O SENTIMENTO RELIGIOSO

O sentimento religioso é inerente a todas as criaturas humanas.

Atavicamente, o homem teme, havendo nascido deste estado emocional o respeito pelo desconhecido e a adoração automática, os sacrifícios e cultos mediante os quais pretendia aplacar as forças vivas e temerárias da Natureza.

Na medida, porém em que ao instinto sucedeu a razão, modificaram-se, lentamente, os quadros da fé, passando da aceitação fetichista e receosa ao amor e ao conhecimento das Leis que regem a Vida.

Jesus desempenhou papel preponderante nessa mudança de comportamento.

Moisés havia estabelecido, anteriormente, os códigos de justiça, de que Hamurabi se fizera excelente pioneiro, na condição de legislador. No entanto, permaneceu predominando a imposição do Deus guerreiro, mais temido do que amado.

Em outras culturas, missionários diversos estabeleceram programas de culto à Beleza, ao Dever, à Sabedoria, enquanto diversos povos se detiveram no primitivismo e na selvageria dos costumes ancestrais.

 

Confúcio estabeleceu a filosofia da moral social e familiar.

Krishna ensinou a “lei dos renascimentos”.

Lao-Tse contribuiu em favor da paz e do equilíbrio.

Hermes revelou a conquista da sabedoria.

Zoroastro ensinou o culto ao dever.

Sócrates preconizou o autoconhecimento e a moral integral como bases para a felicidade.

Jesus, no entanto, fez-se o Caminho da Vida, na direção da Verdade.

 

A “Lei de adoração”, como capítulo basilar das “leis naturais” ou “de amor”, vige nos sentimentos de todos os seres pensantes, em forma de auto-reconhecimento a respeito da fragilidade que os caracteriza.

O homem tem-no, portanto, inato, como decorrência da sua origem divina, a que se submete e busca mediante o esforço, posteriormente, racional e atuante que se impõe. Essa adoração é realizada no intimo, exteriorizando-se em forma de respeito pela Vida, agindo corretamente nas diretrizes do bem com total superação das inclinações para o mal.

A princípio, entrega-se aos cultos externos, superando-os, à medida que mais se eleva e engrandece.

 

Transforma, assim, os teus sentimentos e entroniza Deus em tua alma, em teu coração. Aplica a razão ao teu sentimento religioso e ela te auxiliará a integrar-te cada vez mais no espírito do amor universal que exalta o Pai criador. A fé, que raciocina e discerne, proporciona segurança íntima, dinamiza os valores morais, auxiliando o ser no seu processo de crescimento, qual alavanca a propulsioná-lo para frente e para o alto.

 

A fé, portanto, que ilumina interiormente e acalma, que consola e se irradia em forma de caridade e amor, proporciona a perfeita religiosidade, que une a criatura a Deus, assim fazendo-a haurir forças e coragem, sabedoria e resistência para lograr com êxito o tentame da reencarnação.

Desenvolve-se através da meditação e do trabalho do bem, considerando que o sentimento religioso posto em prática dignifica e enobrece o homem.

Gandhi alcançou as culminâncias dos objetivos, mantendo-o vivo e pujante nele próprio.

Scheweitzer concluiu a tarefa de amor a que se propôs, mantendo-o vibrante em todos os seus atos.

E Jesus, símbolo e realidade insuperável, tornou-se o mais perfeito exemplo de entrega a Deus, adorando-O sem cessar, para que lhe pudéssemos seguir os passos sem receio nem falsos escrúpulos.

 

Joanna de Ângelis

(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, em 17-1-1987, no Rio de Janeiro - RJ.)

 

Revista “Reformador” de Dezembro de 1987

 

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:23
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