegados que se dedicam ao amor de todas as criaturas.

Tuas palavras conduzem emoções.

Como procedas, induzes outros a agirem da mesma forma.

Há crises de loucura, que têm sua gênese nas conversaçôes venenosas, e suicídios que tomam corpo em momentos de crises geradas pela leviandade de pessoas precipitadas.

Não ponhas, portanto, material combustível no incêndio dos desequilíbrios já existentes.

O comércio do azedume, da queixa dissolvente, espalha miasmas que contaminam os imprevidentes.

Insiste na valorização da esperança, da irrestrita confiança em Deus,

O que ocorre, não sucede Sem o superior controle da Divindade.

Tudo tem razão de ser, embora a ti escape. Apesar disso, não te eximas de ajudar.

O Pai confia em ti, cabendo-te, por tua vez, confiar nEle, de modo a tornar-te trabalhador ativo na obra do bem, portanto cooperador de Deus.

Joanna de Ângelis - Oferenda

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 03:21
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Terça-feira, 02 De Março,2010

NOSSAS VÍTIMAS

 

 

Quando vivemos na carne somos, em muitas circunstâncias, algozes de outras vidas.

Não nos reportamos aos insetos que esmagamos sob os pés ou aos múltiplos animais de que nos alimentamos durante a existência física, nem aludimos às legiões de vítimas do pretérito que nos espreitam e, freqüentemente, nos abordam em processos obscuros de influenciação espiritual; observamos as nossas vítimas humanas do cotidiano, de toda hora.

Há muitas faltas que praticamos incautamente, daí nascendo muitas ocorrências de antipatia gratuita, diante das quais somos defrontados por semblantes frios e gestos hostis, sem saber a razão ...

Por isso, a humildade é a maior prova de sabedoria humana e eis por que carecemos, acima de tudo, de doar o perdão incondicional, a fim de merecê-lo conforme as nossas próprias necessidades.

A rigor, não existem inocentes na Terra.

Todos nós, Espíritos endividados com o passado, transportamos conosco as marcas de culpas individuais ou coletivas.

Todo ser consciente tem suas vítimas pessoais, vítimas conhecidas e insuspeitas, vítimas de dentro e de fora do lar.

Basta relacionemos algumas delas:

- Aqueles a quem ferimos, através de comparações ultrajantes;

- Os que prejulgamos com notória descaridade;

- As crianças que relegamos ao abandono;

- Os velhinhos que entregamos ao desamparo;

- Os amigos cuja sensibilidade dilaceramos pelo abuso do anedotário inconveniente;

- Os familiares que nos toleram as atitudes viciosas e as crueldades mentais;

- Aqueles a quem acusamos sem pensar;

- Os irmãos em erro, aos quais subtraímos deliberadamente as oportunidades de reabilitação;

- Os ausentes que, em muitas ocasiões, nunca vimos e cujo nome salpicamos com lodo de sarcasmo, a golpes de maledicência na praça pública;

- As mães doentes que passam por nós esmolando uma côdea de pão e às quais receitamos serviço inadequado, que não colocaríamos sobre as próprias alimárias domésticas.

Desiste de viver desapercebidamente dos nossos deveres de serviço e fraternidade, à frente uns dos outros.

Não te esqueças de orar por tuas vítimas e nem te negues a perdoar quem te magoa. Não raro, aqueles que nos rogam perdão são aquelas mesmas criaturas de quem precisamos recebê-lo ...

EURÍPEDES BARSANULFO - SEAREIROS DE VOLTA

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 02:30
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